Ontem, no Vaticano, o Papa Bento XVI recebeu prelados da Conferência Episcopal da Eslovênia em visita "ad limina" .Em seu discurso, o Santo Padre debruçou sobre as grandes mudanças que o país tem sofrido nos últimos cinco anos, desde a sua entrada na União Europeia (2004) para a sua adoção do euro (2007) e sua adesão ao Acordo de Schengen . Estas alterações "não são de uma natureza religiosa, mas mesmo assim a Igreja se preocupa, porque tocam a vida das pessoas, e em especial a questão dos valores na Europa", disse ele.Recordando a carta pastoral escrita pelos bispos eslovenos em 2004, o Papa salientou que continua a ser válida, uma vez que, "se a Europa deseja manter, e cada vez mais tornar-se, uma terra de paz, a manutenção da dignidade da pessoa humana como um de seus fundamentais valores, não pode abdicar do princípio espiritual e ético componente de sua fundação: o Cristianismo."Nem todas as formas de humanismo são as mesmas", acrescentou o Papa, "nem são equivalentes em termos morais. Não me refiro aqui aos aspectos religiosos, mas limito-me a questões éticas e sociais. As diversas visões do homem que pode ser adaptadas têm consequências para a convivência civil. Se, por exemplo, o homem é concebido, seguindo uma tendência generalizada moderna, em termos individualistas, como podemos justificar os esforços para a construção de uma comunidade mais justa e solidária?"Neste contexto, o Santo Padre citou entre aos bispos trechos da carta pastoral: "Cristianismo é a religião de esperança: esperança de vida, na alegria infinita, na obtenção de fraternidade entre todos os seres humanos". Isto é válido para todos os continentes, inclusive para a Europa, onde muitos intelectuais ainda lutam para aceitar o fato de que precisam da razão, da fé e uns dos outros, a fim de cumprir a sua verdadeira natureza e sua missão". O Papa, em seguida, passou a considerar o "principal desafio" para a Igreja na Eslovênia: " É a busca desenfreada de bens materiais, a queda na natividade e a redução da prática religiosa com uma notável diminuição de vocações para o sacerdócio e a vida consagrada"."Cada geração é chamada a renovar a escolha entre a vida e a morte, entre a bondade e a maldade. Nós como pastores temos o dever de mostrar o caminho da vida cristã, que por sua vez pode tornar-se o sal e luz da sociedade. Eu encorajo a Igreja na Eslovênia, então, a responder a cultura materialista e egoísta com uma coerente atividade evangelizadora que começa nas paróquias". Finalmente, referindo-se ao Congresso Eucarístico Nacional, que será realizada na Eslovénia, em 2009, Bento XVI afirmou que a Eucaristia e a Palavra de Deus "constitui o verdadeiro tesouro da Igreja. Fiel ao ensinamento de Cristo, cada comunidade deve usar as coisas terrenas simplesmente, a serviço do Evangelho".Ele concluiu: "Em relação a esta questão, o Novo Testamento é rico em ensinamentos e exemplos para que em todos os momentos os pastores abordem corretamente o delicado problema de como usar adequadamente as coisas mundanas. Em todos os períodos da Igreja, testemunhar a pobreza evangélica tem sido um elemento essencial da evangelização, como era na vida de Cristo".
Rádio Vaticano
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