O drama dos cristãos no Estado indiano de Orissa continua e se torna cada vez mais árduo. "Mais de 50 mil pessoas do distrito de Kandhamal que se refugiaram nas forestas ou acamparam a cerca de dois meses nos campos de deslocados organizados pelo governo, estão perdendo definitivamente a esperança de voltar às suas casas e às suas terras, ou seja, de reaver uma vida normal". É a denúncia dos bispos de Orissa que vêem a população cristã diminuir cotidianamente no estado.Leia mais.: Mais casas de cristãos são incendiadas na Índia.: Bispos da Índia apelam pelo fim da violência anticristãOs grupos fundamentalistas hinduístas se apropriam das terras abandonadas, cultivadas com trigo, milho, frutas, entre outros produtos, impedindo aos cristãos de retornarem às suas terras, meios de sustento. Os cristãos perdem a terra e com ela a esperança de voltar a ter uma vida normal: sendo assim deixam Orissa como descolados, em busca de outra área onde possam se estabelecer e recomeçar do zero.FundamentalismoA maior parte dos cristãos são dalit e tribais que sofrem com as violências dos grupos fundamentalistas hinduístas que são bem organizados e armados. Os cristãos não fazem nenhuma resistência, sobretudo, como ressaltam os bispos, "porque as autoridades civis e a polícia não fazem nada para finalizar esta confisca injusta dos bens e esta grande violação dos direitos pessoais". De tal forma, afirmam os cristãos locais, se realiza o sonho dos grupos extremistas hinduístas de eliminar a presença dos cristãos de Orissa: as famílias e as pequenas comunidades dos povoados, que não possuem nada, nem mesmo a esperança de terem justiça, são obrigadas a fugir. Numa nova mensagem, os bispos de Orissa, com o total apoio da Conferência Episcopal Indiana, afirmam: "Depois de 54 dias de ataque, a situação permanece tensa e não existe segurança", desmentindo as declarações das autoridades civis que falavam de um progressivo retorno à normalidade."Os cristãos no distrito de Kandhamal perderam a confiança no Estado: seus direitos fundamentais foram completamente ignorados pelo governo, constitucionalmente eleito", ressaltam os bispos. O mais grave é que a perseguição e as contínuas violações dos direitos humanos fundamentais são toleradas pelo governo local e pela polícia, afirma ainda a mensagem, enquanto os cristãos são tratados como cidadãos de segunda categoria. Os bispos pedem a abertura urgente de uma investigação sobre as violências, exigem um "justo e adequado ressarcimento" às pessoas e instituições atingidas e pedem que "a polícia se encarregue de agir conforme a lei, com justiça e sem preconceitos". Conteúdo acessível também pelo iPhone - iphone.cancaonova.com
Canção Nova Notícias, com Fides
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