O Concílio Vaticano II foi o maior acontecimento no Século XX para a Igreja Católica. Foi um sopro do Espírito de Deus a sensibilizar e a marcar o mundo inteiro, porque a Igreja precisava de um sopro, de um rejuvenescimento. Foi um acontecimento tão profundo e tão precioso, porque a Igreja, esposa de Cristo como era chamada, quis usar meios diferentes: “O remédio do perdão e da misericórdia e não o da severidade”.
Na mensagem aos padres conciliares (20.10.1962), o Papa João XXIII, conhecido como a Papa da “bondade” disse: “Procuremos apresentar aos homens do nosso tempo, íntegra e pura, a verdade de Deus de tal maneira que eles a possam compreender...”. Amigo de todos e com um carinho todo particular para com as crianças, chegando a dizer aos padres conciliares: “Quando vocês voltarem para casa encontrarão crianças. Dêem a elas um carinho e digam: este é o carinho do Papa”.
Ele morreu no dia 3 de junho de 1963, terminada a primeira sessão conciliar. Veio em seguida o Papa Paulo VI para continuar os trabalhos do “Papa bom”. No seu discurso de abertura da segunda sessão (29.9.1963), fez questão de reafirmar a finalidade pastoral do Concílio Vaticano II, com as mesmas palavras de seu predecessor. Depois de tudo concluído ele disse palavras belíssimas: “Para que foi celebrado um Concílio? Para despertar, para renovar, para modernizar, para intensificar, para dilatar a vida da Igreja (...). De fato nós observamos, felizmente, e disto damos graças a Deus de todo coração, que toda a Igreja está em fermentação” (Paulo VI, 7.9.1966).
Diz o Concílio que a Mãe Igreja e deseja com empenho cuidar da reforma geral de sua liturgia, a fim de que o povo cristão na Sagrada Liturgia consiga com mais segurança graças abundantes e que o emprego da língua vernácula ser muito útil ao povo, permite-se dar-lhe um lugar mais amplo, principalmente nas leituras e admoestações, em algumas orações e cânticos (cf. SC, 579). A criatura humana se abre para Deus e o reconhece como Pai e doador de todos os dons e benefícios recebidos.
A liturgia é a fonte da vida da Igreja. É a celebração do sacrifício do corpo e do sangue de Jesus Cristo, no altar, pelo ministério do sacerdote. É ação do povo e em favor do povo. Daí as iniciativas surgidas, muito a enriquecer a vida da Igreja. O grande avanço é que o Concílio Vaticano II renovou a liturgia da missa, modificando-a no sentido da simplificação e da participação dos fiéis, do povo de Deus.
Portanto, a comparação que o Dr, Valdemar Menezes fez no Jornal o Povo, no dia 2.3.2008 de missa tradicional (rito pré-Vaticano II)) e de missa moderna (pós-Vaticano II), não deve ser a nossa maior preocupação. Em cada diocese existe um bispo como o moderador da liturgia. Todos eles estão atentos aos exageros.
Graças a Deus tivemos enormes avanços e a Igreja se empenhou fortemente em anunciar com grande esperança o Evangelho aos homens e as mulheres do nosso tempo, valorizando, nas diversidades dons, talentos e carismas, e aqui no nosso continente, com expressões, ações e gestos, experimentamos uma grande riqueza, a partir de Medellín (1968), Puebla (1979), Santo Domingo (1992) e em 2007 a Conferência de Aparecida. Temos, portanto, o grande desafio acolher nos dias de hoje, o sopro do Espírito Santo de Deus e de usar como remédio o perdão e misericórdia.
Pe. Geovane Saraiva
pegeovane@paroquiasantoafonso.org.br
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