sábado, 28 de junho de 2008

SÃO PEDRO: O PRIMEIRO PAPA

Prof. Felipe Aquino*

A solenidade de S.Pedro e S.Paulo (29 de junho) é uma das mais antigas do ano litúrgico. Ao instituir a Igreja, a partir do Colégio dos Doze Apóstolos, Jesus o quis como um grupo estável e escolheu Pedro para chefiá-lo. A ele entregou as chaves do Reino dos Céus, sobre ele (e seus sucessores) edificou a Igreja, prometeu-lhe que as forças do inferno jamais a venceriam, e que tudo o que ele ligasse na terra seria também ligado no Céu. Há vinte séculos a História confirma essa verdade.
Há dois mil anos, Pedro e seus sucessores são a Cabeça visível da Igreja e sua Pedra de unidade, para manter a ordem e preservação da doutrina deixada por Cristo. Já no primeiro encontro que Jesus teve com Simão, “olhou fixo nos seus olhos” e mudou o seu nome para Pedro; para os judeus, isto era o indicativo de uma missão sagrada. “Tu és Pedro, serás chamado Kephas”.
Depois da Ressurreição, Jesus confirma o primado de Pedro sobre toda a Igreja, repetindo-lhe três vezes às margens do lago de Tiberíades: “Apascenta as minhas ovelhas”. Este é o munus petrino, confirmar os irmãos na fé do Cristo e da Igreja. Nem mesmo a tríplice negação de Pedro no dia de sua prisão fez Jesus retirar-lhe o Primado na Igreja. Por isso, os homens também não ousam fazê-lo.
Nenhum dos 265 Papas que a Igreja já teve assumiu o nome de Pedro. Nunca houve o Pedro II. Isto porque, na verdade, “todos eles representam o mesmo Pedro”. Nós o chamamos de Bento XVI, mas Jesus continua a chamá-lo de Pedro: “Tu és Pedro, e sobre ti edificaria a Minha Igreja”.
O nome de Pedro é mencionado 171 vezes no Novo Testamento. João, com apenas 46 vezes, é o segundo mais citado. No catálogo dos Apóstolos, Pedro é sempre citado em primeiro lugar: “Escolheu estes doze: Simão, a quem pôs o nome de Pedro...” (Marcos 3,16). Pedro aparece sempre como o porta-voz do Grupo: “Então, perguntou-lhes Jesus: “E vós, quem dizeis que eu sou? Pedro respondeu: Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo!” (Mt 16,15-16).
Em outras ocasiões, é Pedro quem toma a frente: “Eis que deixamos tudo e te seguimos” (Mc 10,28). No momento difícil, após o discurso sobre a Eucaristia, quando Jesus checou até o fundo a fé dos discípulos, Pedro responde: “Senhor, a quem iríamos nós? Tu tens as palavras da vida eterna”.
Desde o início, os demais Apóstolos entenderam a missão especial de Pedro, conferida a ele por Jesus, e o respeitaram. Um fato bastante representativo foi o que aconteceu no dia de Pentecostes. Pedro foi quem tomou a palavra para falar ao povo: “Pedro, de pé com os Onze, ergueu a voz e assim lhes falou: ‘Homens da Judéia, e habitantes todos de Jerusalém ...’” (At 2,14 s). Três mil se converteram...
É belo notar que o povo trazia os doentes para as ruas e punham-nos em leitos e macas, a fim de que, quando Pedro passasse, ao menos a sua sombra cobrisse alguns deles para curá-los. São Pedro foi martirizado em Roma. As escavações realizadas sob a basílica do Vaticano nos últimos decênios, bem como os escritores antigos, confirmam.
Os arqueólogos descobriam um túmulo cristão sob a basílica vaticana. Foram encontradas junto a esse túmulo numerosas inscrições a carvão (graffiti), fazendo menção ao Apóstolo Pedro. Pedro morreu, no ano 67, em Roma, na perseguição de Nero, crucificado de cabeça para baixo, segundo o testemunho de Eusébio de Cesaréia (†300). É por tudo isso que o bom povo católico invoca S. Pedro para obter as graças necessárias. Junto de Deus, ele intercede sem cessar pelos filhos da Igreja.

* Prof. Felipe Aquino é teólogo e apresentador dos programas ‘Escola da Fé’ e ‘Trocando idéias’, na TV Canção Nova (www.cancaonova.com)

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