Já está disponível no site do Vaticano a nova Encíclica do Papa Bento XVI, Spe Salvi (Salvos na esperança). O lançamento foi feito na manhã desta sexta-feira, 30, em Roma.
A Presidência da CNBB publicou uma carta na qual apresenta novo documento do Sumo Pontifica sublinhando sua importância para a Igreja e para toda a sociedade. “Temos certeza de que estes ensinamentos do Santo Padre, que acolhemos com alegria, se constituirão em novo alento para nosso povo, para nossas comunidades e para toda a humanidade tão necessitada da “grande esperança” que dá sentido à vida e força para vencer as dificuldades do dia a dia”.
Leia, abaixo, a carta da Presidência da CNBB sobre a nova encíclica do Papa.
A esperança cristã segundo o Papa Bento XVI
“É na esperança que fomos salvos”. Com estas palavras, tiradas da carta de São Paulo aos Romanos (Rm 8,24), o Santo Padre Bento XVI inicia sua nova encíclica intitulada Spe Salvi (Salvos na esperança), publicada nesta sexta-feira, 30 de novembro, festa do apóstolo Santo André.
Destinada a toda a Igreja, a nova carta do Santo Padre vem chamar nossa atenção para a esperança cristã, razão que não falha, posto que baseada na Palavra do Deus fiel que nos redime. “A redenção nos é oferecida no sentido que nos foi dada a esperança, uma esperança fidedigna, graças à qual podemos enfrentar o nosso tempo presente”, escreve o papa.
Spe Salvi responde, basicamente, a duas perguntas: em que consiste esta esperança que é redenção e o que podemos esperar? Nesse sentido, o Santo Padre lembra, em primeiro lugar, que a fé, adquirida no Batismo, é o fundamento da esperança. Ela “confere uma nova base, um novo fundamento, sobre o qual o homem pode se apoiar e, conseqüentemente, o fundamento habitual, ou seja, a riqueza material, relativiza-se”.
Em segundo lugar, a encíclica recorda-nos que o objeto principal de nossa esperança é a vida eterna, um desejo que nasce da fé. Diante das muitas esperanças sobre as quais construímos nossa vida, é preciso perceber que só Deus é a “grande esperança” e que “o homem tem necessidade de Deus; do contrário, fica privado de esperança”.
O Sumo Pontífice, de maneira clara e objetiva, alude à crise de esperança pela qual o mundo passa, relacionando-a à crise de fé. Mais uma vez, ele esclarece que quando se exclui Deus, a vida se esvazia de sentido e a esperança se torna “perversa”. Tende-se, então, a buscar a redenção na ciência, no progresso, na economia, na política. Tudo isso, porém, diz Bento XVI, deixa um vazio incapaz de dar sentido e satisfazer a esperança humana que só é plenamente satisfeita por um Amor Absoluto.
Em Spe Salvi, o Papa insiste que a esperança cristã não está situada num além imaginário, mas já se faz presente em nós quando o amor de Deus nos alcança e nos torna capazes de amar, abrindo-nos ao outro. “Não é a ciência que redime o homem. O homem é redimido pelo amor”, mas “um amor incondicionado”. E é exatamente isso que nos faz ter esperança frente a um mundo tão marcado pelo egoísmo, pelas injustiças e por toda sorte de sofrimento.
Salutar, também, é a palavra do Santo Padre ao apontar a oração, o agir, o sofrimento e o juízo como lugares de aprendizagem e de exercício da esperança, dando nova dimensão a essas realidades tão presentes em nossa vida.
Ao concluir sua encíclica, Bento XVI o faz com uma prece a Maria, apontada como estrela da esperança que nos faz chegar a Jesus Cristo, “sol erguido sobre todas as trevas da história”. Ela permanece no meio dos discípulos “como a sua Mãe, como Mãe da esperança”.
Temos certeza de que estes ensinamentos do Santo Padre, que acolhemos com alegria, se constituirão em novo alento para nosso povo, para nossas comunidades e para a toda a humanidade tão necessitada da “grande esperança” que dá sentido à vida e força para vencer as dificuldades do dia a dia. Queremos ser, cada vez mais, pessoas de esperança!
Brasília, 30 de novembro de 2007
Dom Geraldo Lyrio Rocha
Arcebispo de Mariana
Presidente da CNBB
Dom Luiz Soares Vieira
Arcebispo de Manaus
Vice-presidente da CNBB
Dom Dimas Lara Barbosa
Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro
Secretário Geral da CNBB
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