sexta-feira, 31 de março de 2023

DOM GERALDO VISITA DESABRIGADOS EM MILHÃ E SENADOR POMPEU

 



O objetivo era ver de perto as medidas que estão sendo tomadas para ajudar as famílias afetadas e os desabrigados

O bispo de Iguatu, Dom Geraldo Freire Soares, juntamente com uma equipe composta pelo coordenador de pastoral Padre Emanuel, a coordenadora da Cáritas Diocesana Mara Crislanne e o seminarista Leandro, visitaram recentemente os municípios de Milhã e Senador Pompeu. Durante a visita, eles foram acompanhados pelos párocos locais, Padre André e Padre Gil, respectivamente.

Durante a visita, Dom Geraldo encontrou-se com o prefeito de Milhã, Alan Macedo, a primeira-dama, Jamine Borges e com o prefeito de Senador Pompeu, Maurício Pinheiro, bem como com o coordenador municipal da Defesa Civil, Rivando Lima. Eles falaram sobre as graves consequências das fortes chuvas recentes e as medidas que estão sendo tomadas para ajudar as famílias afetadas e os desabrigados.

Dom Geraldo também se encontrou com a coordenadora geral da ONG Ser Tão Solidário, Tayanne Feitosa, que está trabalhando incansavelmente para fornecer assistência aos afetados pela enchente. Ela informou que já arrecadaram cerca de 100 mil reais em doações em menos de 72 horas, e esses recursos serão utilizados para ajudar as famílias a recuperarem parte do que perderam.

Dom Geraldo visitou as áreas afetadas e falou com as pessoas que foram impactadas pela enchente. Ele viu de perto a magnitude dos danos causados pela enchente e visitou a Creche Criança Feliz para ver as famílias que estão abrigadas na instituição de ensino.

A comunidade local mostrou um forte sentimento de união e solidariedade. Eles se uniram para doar uma quantidade surpreendente de itens para ajudar as famílias afetadas. A Diocese agradece a todos que já doaram, mas pede que mais doações sejam feitas, pois ainda há muitas necessidades a serem atendidas.

A cidade de Milhã foi particularmente afetada, pois a produção de leite e queijo, que é a base da economia local, foi severamente prejudicada pelas fortes chuvas. Com a produção praticamente paralisada, a prefeitura está trabalhando também para reparar os danos no sistema de abastecimento de água em um prazo estimado de menos de dois meses.

Em Senador Pompeu, o distrito de Codiá foi duramente atingido pelas enchentes, com 400 milímetros de chuva, causando o rompimento de estradas e isolamento da comunidade de Poço Grande. No entanto, graças ao esforço conjunto, o transporte por barcos foi restabelecido e a reconexão entre as comunidades está em andamento.

Foi uma mobilização rápida e eficiente, envolvendo estado, município, comércio, entidades de classe, organizações sociais e religiosas para ajudar aqueles que mais precisam. A ajuda continua sendo necessária e é muito importante para a recuperação da região.


Fonte:  https://www.diocesedeiguatu.org.br/dom-geraldo-visita-desabrigados-em-milha-e-senador-pompeu/

V PREGAÇÃO DA QUARESMA 2023 "TENDE CORAGEM, EU VENCI O MUNDO!" - TEXTO INTEGRAL

 O pregador da Casa Pontifícia, cardeal Raniero Cantalamessa, OFMCap, propôs à Cúria Romana, nesta sexta-feira, 31 de março, a quinta pregação da Quaresma intitulada “Tende coragem, eu venci o mundo!” No início da pregação, o purpurado convidou os presentes a fazerem uma oração pelo Papa Francisco que se encontra internado no Hospital Policlínico Gemelli.

Fr. Raniero Card. Cantalamessa, OFMCap

“Tende coragem, eu venci o mundo!”

Quinta Pregação da Quaresma de 2023

“No mundo, tereis aflições, mas tende coragem! Eu venci o mundo!” (Jo 16,33). Santo Padre, Veneráveis Padres, irmãos e irmãs, estas estão entre as últimas palavras que Jesus dirige aos seus discípulos, antes de se despedir deles. Elas não são o habitual “Tende coragem!” dirigido a quem fica, da parte de alguém que está prestes a partir. Acrescenta, de fato: “Não vos deixarei órfãos, venho a vós” (Jo 14,18).

O que significa “venho a vós”, se está para deixá-los? De que modo e com que veste virá e permanecerá com eles? Se não entendermos a resposta a esta pergunta, jamais entenderemos a verdadeira natureza da Igreja. A resposta está presente, como uma espécie de tema recorrente, nos discursos de adeus do Evangelho de João e é bom, por uma vez, escutar seguidamente os versículos em que ela se torna a nota dominante. Façamo-lo com a atenção e a emoção com que os filhos escutam as disposições do pai acerca do bem mais precioso que está prestes a lhes deixar:

E eu pedirei ao Pai, e ele vos dará um outro Paráclito, para que permaneça sempre convosco: o Espírito da Verdade, que o mundo não é capaz de receber, porque não o vê, nem o conhece. Vós o conheceis, porque ele permanece junto de vós e está em vós (14,16-17).

Ora, o Paráclito, o Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome, ele vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que eu vos tenho dito (14,26).

Quando vier o Paráclito, que eu vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da verdade que procede do Pai, ele dará testemunho de mim. E vós também dareis testemunho, porque estais comigo desde o começo (15,26-27).

É bom para vós que eu vá. Se eu não for, o Paráclito não virá a vós, mas se eu for, eu o mandarei a vós (16,7).

Tenho ainda muitas coisas a vos dizer, mas não sois capazes de suportá-las agora. Quando ele vier, o Espírito da Verdade, então ele vos guiará a toda a verdade. Ele não falará de si mesmo, mas dirá tudo quanto tiver ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir. Ele me glorificará, porque receberá do que é meu, e vos anunciará (16,12-14).

Mas o que é, e quem é o Espírito Santo que ele promete? É ele mesmo, Jesus, ou um outro? Se é ele mesmo, por que diz em terceira pessoa: “Quando vier o Paráclito...”; se é um outro, por que diz em primeira pessoa: “Venho a vós”? Tocamos o mistério da relação entre o Ressuscitado e o seu Espírito. Relação tão estreita e misteriosa, que São Paulo parece às vezes identificá-los. Escreve, de fato: “O Senhor é o Espírito”, mas logo acrescenta sem solução de continuidade: “e onde está o Espírito do Senhor, aí está a liberdade” (2Cor 3,17). Se é o Espírito do Senhor, não pode ser, pura e simplesmente, Senhor.

A resposta da Escritura é que o Espírito Santo, com a redenção, tornou-se “o Espírito de Cristo”; é o modo com que o Ressuscitado assim opera na Igreja e no mundo, tendo sido, “segundo o Espírito de santidade, constituído Filho de Deus com poder, desde a ressurreição dos mortos” (Rm 1,4). Eis porque ele pode dizer aos discípulos: “É bom para vós que eu vá” e acrescentar: “não vos deixarei órfãos”.

Devemos nos libertar completamente de uma visão da Igreja, que foi se formando pouco a pouco e se tornou dominante na consciência de muitos fiéis. Eu a defino uma visão deísta ou cartesiana, pela afinidade que ela tem com a visão do mundo do deísmo cartesiano. Como era concebida a relação entre Deus e o mundo nessa visão? Mais ou menos assim: Deus, no início, cria o mundo e depois se retira, deixando que se desenvolva com as leis que ele deu; como um relógio, ao qual foi dado corda suficiente para funcionar indefinidamente por conta própria. Cada nova intervenção de Deus atrapalharia esta ordem, razão pela qual os milagres são considerados inadmissíveis. Deus, ao criar o mundo, faria como alguém que dá um leve tapa em um balão de gás e o impulsiona para o ar, permanecendo ele por terra.

O que significa esta visão aplicada à Igreja? Que Cristo fundou a Igreja, dotou-a de todas as estruturas hierárquicas e sacramentais para funcionar, e depois a deixou, retirando-se em seu céu, no momento da Ascensão. Como alguém que empurra um pequeno barco ao mar, permanecendo ele à margem.

Mas não é assim! Jesus subiu no barco e está dentro dele. É preciso levar a sério as suas últimas palavras, em Mateus: “Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos” (Mt 28,20). A cada nova tempestade, inclusive as hodiernas, ele nos repete o que disse aos apóstolos no episódio da tempestade acalmada: “Por que tendes medo, fracos na fé?” (Mt 8,26). Não estou convosco? Posso eu afundar? Pode afundar no mar aquele que criou o mar?

Notei com alegria que, no Anuário Pontifício, sob o nome do Papa, está apenas o título “Bispo de Roma”; todos os demais títulos – Vigário de Jesus Cristo, Sumo Pontífice da Igreja Universal, Primaz da Itália, etc. – são elencados como “títulos históricos” na página seguinte. Parece-me justo, sobretudo em relação a “Vigário de Jesus Cristo”. Vigário é alguém que faz as vezes na ausência do chefe, mas Jesus Cristo jamais se ausentou e jamais se ausentará da sua Igreja. Com a sua morte e ressurreição, ele se tornou “Cabeça do corpo, que é a Igreja” (Cl 1,18), e assim continuará a ser até o fim dos tempos: o verdadeiro e único Senhor da Igreja.

A sua não é uma presença, por assim dizer, moral e intencional, não é um senhorio por procuração. Quando não podemos presenciar algum evento pessoalmente, normalmente dizemos: “Estarei presente espiritualmente!”, o que não é de grande consolação ou ajuda a quem nos convidou. Quando dizemos que Jesus está presente “espiritualmente”, esta presença espiritual não é uma forma menos forte daquela física, mas infinitamente mais real e eficaz. É a presença dele ressuscitado, que age no poder do Espírito, age em todo tempo e lugar, e age dentro de nós.

Se, na atual situação de crescente crise energética, se descobrisse a existência de uma fonte de energia nova, inesgotável; se finalmente se descobrisse como utilizar à vontade e sem efeitos negativos a energia solar, que alívio seria para a humanidade inteira! Pois bem, a Igreja tem, em seu campo, uma semelhante fonte inesgotável de energia: o “poder do alto”, que é o Espírito Santo. Jesus pôde dizer dele: “Até agora, nada pedistes em meu nome. Pedi e recebereis, para que vossa alegria seja completa (Jo 16,24).

Há um momento na história da salvação que se aproxima das palavras de Jesus na última ceia. Trata-se do oráculo do profeta Ageu. Diz:

No sétimo mês, no vigésimo primeiro dia do mês, veio a palavra do Senhor por meio do profeta Ageu, nestes termos: “Dize a Zorobabel, filho di Sealtiel, governador de Judá, a Josué, filho de Josedec, sumo sacerdote, e a todo o resto do povo: Quem é dentre vós o sobrevivente que viu esta Casa na sua primeira glória? E como vós a estais vendo agora? Tal como está, não é como nada a vossos olhos? Agora, sê forte, Josué, filho de Zorobabel, oráculo do Senhor, sê forte, Josué, filho de Josedec, sumo sacerdote, sê forte, todo povo da terra – oráculo do Senhor – e trabalhai! Pois eu estou convosco, oráculo do Senhor dos exércitos... meu espírito permanecerá em vosso meio; não temais!” (Ag 2,1-5).

É um dos pouquíssimos textos do Antigo Testamento que pode ser datado com precisão: é o dia 17 de outubro de 520 a.C. Não nos parece que é descrita, nas palavras de Ageu, a situação atual da Igreja Católica, e, por tantos aspectos, a de toda a cristandade? Quem de nós é idoso o bastante, recorda com saudade os tempos, logo após o fim da Segunda Guerra Mundial, em que as igrejas lotavam aos domingos, matrimônios e batismos se sucediam na paróquia, os seminários e noviciados abundavam de vocações... “E como nós a estamos vendo agora?”, poderíamos dizer com Ageu? Não vale a pena gastar tempo para repetir o elenco dos males presentes, daqueles que, para alguns, aparecem comente ruínas, não diferentes das ruínas da Roma antiga que temos em todo o entorno desta cidade.

Nem tudo o que um tempo reluzia era ouro, e que somos propensos a lamentar. Se tudo fosse ouro maciço, se aqueles seminários cheios fossem forjas de santos pastores e a formação tradicional neles transmitida, sólida e verdadeira, hoje não teríamos que lamentar tantos escândalos... Mas não é o caso de falar disso aqui e, certamente, não sou eu o mais qualificado a fazê-lo. O que me devo captar é a exortação que o profeta dirigiu naquele dia ao povo de Israel. Ele não os exortou a chorar sobre si mesmos, a resignarem-se e estarem preparados para o pior. Não; diz como Jesus: “Sê forte – oráculo do Senhor – e trabalhai! Meu espírito permanecerá em vosso meio”.

Mas atenção: não se trata de um vago e estéril “Sê forte”. O profeta antes disse qual é “o trabalho” a que devem pôr as mãos. E, como ele nos diz respeito de perto, escutemos também o precedente oráculo de Ageu ao povo e aos seus chefes:

Assim diz o Senhor dos exércitos: Este povo diz que ainda não chegou o tempo – o tempo de ser reconstruída a casa do Senhor. Aconteceu que a palavra do Senhor veio por meio do profeta Ageu nestes termos: “É para vós tempo de habitardes em casas revestidas, enquanto esta casa está em ruínas? Pois agora, assim diz o Senhor dos exércitos: refleti em vossos corações sobre vossos caminhos! Semeastes muito e recolheis pouco. Comeis e não ficais saciados, bebeis e não ficais embriagados, vos vestis e não vos aqueceis, e aquele que recebe salário, recebe salário em bolsa furada... Subi ao monte, trazei madeira e construí a Casa. Nela eu me comprazerei e serei glorificado, diz o Senhor” (Ag 1,2-8).

A palavra de Deus, uma vez pronunciada, volta a ser ativa e atual cada vez que é novamente proclamada. Não é uma simples citação bíblica. Somos nós agora “este povo” ao qual é dirigida a palavra de Deus. O que são para nós, hoje, “as casas revestidas” (algumas traduções dizem: “bem decoradas”) em que somos tentados a permanecer tranquilos? Vejo três casas concêntricas, uma dentro da outra, das quais devemos sair para subir ao monte e reconstruir a casa de Deus.

A primeira casa bem revestida, cuidada e decorada, é o meu “eu”: a minha comodidade, a minha glória, a minha posição na sociedade ou na Igreja. É o muro mais difícil de derrubar, o melhor dissimulado. É tão fácil minha honra se passar pela honra de Deus e da Igreja; o apego às minhas ideias, pelo apego à verdade pura e simples. Quem fala, neste momento, não pensa fazer exceções. Estamos dentro desta nossa casca assim como o bicho-da-seda em seu casulo: ao seu redor tudo é seda, mas se o bicho-da-seda não romper o casulo, permanecerá lagarta e jamais se tornará borboleta que voa.

Mas deixemos de lado este assunto, tendo tantas ocasiões para ouvir falar dele. A segunda casa bem revestida, da qual sair para ir trabalhar na “casa do Senhor”, é a minha paróquia, a minha ordem religiosa, movimento ou associação eclesial, a minha Igreja local, a minha a diocese... Não vamos interpretar equivocadamente. Ai de nós se não tivéssemos amor e apego a estas realidades particulares, nas quais o Senhor nos colocou e das quais sejamos até responsáveis.  O mal está em absolutizá-las, não ver para além delas, não nos interessarmos por outras, criticando e desprezando quem não compartilha com elas. Perder de vista, enfim, a catolicidade da Igreja. Esquecer, frequentemente diz o Santo Padre, que “o todo é mais do que a parte”. Somos um só corpo, o corpo de Cristo, e, no corpo, afirma Paulo, “se um membro sofre, todos os membros sofrem com ele” (1Cor 12,26). O sínodo deveria servir também para isto: a nos tornarmos conscientes e partícipes dos problemas e das alegrias de toda a Igreja Católica.

Mas vamos à terceira casa bem revestida. Sair dela ficou mais difícil pelo fato de que, por séculos, foi-nos inculcado que sair dela seria pecado e traição. Li recentemente, por ocasião da Semana de oração pela unidade dos cristãos, o testemunho de uma mulher católica de um país de religiões diversificadas. Quando jovem, o pároco ensinava que só ao entrar fisicamente em uma igreja protestante se cometia pecado mortal. E suponho que o mesmo se dizia, do outro lado da cerca, ao entrar em uma Igreja católica.

Falo, naturalmente, da terceira casa bem revestida, que é a denominação cristã particular a que pertencemos, e o faço recordando, ainda recentemente, o extraordinário e profético evento do encontro ecumênico do Sudão do Sul, de fevereiro passado.  Todos estamos convictos de que parte da fraqueza da nossa evangelização e ação no mundo deve-se à divisão e à luta recíproca entre cristãos. Verifica-se o que Deus diz, sempre segundo Ageu:

Tendes em vista muito e eis que há pouco; e que trareis para casa, eu o espalharei com um sopro. E por que isto? – oráculo do Senhor dos exércitos – Por que minha Casa está em ruínas, mas vós, vós correis cada um para sua própria casa (Ag 1,9).

Jesus disse a Pedro: “Sobre esta pedra construirei a minha Igreja”. Não disse: “Construirei as minhas Igrejas”. Deve haver um sentido no qual aquilo que Jesus chama “a minha Igreja” abraça todos os crentes nele e todos os batizados. O apóstolo Paulo tem uma fórmula que poderia desempenhar esta tarefa de abraçar todos aqueles que creem em Cristo. No início da Primeira Carta aos Coríntios, ele estende a sua saudação a: “Todos os que, em todo lugar, invocam o nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso” (1Cor 1,2).

Não podemos nos contentar, certamente, com esta unidade tão vasta, mas tão vaga. E isto justifica o empenho e o confronto, também doutrinal, entre as Igrejas. Mas nem mesmo podemos desprezar e não levar em conta esta unidade de base que consiste em invocar o mesmo Senhor Jesus Cristo. Quem crê no Filho de Deus, crê também no Pai e no Espírito Santo. É muito verdadeiro o que foi repetido em várias ocasiões: “o que nos une é mais importante daquilo que nos divide”.

Nos casos em que não podemos deixar de desaprovar o uso que é feito do nome de Jesus e o modo em que é anunciado o Evangelho, pode nos ajudar a superar a rejeição aquilo que São Paulo dizia de alguns que, em seu tempo, anunciavam o Evangelho “por inveja e rivalidade”. “Que importa?” – escrevia aos Filipenses – “De qualquer maneira, com segundas intenções ou com sinceridade, Cristo está sendo anunciado, e com isso eu me alegro” (Fl 1,16-18). Sem esquecer que também os cristãos de outras denominações encontram em nós, católicos, coisas que não podem aprovar.

O oráculo de Ageu sobre o templo reconstruído conclui com uma promessa radiosa: “Maior será a glória desta futura Casa do que da primeira, diz o Senhor dos exércitos. E neste lugar darei a paz, oráculo do Senhor dos exércitos” (Ag 2,9). Não ousamos dizer que tal profecia se cumprirá também para nós e que a casa de Deus, que é a Igreja do futuro, será mais gloriosa que a do passado, que agora lamentamos; podemos, contudo, esperá-lo e pedi-lo a Deus em espírito de humildade e arrependimento.

Não faltam sinais encorajadores: um entre os mais evidentes é justamente a busca da unidade entre os cristãos. Na entrevista a um jornalista católico, na viagem de retorno do Sudão do Sul, o Arcebispo Welby dizia: “Vemos trabalhar juntas Igrejas que, no passado, eram inimigas declaradas, que se atacavam e queimavam os sacerdotes umas das outras, condenando-se reciprocamente nos mais violentos termos: quando isso acontece, quer dizer que há algo de espiritual que está acontecendo. Há uma libertação do Espírito de Deus que dá grande esperança”[1].

A profecia de Ageu que comentei, Veneráveis Padres, irmãos e irmãs, é relacionada a uma recordação pessoal, e lhes peço desculpas, se ouso relembrá-la novamente nesta sede. Faço-o na certeza de que a palavra profética volta a desencadear a sua carga de confiança e de esperança cada vez que é proclamada e escutada com fé.

No dia em que o meu Superior Geral me permitiu deixar o ensino na Universidade Católica, para me dedicar em tempo integral à pregação, na Liturgia das Horas estava a profecia de Ageu que comentei. Após ter recitado o Ofício, vim aqui na Basílica de São Pedro. Queria rezar ao Apóstolo para abençoar o meu novo ministério. A um certo ponto, enquanto estava na praça, aquela palavra de Deus me voltou à mente com força. Voltei-me à janela do Papa no Palácio Apostólico e me pus a proclamar em alta voz: “Coragem, João Paulo II; coragem, cardeais, bispos e todo povo da Igreja: e trabalhai, pois eu estou convosco, diz o Senhor”. Foi fácil fazê-lo, pois chovia e não havia ninguém ao redor.

Poucos meses depois, em 1980, fui nomeado Pregador da Casa Pontifícia e me encontrei na presença do Papa para iniciar a minha primeira Quaresma. Aquela palavra voltou a ressoar dentro de mim, não como uma citação e uma lembrança, mas como palavra viva para aquele momento. Contei o que tinha feito naquele dia na Praça de São Pedro. Assim, voltei-me ao Papa que, à época, acompanhava a pregação em uma capela lateral, e repeti com força as palavras de Ageu: “Coragem, João Paulo II; coragem, cardeais, bispos e povo de Deus: e trabalhai, pois eu estou convosco, diz o Senhor. O meu Espírito estará convosco”. E, dos olhares, pareceu-me entender que a palavra dava aquilo que prometia: isto é, coragem (ainda que João Paulo II fosse a última pessoa no mundo a quem se tivesse que recomendar para ter coragem!).

Hoje, ouso proclamar de novo aquela palavra, sabendo que não se trata de uma simples citação, mas de uma palavra sempre viva, que volta a operar toda vez aquilo que promete. Portanto, coragem, Papa Francisco! Coragem irmãos cardeais, bispos, sacerdotes e fiéis da Igreja Católica, e trabalhai, pois eu estou convosco, diz o Senhor. O meu Espírito estará convosco!”.

A todos faço votos de uma Santa Páscoa de paz e esperança.

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Tradução de Fr. Ricardo Farias, ofmcap

[1] Cf. “The Tablet”, 11 de fevereiro de 2023, p. 6


Fonte:  https://www.vaticannews.va/pt/vaticano/news/2023-03/quinta-pregacao-quaresma-2023-cantalamessa-coragem-venci-mundo.html

PAPA AO PESSOAL DO GEMELLI: "GRATIDÃO POR SUA ABNEGAÇÃO E ESPÍRITO DE SERVIÇO"

 

A Sala de Imprensa vaticana divulgou no início da noite desta sexta-feira mais um comunicado sobre a permanência do Papa Francisco no Hospital Policlínico Gemelli de Roma, onde se encontra desde a tarde da última quarta-feira. O Santo Padre terá alta neste sábado.

Vatican News

“Na tarde desta sexta-feira, - destaca o comunicado da Sala de Imprensa - Sua Santidade o Papa Francisco, depois de ter se reunido em oração na capelinha de seu apartamento particular, recebeu a Eucaristia.

Depois, como anunciado anteriormente, ele visitou a ala de Oncologia Pediátrica e Neurocirurgia Infantil e batizou o pequeno Miguel Angel”.

A Sala de Imprensa vaticana destaca ainda que nesta ocasião, o Papa Francisco “dirigindo-se ao pessoal do hospital presente, dedicou um pensamento a todos os que contribuem para aliviar os males físicos e as angústias daqueles que, diariamente, são chamados a dar testemunho da cruz de Cristo, e expressou gratidão por sua abnegação e espírito de serviço”.

O Papa deve voltar ao Vaticano neste sábado

No final da visita, Francisco retornou ao seu quarto.

O comunicado sublinha ainda que a equipe médica que acompanha Sua Santidade o Papa Francisco, após avaliar os resultados dos exames realizados hoje e o decurso clínico favorável, confirmou a alta do Santo Padre do Hospital A. Gemelli amanhã, sábado.


Fonte:  https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2023-03/papa-pessoal-gemelli-gratidao-abnegacao-servico.html

SEMANA SANTA: ESPETÁCULO "A PAIXÃO DE CRISTO" ACONTECE NO GINÁSIO PAULO SATASATE, EM FORTALEZA

 


O espetáculo retorna ao formato presencial neste ano, no dia 5 de abril. O evento tem entrada gratuita.

Durante a semana santa, Fortaleza recebe programação cultural gratuita especial. “A Paixão de Cristo”, espetáculo artístico promovido pela Comunidade Católica Shalom, acontece na quarta-feira, 5 de abril, no Ginásio Paulo Sarasate, em Fortaleza.

A peça, que tem entrada gratuita, já é tradicional na agenda cultural de Fortaleza e ocorre desde 2011. O evento retorna ao formato presencial neste ano após uma pausa devido à pandemia.

Na apresentação, vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo são narradas por mais de 100 atores., além de uma superprodução de som, iluminação, efeitos especiais e uma arrojada cenografia que reproduz lugarejos, ambientes e prédios da Jerusalém dos tempos de Cristo, como o Templo, Fórum Romano, o Palácio de Herodes e o Monte do Calvário. Além disso, um rico figurino complementa a grandiosidade da peça.

“Contamos com um elenco atores voluntários, entre personagens principais e figurantes. O Espetáculo da Paixão de Cristo é cheio de emoção e beleza. Oferecemos a cidade de Fortaleza, a todos que estiverem presentes, uma profunda experiência de Deus, meditando os mistérios de Jesus Cristo”, explica Janaína Moreira, da direção do espetáculo.

Com entrada gratuita, o evento também vai arrecadar alimentos não perecíveis para as obras sociais atendidas pela Comunidade Shalom.

Saiba mais

Além do espetáculo, a Comunidade se prepara para o Retiro de Semana Santa, que segue no Ginásio Paulo Sarasate de 6 a 9 de abril. Em 2023, o espetáculo terá como tema "Cristo humilhou-se e foi exaltado" (FL 2,8).

A Semana Santa é o período mais importante do Ano Litúrgico e é reservada para o mergulho na fé Católica, momento em que a Igreja celebra a paixão, a morte e a ressurreição de Cristo em recolhimento, oração e fé.


SERVIÇO

Espetáculo A Paixão de Cristo

Data: 5 de Abril
Horário: 19h
Local: Ginásio Paulo Sarasate
Rua Ildefonso Albano, 2050. Bairro: Dionísio Torres  – Fortaleza (CE) - ENTRADA GRATUITA

Retiro de Semana Santa

Data: 6 a 9 de Abril
Horário: Quinta-feira às 14h | Sexta-feira às 9h e 15h|Sábado às 14h e 20h
Local: Ginásio Paulo Sarasate
Rua Ildefonso Albano, 2050  – Fortaleza (CE)
Mais informações: https://www.semanasantashalom.com.br/




O TEMPO DE DEUS

 

Pe. Johnja López Pedrozo

EVANGELHO DO DIA

  Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João 10,31-42

Naquele tempo: 31Os judeus pegaram pedras para apedrejar Jesus. 32E ele lhes disse: 'Por ordem do Pai, mostrei-vos muitas obras boas. Por qual delas me quereis apedrejar?' 33Os judeus responderam: 'Não queremos te apedrejar por causa das obras boas, mas por causa de blasfêmia, porque sendo apenas um homem, tu te fazes Deus!' 34Jesus disse: 'Acaso não está escrito na vossa Lei: 'Eu disse: vós sois deuses'? 35Ora, ninguém pode anular a Escritura: se a Lei chama deuses as pessoas às quais se dirigiu a palavra de Deus, 36por que então me acusais de blasfêmia,
quando eu digo que sou Filho de Deus, eu a quem o Pai consagrou
e enviou ao mundo? 37Se não faço as obras do meu Pai, não acrediteis em mim. 38Mas, se eu as faço, mesmo que não queirais acreditar em mim, acreditai nas minhas obras, para que saibais e reconheçais que o Pai está em mim e eu no Pai.' 39Outra vez procuravam prender Jesus, mas ele escapou das mãos deles.
40Jesus passou para o outro lado do Jordão, 
e foi para o lugar onde, antes, João tinha batizado. E permaneceu ali. 41Muitos foram ter com ele, e diziam: 'João não realizou nenhum sinal,
mas tudo o que ele disse a respeito deste homem, é verdade.'
42E muitos, ali, acreditaram nele. 
Palavra da Salvação.

 

REFLEXÕES SOBRE AS LEITURAS DE HOJE

 

31 DE MARÇO DE 2023

6ª. FEIRA DA QUINTA SEMANA DA

QUARESMA

Cor roxo

 

1ª Leitura - Jr 20,10-13

 

Leitura do Livro do Profeta Jeremias 20,10-13

Jeremias disse: 10Eu ouvi as injúrias de tantos homens e os vi espalhando o medo em redor: 'Denunciai-o, denunciemo-lo.'
Todos os amigos observavam minhas falhas: 'Talvez ele cometa um engano e nós poderemos apanhá-lo e desforrar-nos dele.'
11Mas o Senhor está ao meu lado, como forte guerreiro; por isso, os que me perseguem cairão vencidos. Por não terem tido êxito,
eles se cobrirão de vergonha. Eterna infâmia, que nunca se apaga!
12O Senhor dos exércitos, que provas o homem justo e vês os sentimentos do coração, rogo-te me faças ver tua vingança sobre eles; pois eu te declarei a minha causa. 13Cantai ao Senhor, louvai o Senhor, pois ele salvou a vida de um pobre homem das mãos dos maus. Palavra do Senhor.

 

Reflexão – A injustiça nunca prevalecerá na vida da pessoa que espera no Senhor!

Às vezes nos enganamos entendendo que o homem justo nunca será provado e que a ausência de perseguição é uma prova da proteção de Deus. Precisamos entender, porém, que o homem justo é provado, justamente, porque é um instrumento de Deus para a salvação do mundo. No entanto, o mundo foi entregue àquele que é injusto e tenta desarticular o plano de felicidade que Deus designou para o justo. A diferença é que o homem justo confia no auxílio de Deus para libertá-lo das mãos do inimigo; “Mas o Senhor está ao meu lado como forte guerreiro; por isso os que me perseguem cairão vencidos!” A injustiça nunca prevalecerá na vida da pessoa que espera no Senhor! Deus vê os sentimentos do nosso coração, conhece as nossas intenções e só nos prova até o ponto em que podemos suportar a provação, para o nosso fortalecimento e crescimento espiritual. A certeza de que Ele está do nosso lado como forte guerreiro, fará também, com que permaneçamos de pé e confiantes de que todos os que nos perseguem serão vencidos. De diversas formas, durante a nossa vida e no decorrer da nossa peregrinação aqui na terra nós podemos ser perseguidos (as). Em algumas ocasiões, sofremos os efeitos da infâmia, da maledicência das pessoas e somos condenados (as) injustamente. Ou então, somos perseguidos porque nos propomos a levar uma vida justa de acordo com a vontade de Deus, e por isso há alguém que não entende o nosso objetivo e nos observa para ver se caímos em alguma falta, nos denuncia, aponta os erros. Com efeito, mesmo vivendo a justiça de Deus nós somos perseguidos. No entanto, na maioria das vezes os que nos perseguem não são propriamente as pessoas, mas os nossos sentimentos maus, os nossos pensamentos, os nossos desejos carnais, que nos impedem de sentir a presença do Senhor, forte guerreiro que está sempre do nosso lado.   – Você também pode estar sendo perseguido (a) pelos seus sentimentos? – Você se importa quando as pessoas o acusam de querer ser santo? –

Você dá ouvidos às pessoas que não aceitam o seu modo de viver? – Você tem acusado alguém ou perseguido por causa da justiça?

 

Salmo - Sl 17, 2-3a. 3bc-4. 5-6. 7 (R. Cf. 7)

 

R. Ao Senhor eu invoquei na minha angústia
e ele escutou a minha voz.


2Eu vos amo, ó Senhor! Sois minha força, *
3aminha rocha, meu refúgio e Salvador!R. 

3bÓ meu Deus, sois o rochedo que me abriga, +
3cminha força e poderosa salvação, *
sois meu escudo e proteção: em vós espero!
4Invocarei o meu Senhor: a ele a glória! *
e dos meus perseguidores serei salvo!R. 

5Ondas da morte me envolveram totalmente, *
e as torrentes da maldade me aterraram;
6os laços do abismo me amarraram *
e a própria morte me prendeu em suas redes.R. 

7Ao Senhor eu invoquei na minha angústia *
e elevei o meu clamor para o meu Deus;
de seu Templo ele escutou a minha voz, *
e chegou a seus ouvidos o meu grito.R.
 

Reflexão - O salmista abre o seu coração a Deus e faz uma declaração de amor e de reconhecimento à ação do Senhor na sua vida. Força, refúgio e salvação, escudo e proteção. A cada momento nós precisamos também desfilar diante de nós as obras de Deus na nossa vida e reconhecer as maravilhas que Ele tem nos proporcionado. Os nossos perseguidores estão dentro de nós mesmos (as) e o Senhor os (as) conhece como ninguém. Por isso, é a Ele que nós devemos invocar e por Ele clamar na hora em que somos tentados (as) e perseguidos (as).

 

Evangelho - Jo 10,31-42

 

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João 10,31-42

Naquele tempo: 31Os judeus pegaram pedras para apedrejar Jesus. 32E ele lhes disse: 'Por ordem do Pai, mostrei-vos muitas obras boas. Por qual delas me quereis apedrejar?' 33Os judeus responderam: 'Não queremos te apedrejar por causa das obras boas, mas por causa de blasfêmia, porque sendo apenas um homem, tu te fazes Deus!' 34Jesus disse: 'Acaso não está escrito na vossa Lei: 'Eu disse: vós sois deuses'? 35Ora, ninguém pode anular a Escritura: se a Lei chama deuses as pessoas às quais se dirigiu a palavra de Deus, 36por que então me acusais de blasfêmia,
quando eu digo que sou Filho de Deus, eu a quem o Pai consagrou
e enviou ao mundo? 37Se não faço as obras do meu Pai, não acrediteis em mim. 38Mas, se eu as faço, mesmo que não queirais acreditar em mim, acreditai nas minhas obras, para que saibais e reconheçais que o Pai está em mim e eu no Pai.' 39Outra vez procuravam prender Jesus, mas ele escapou das mãos deles.
40Jesus passou para o outro lado do Jordão,
e foi para o lugar onde, antes, João tinha batizado. E permaneceu ali. 41Muitos foram ter com ele, e diziam: 'João não realizou nenhum sinal,
mas tudo o que ele disse a respeito deste homem, é verdade.'
42E muitos, ali, acreditaram nele.
Palavra da Salvação.

 

Reflexão - O homem que se apega ao que é aparente e efêmero não assimila a mensagem que vem do céu!

As pessoas invejosas não admitiam que as obras de Jesus testemunhavam o poder de Deus e alegavam que Ele blasfemava dizendo ser o Enviado e Filho de Deus. Ora, se Ele realizava as boas obras do Pai, se Ele fazia prodígios e milagres em Nome do Pai, por que não acreditar que Ele era Deus?  Em todos os tempos as obras de Deus são difíceis de ser acolhidas com a mentalidade humana. Isso acontece, porque o homem se apega ao que é aparente e efêmero e não assimila a mensagem que vem do céu, visto ser ele limitado e pecador. Precisamos, pois, nos conscientizar de que a Palavra de Deus diviniza a nossa humanidade e nos motiva a também realizar as obras do Pai. Podemos provar isso quando nos dedicamos a fazer algo de bom a serviço do reino de Deus sendo guiados pela Sua Palavra e vivenciando o Evangelho que Jesus veio nos transmitir. Mesmo nestas circunstâncias, muitas vezes as pessoas podem não nos olhar pelo que fazemos de bom, mas pelo que parecemos ser, isto é, nos julgam pelas aparências. Em razão disso, despertamos a inveja e o despeito daqueles que não compreendem o verdadeiro sentido daquilo que empreendemos.  Precisamos, então, ter cuidado para não nos deter em coisas superficiais, não assumindo Jesus como Senhor da nossa vida.  Quando nós nos agarramos apenas no superficial e esquecemos do essencial perdemos o foco de que Jesus veio a terra para nos salvar e nos trazer vida nova, por isso, continuamos na mesmice. Entretanto, aqueles que acreditam e assumem Jesus como o Enviado e Filho de Deus têm a sua vida transformada. 

– Você se considera realmente imagem e semelhança de Deus? 

- Você tem consciência das obras que Deus já realizou na sua vida? 

– Você procura ser autêntica quando dá testemunho dessas obras na sua vida?

 – Você tem conseguido atrair as pessoas para Deus ou elas ficam mais ligadas a si mesmo?


Helena Serpa,

Fundadora da Comunidade Missionária Um Novo Caminho

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

SANTO DO DIA - SÃO BENJAMIM

 

 

Jovem mártir [394 – 424]

Origem
Nasceu na Pérsia no ano 394. E, logo que evangelizado, engajou-se na igreja e descobriu a sua vocação ao diaconato. “Para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho” (Fl 1,21). Jovem mártir da igreja, São Benjamim encarnou na vida as palavras do apóstolo Paulo aos filipenses, dando a sua vida pelo evangelho e conversão das almas.

Vida
Naquela época, tensões políticas e religiosas, entre o rei persa e o domínio romano, desencadearam numa grande perseguição aos cristãos que durou cerca de três anos. O diácono Benjamim, cuja atividade e influência desagradaram ao rei Isdeberg, foi espancado e preso.

Ardor apostólico
Benjamim era um jovem com muito ardor apostólico e amor pelas almas. Exímio pregador, falava com eloquência levando muitos a se converterem, inclusive sacerdotes persa de uma seita pagã. Durante o período de um ano de encarceramento, dedicou-se à oração, à meditação e à escrita.

São Bejamin: santidade e martírio

A Prisão e Negociação
Do lado de fora da prisão, ocorriam negociações para restabelecer a paz entre o rei persa e o embaixador de Roma. O embaixador pediu a liberdade de Benjamim. O rei consentiu, mas impôs a condição do diácono prometer não voltar a exercer o seu ministério entre os magos e sacerdotes da religião persa. Benjamim declarou que nunca fecharia aos homens as fontes da graça divina, nem deixaria de fazer brilhar diante dos seus olhos a verdadeira luz – disse ainda: “de outra forma, eu próprio incorreria nos castigos que o Mestre reserva aos servos que enterram o seu talento”. Mesmo assim, foi posto em liberdade sob fiança do embaixador romano.

O Retorno ao serviço a Deus
Com a alegria singular daqueles que fazem o encontro pessoal com Jesus, Benjamim, agora em liberdade, rapidamente colocou-se a servir o Senhor e a anunciar o evangelho. Muitos sinais foram realizados por meio dele: cegos voltaram a ver, leprosos foram curados e muitas pessoas se converteram.

Confrontou o Rei
Logo que Isdeberg, o rei persa, ficou sabendo das atividades de Benjamim, ele o intimou para estar na presença dele e, desta vez, ordenou-lhe que adorasse o sol e o fogo. O diácono respondeu: “faz de mim o que quiseres, mas eu nunca renegarei o Criador do Céu e da terra, para prestar culto a criaturas perecedouras”. E, corajosamente, confrontou o rei indagando: “Que juízo farias de um súdito que prestasse a outros senhores a fidelidade que te é devida a ti?”.

Farpas embaixo das unhas
Furioso, Isdeberg ordenou que o torturassem em lugar público e, enquanto enfiavam farpas embaixo das unhas e em outras partes sensíveis do corpo, o impeliam a negar a sua fé. Como persistiu em não negar a Cristo, aplicaram-lhe o suplício da empalação. Por volta do ano 424, morre São Benjamim, martirizado por anunciar e testemunhar Cristo.

Minha oração
“Senhor Jesus, aos 30 anos Benjamim teve a coragem de sofrer e morrer por Ti. Dá-me essa graça, se preciso for. Amém.”

São Benjamim, rogai por nós!

Fonte: Canção Nova Notícias