Filhos, netos, amigos e uma multidão de convidados lotaram igreja de Caponga para festejar os 100 anos de pescadorCaponga. Claro que em 100 anos de vida, há muitas histórias para contar. Na última segunda-feira, noite do seu centésimo aniversário, o ex-pescador Francisco de Paula Santana, nascido e até hoje morador da Caponga, distrito de Cascavel, resumiu suas experiências em poucas palavras: “Já vivi tanta coisa”. Talvez porque, emocionado com o terço dos homens realizado em sua homenagem na capela da cidade, o ex-pescador apenas conseguia expressar a felicidade do momento, que, segundo ele, nunca imaginou que chegaria. “É uma alegria muito grande ver o povo me festejar, sem eu nada ter ou valer”, disse.O festejo, aliás, deixou a igreja lotada, o que não era para menos. Afinal, como revelou o mais velho dos seis filhos de seu Francisco, o também pescador Raimundo Santana, 70 anos, “o papai tem muitos amigos, é muito querido. Todo mundo gosta dele, em todo canto. Ele ajudou muitos que estavam na pobreza”. A ajuda, como lembra seu Francisco Santana, veio da labuta no mar. Tanto que, como afirma, “o mar representa muito. Tirei meu sustento de lá, criei minha família com ele”. Interessante é que o ofício veio mesmo a contragosto de seu pai, que também era pescador. “Eu tinha uns 12 anos, era pequeno demais e o papai não queria que fosse pescador, por isso fugi dele para ir para o mar”.A mesma peripécia foi seguida pelo terceiro filho de seu Francisco, o pedreiro Dalbo Santana, 46 anos. Como conta, ao completar 13 anos, “também fugi para ser pescador. Já era rapaz e queria ganhar dinheiro. Ele queria que eu só estudasse”. Além do amor pelo mar, os filhos afirmam que aprenderam com o pai a lição de respeitar ao próximo. Inclusive, como frisaram, esta herança se estenderá por toda a família Santana que, por sinal, não é pequena. Para se ter uma idéia, dos seis filhos, sendo três homens e três mulheres, já se estendeu para mais de 30 netos, 19 apenas do primogênito, e quatro bisnetos.
Diário do Nordeste
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