O bispo auxiliar de São Paulo, dom Pedro Luiz Stringhini, divulgou uma nota na tarde desta segunda-feira, 20, esclarecendo que o manifesto “Católicos pela justiça, em favor dos mais pobres”, em apoio à candidata à prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy, não foi lido nas paróquias da Região Belém, pela qual é responsável. A notícia foi veiculada na imprensa, afirmando que os padres iriam distribuir o manifesto nas igrejas. “A Igreja não aprova a participação de padres em apoio a um manifesto de caráter político, partidário, eleitoral”, diz um dos trechos da nota.
Segundo dom Stringhini, o manifesto foi resultado de uma reunião na Região Episcopal Belém, da Arquidiocese de São Paulo, da qual participaram 200 pessoas. Entre os participantes havia 40 padres dos quais somente nove pertenciam à Região Belém. Quando soube, o bispo viajava para Itaici, interior de São Paulo. “Imediatamente, da estrada, telefonei à secretaria da Região, pedindo que avisassem aos 63 párocos da Região que estava proibida a divulgação, nas Igrejas, da referida nota”, esclarece.Leia a íntegra da nota NOTA DE ESCLARECIMENTO Informo e esclareço o que segue. No dia 17 de outubro de 2008, às 9:00 h, aconteceu, na Região Episcopal Belém, Arquidiocese de São Paulo, uma reunião, com a participação de cerca de 200 pessoas, dentre as quais 40 padres, sendo 9 padres da Região Episcopal Belém. Dessa reunião, resultou um manifesto de apoio à candidata Marta Suplicy, que disputa a Prefeitura de São Paulo, intitulado “Católicos pela Justiça, em favor dos mais Pobres”.
Dois dias antes, quando eu soube que havia sido marcada uma reunião, para a qual os padres estavam sendo convidados, eu estava reunido com 12 padres. Expressei-lhes minha contrariedade e aconselhei a que os padres da Região não participassem.
Na sexta-feira, enquanto acontecia a reunião (e eu me dirigia a Itaici para a Assembléia das Igrejas do Estado de São Paulo) já começaram a chegar telefonemas e mensagens de católicos e outros protestando contra a presença dos padres e o referido apoio.
Imediatamente, da estrada, telefonei à secretaria da Região, pedindo que avisassem aos 63 párocos da Região que estava proibida a divulgação, nas Igrejas, da referida nota, pelo já tão conhecido motivo de que a participação da Igreja na sociedade existe em vista do bem comum e da justiça, mas não é partidária e, por isso mesmo, jamais se posiciona em favor deste ou daquele candidato/a. Por isso, a Igreja não aprova a participação de padres em apoio a um manifesto de caráter político, partidário, eleitoral. O evangelho, nesse domingo, exortava a “dar a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus” (Mt 22,21).
Assim foi feito e, do que pude me informar, hoje, segunda-feira, de fato não ocorreu a divulgação. E o clima nas 250 comunidades da Região Belém é de grande serenidade (cf. At 9,31). O povo ama sua Igreja, participa de sua missão evangelizadora e reconhece o imenso bem que realiza, em nome de Jesus Cristo, na defesa da vida e na solidariedade aos pobres. Peço perdão aos católicos que se sentiram ofendidos e, em nome das comunidades e seus padres, desejo transmitir paz e serenidade através dos mesmos meios de comunicação, que prontamente se empenham na divulgação de incidentes como o acima relatado. “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (Jo 8,32).
Em Cristo Jesus, fraternalmente,Dom Pedro Luiz StringhiniBispo Auxiliar de São PauloRegião Episcopal Belém São Paulo, 20 de outubro de 2008.Ano Santo Paulino
CNBB
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