Em carta enviada ao clero por ocasião do Dia Mundial de Oração pela Santificação dos Sacerdotes, celebrado hoje, dia do Sagrado Coração de Jesus, a Congregação para o Clero recorda a necessidade de priorizar a oração. “Da relação pessoal de cada um com o Senhor Jesus depende em grande medida a missão da Igreja”, diz a carta, assinada pelo prefeito da Congregação, cardeal Cláudio Hummes, e pelo secretário, dom Mauro Piacenza.” Portanto, a missão deve ser alimentada pela oração: ‘Chegou o momento de reafirmar a importância da oração perante o ativismo e a secularização dominante’ (Bento XVI, Deus caritas est, 37). Não nos cansemos de haurir da Sua Misericórdia, de deixá-lo ver e curar as chagas dolorosas do nosso pecado para ficarmos estupefatos diante do milagre, sempre novo, da nossa humanidade redimida”.
A Congregação convoca os padres a serem “peritos da Misericórdia de Deus”. “Somos presbíteros pelo ato mais nobre da Misericórdia de Deus e ao mesmo tempo da Sua predileção, o Sacramento da Ordem”, afirma o texto.
“Na insuprimível e ardente sede d'Ele, a dimensão mais autêntica do nosso Sacerdócio é a súplica, a oração simples e contínua, que se aprende na oração silenciosa; ela caracterizou sempre a vida dos Santos e deve ser pedida incessantemente”, insiste a Carta.
A radicalidade da vocação sacerdotal também é recordada pela Congregação, incluindo o celibato. “O próprio dom do celibato sacerdotal deve ser acolhido e vivido nesta dimensão de radicalidade e de total configuração com Cristo. Qualquer outra posição em relação à realidade da relação com Ele corre o perigo de se tornar ideológica”.
Diante do excesso de trabalho, os sacerdotes são chamados a cuidar também da qualidade de vida. “Numa lógica oposta à do mundo, precisamente as particulares condições do ministério, devem estimular-nos a "elevar a qualidade" da nossa vida espiritual, testemunhando com mais convicção e eficácia, a nossa pertença exclusiva ao Senhor”.
Outro aspecto que deverá merecer cuidado especial dos sacerdotes é a celebração diária da eucaristia “não só para cumprir uma tarefa pastoral ou uma exigência da comunidade que nos está confiada, mas pela necessidade pessoal absoluta que dela sentimos, como de respirar, como da luz para a nossa vida, como a única razão adequada para uma existência presbiteral completa”.
Também a adoração eucarística é apresentada como meio eficaz de oração para os sacerdotes. “Não podemos olhar para a verdade de nós próprios, sem deixarmos que Cristo olhe para nós e nos gere na Adoração Eucarística quotidiana”.
A falar da missionariedade como realidade intrínseca à natureza da Igreja, a Congregação para o Clero afirma que a urgência missionária é uma questão de consciência dos próprios sacerdotes. “A nossa identidade sacerdotal é edificada e renovada dia após dia no "tempo transcorrido" com nosso Senhor”.
Outro aspecto ressaltado pela Congregação é o tríplice múnus do ministério presbiteral. “Este ‘ser para todos’ de Cristo realiza-se, para nós, nos Tria Munera dos quais somos revestidos pela própria natureza do Sacerdócio. Eles constituem a integridade do nosso Ministério, não são o lugar da alienação ou, pior ainda, de uma mera adaptação funcionalista da nossa pessoa, mas a expressão mais verdadeira do nosso ser de Cristo; são o lugar da relação com Ele”.
Finalmente, a carta estimula os padres a confiarem seu ministério a Maria, “fundamento imprescindível de toda a vida sacerdotal”. “A relação com ela não pode limitar-se a uma prática devocional piedosa mas deve ser alimentada pela entrega contínua, nos braços da sempre Virgem, de toda a nossa vida, do nosso ministério na sua totalidade”.
Para ler a íntegra da carta, acesse: http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cclergy/documents/rc_con_cclergy_doc_20080530_santificazione-sacerdotale_po.html
Fonte: CNBB
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