segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

"QUEREMOS DEUS RENOVA A FÉ"







Ontem à tarde, com oração, música e muita alegria, os fiéis que lotaram o Castelão louvaram o SenhorDurante todo o dia de ontem, bastava olhar para os lados para perceber demonstrações de fé e devoção a Deus, no Estádio Plácido Castelo, o popular Castelão. Não importava a idade. Crianças, jovens, adultos e idosos, ao todo 60 mil fiéis, segundo a Renovação Carismática Católica, organizadora do evento, compareceram à 21ª edição do Queremos Deus. Neste ano, o tema foi “Queremos Deus porque Deus é vida!” e teve como homenageado o criador da celebração religiosa em Fortaleza, dom Aloísio Lorscheider, que morreu em dezembro de 2007.Para o bispo emérito de Limoeiro do Norte, dom Edmilson da Cruz, 83 anos, a homenagem a dom Aloísio é “um momento muito significativo na história brasileira”. Convidado para presidir a concelebração, dom Edmilson, então auxiliar do cardeal Lorscheider na época em que foi arcebispo de Fortaleza, disse: “Recordar Aloísio é recordar o presente”.Na opinião de Afonso Ibiapina, idealizador e diretor-geral do evento, o objetivo do criador do Queremos Deus, o cardeal dom Aloísio Lorscheider, é alcançado a cada ano, desde 1987. “Já que não conseguia unir as pessoas na crença, o cardeal dom Aloísio queria unir pelo serviço. Afinal, todos temos a missão de evangelizar. A força do povo é a de Deus, por isso todos os anos lotamos o Castelão”, explica.UniãoProva disso, esclarece Ibiapina, é que além de se caracterizar por ser um evento que congrega várias entidades católicas, o Queremos Deus, também, vem atraindo praticantes de diferentes religiões. “Não é apenas a Renovação Carismática Católica que realiza o evento. Há o Encontro de Casais com Cristo, Pastoral da Juventude, outras, e o povo em geral. Além disso, temos pessoas evangélicas, espíritas, budistas, enfim, todos que querem orar e agradecer a Deus”, comenta.“É uma grande emoção saber da existência de Deus. Não posso nem falar o que sinto neste momento, porque senão começo a chorar. É muito bom. Olho para o céu e parece que vejo Deus olhando para mim”. Dessa forma, a pensionista Ivoneide Rodrigues Ferreira, 68 anos, descreveu a alegria de estar, mais uma vez, no Estádio Castelão para celebrar e existência de Deus.DevoçãoAlguns anos sem comparecer ao evento na Capital cearense, Ivoneide se orgulha ao falar que já participou de celebrações religiosas em outros estados brasileiros. Na companhia das filha e neta, Ivoneide era apenas uma das fiéis que faziam questão de expressar seu amor por Deus. “Amo muito isso daqui”, revela.Assim como a pensionista, a universitária Ana Lígia Porfírio, 23 anos, explica: “Sinto uma paz inexplicável em estar aqui”. Até porque, como disse, “venho para agradecer pelo ano que passamos, as graças alcançadas e por, mais uma vez, acontecer este evento”.Na intenção de agradecer, o professor e coordenador da Pastoral dos Surdos Geraldo Venceslau, 29 anos, freqüenta há quatro anos o Queremos Deus. Como destacou, ir ao Castelão é importante pelo fato de que “o surdo, como qualquer outra pessoa, também precisa ter Deus em sua vida”. Como comenta “graças a Deus, o número de pessoas surdas freqüentando o evento aumentou. Significa que o Senhor está tocando o coração deles”.
LOTAÇÃO - Correria e falta de ingressos marcam entrada no EstádioOs portões do Castelão foram abertos para receber o público ainda às 10 horas da manhã. No início da tarde, os participantes começaram a lotar as arquibancadas do estádio, tanto que às 16h30 o Corpo de Bombeiros teve de barrar a entrada dos fiéis, por conta da capacidade já estar esgotada. E, pior, quem não garantiu o ingresso de R$ 1,00 antecipado, correu o risco de ter de comprar por R$ 10,00 dos cambistas, já que nesse horário todos já tinham se esgotado.No meio do corre-corre por um bilhete de entrada, estava a comerciária Sueli Alcântara, 34 anos. No caso, ela até comprou 40 ingressos antes do início do evento. Porém, entregou aos parentes e, na hora, faltou para ela. Atrás de ingresso, Sueli Alcântara deparou-se com alto valor do ingresso. “A organização não tem culpa, os cambistas compraram e estão vendendo por R$ 10,00. Muitos deles são pessoas sem religião que só pensam em lucrar”, reclama.SoluçãoConforme informou o diretor geral do Queremos Deus, Afonso Ibiapina, para amenizar os problemas na entrada, a Renovação Carismática Católica resolveu abrir os portões e deixar entrar os fiéis que esperavam fora do estádio. Como disse, a intenção é ter o apoio do governo do Estado para que, no próximo ano, o evento possa acontecer com os portões do estádio abertos.
PROTAGONISTAS - Um momento para agradecer e lucrar
Marta Lucena, professora - Tudo de bom que existe em mim é Deus quem faz. Ele é a melhor coisa que podia nos acontecer e não nos abandona nunca. Venho mais para agradecer pela sua misericórdia neste mundo cheio de contradições. Afinal, todos somos filhos do Espírito Santo. Espero que muitos se livrem das drogas e só Ele é que pode fazer isso.
Maria Graciene Souza, vendedora - Em toda celebração religiosa temos que trabalhar. Só podemos ir embora no final, porque vendemos as blusas com imagens e as pessoas compram mais na saída do evento. Eu e meu marido sustentamos nossas duas filhas com o dinheiro das roupas, pois não temos outra renda. Se Deus nos abençoar, vamos sair daqui só com as cruzetas.
Fonte: Diário do Nordeste/Janine Maia
Fotos: José Leomar e João Luís

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