domingo, 30 de novembro de 2014

PAPA FRANCISCO SE DESPEDE DA TURQUIA ENCONTRANDO JOVENS REFUGIADOS


Istambul (RV) – O Papa Francisco Francisco concluiu na tarde deste domingo sua Viagem Apostólica à Turquia, a sexta viagem internacional de seu Pontificado. Os três dias intensos do Santo Padre no país de maioria muçulmana tiveram um forte caráter ecumênico e inter-religioso. O Airbus A320 da Alitália que trouxe o Pontífice, aterrissou no Aeroporto Ciampino, em Roma, por volta das 19 horas locais.
Ainda na Turquia, o Santo Padre despediu-se das Autoridades locais, do Patriarca Ecumênico e dos membros da Conferência episcopal Turca no Aeroporto Internacional Atatürk de Istambul, de onde partiu em por volta das 17 horas, horário local. Antes de retornar a Roma, o Pontífice visitou o Patriarca Armênio de Constantinopla Mesrob Mutafian, gravemente enfermo e internado no Hospital armênio São Salvado, em Istambul.
A última etapa da viagem do Papa Francisco na Turquia, no entanto, foi o encontro, na Catedral do Espírito Santo, em Istambul, com cerca de 100 jovens refugiados assistidos pelos salesianos. O encontro foi transferido para a Catedral devido à chuva. Os jovens - provenientes da Turquia e de vários países do Oriente Médio e da África - cantaram para o Papa em espanhol, árabe e inglês. Antes de dirigir-lhes algumas palavras, Francisco - bastante comovido - deu a mão para cada um dos que haviam falado. 
Ao saudar os jovens, muitos deles refugiados e deslocados, o Papa expressou sua participação em seus sofrimentos: “espero que esta minha visita, com a graça do Senhor, possa dar-vos um pouco de consolação na vossa difícil situação. Esta é o triste resultado de conflitos exacerbados e da guerra, que é sempre um mal e nunca constitui a solução dos problemas, antes pelo contrário cria outros”, disse ele.
Ao falar das condições degradantes a que são obrigados a viver os refugiados – algo intolerável – o Santo Padre lançou um apelo para uma “ maior convergência internacional que tenha em vista resolver os conflitos que ensanguentam as vossas terras de origem, contrastar as outras causas que impelem as pessoas a deixar a sua pátria, e promover as condições que lhes permitam permanecer ou regressar”.
O Papa agradeceu o trabalho das numerosas organizações  em favor dos refugiados e expressou “vivo reconhecimento” às autoridades turcas pelo grande esforço realizado na assistência aos deslocados,e especialmente sírios e iraquiano, esperando que não falte o necessário apoio também da comunidade internacional.
“Queridos jovens, não desanimeis! Com a ajuda de Deus, continuai a esperar num futuro melhor, apesar das dificuldades e obstáculos que estais a enfrentar agora”, concluiu Francisco, dizendo que de sua parte “juntamente com toda a Igreja, continuarei a dirigir-me confiadamente ao Senhor, pedindo-Lhe que inspire quantos ocupam cargos de responsabilidade a promover a justiça, a segurança e a paz sem hesitação e de modo verdadeiramente concreto”.
O Santo Padre deixou a Catedral ao som do cântico dos jovens. (JE)(from Vatican Radio)
Fonte: Rádio Vaticano

DECLARAÇÃO CONJUNTA: "DIÁLOGO E RECONCILIAÇÃO PARA RESOLVER CONFLITOS"



Istambul (RV) – Ao final da Divina Liturgia, o Santo Padre e o Patriarca Ecumênico dirigiram-se à sacada do segundo andar da sede Patriarcal onde abençoaram os fiéis reunidos na área subjacente. O Papa concedeu sua bênção em latim e o Patriarca Ecumênico, por sua vez, em grego.
Após, dirigiram-se à Sala do Trono, no terceiro andar, onde foi  lida e assinada uma “Declaração Conjunta”, como segue:
“Nós, Papa Francisco e Patriarca Ecuménico Bartolomeu I, expressamos a nossa profunda gratidão a Deus pelo dom deste novo encontro, que nos permite celebrar juntos a Festa de São André, o primeiro-chamado e irmão do apóstolo Pedro, na presença dos membros do Santo Sínodo, do clero e dos fiéis do Patriarcado Ecuménico. A nossa recordação dos Apóstolos, que proclamaram ao mundo a feliz notícia do Evangelho através da sua pregação e do testemunho do martírio, revigora em nós o desejo de continuar a caminhar juntos a fim de superarmos, com amor e confiança, os obstáculos que nos dividem.
Por ocasião do encontro de Maio passado em Jerusalém, no qual recordámos o abraço histórico entre os nossos venerados predecessores Paulo VI e Patriarca Ecuménico Atenágoras, assinámos uma declaração conjunta. Hoje, na feliz ocasião dum novo encontro fraterno, queremos reafirmar, juntos, as nossas intenções e preocupações comuns.
Expressamos a nossa intenção sincera e firme de, em obediência à vontade de nosso Senhor Jesus Cristo, intensificar os nossos esforços pela promoção da unidade plena entre todos os cristãos, e sobretudo entre católicos e ortodoxos. Além disso, queremos apoiar o diálogo teológico promovido pela Comissão Mista Internacional – instituída, exactamente há trinta e cinco anos, pelo Patriarca Ecuménico Dimitrios e o Papa João Paulo II aqui, no Fanar –, a qual se encontra atualmente a tratar das questões mais difíceis que marcaram a história da nossa divisão e que requerem um estudo cuidadoso e profundo. Por esta finalidade, asseguramos a nossa oração fervorosa como Pastores da Igreja, pedindo aos fiéis que se unam a nós na imploração comum por que «todos sejam um só (...) para que o mundo creia» (Jo 17, 21).
Expressamos a nossa preocupação comum pela situação no Iraque, na Síria e em todo o Médio Oriente. Estamos unidos no desejo de paz e estabilidade e na vontade de promover a resolução dos conflitos através do diálogo e da reconciliação. Ao mesmo tempo que reconhecemos os esforços que já estão a ser feitos para dar assistência à região, apelamos a quantos têm a responsabilidade dos destinos dos povos que intensifiquem o seu empenho a favor das comunidades que sofrem, consentindo a todas, incluindo as cristãs, de permanecerem na sua terra natal. Não podemos resignar-nos com um Médio Oriente sem os cristãos, que ali professaram o nome de Jesus durante dois mil anos. Muitos dos nossos irmãos e irmãs são perseguidos e, com a violência, foram forçados a deixar as suas casas. Até parece que se perdeu o valor da vida humana e que a pessoa humana já não tem importância alguma, podendo ser sacrificada a outros interesses. E, tragicamente, tudo isto se passa perante a indiferença de muitos. Ora, como nos lembra São Paulo, «se um membro sofre, com ele sofrem todos os membros; se um membro é honrado, todos os membros participam da sua alegria» (1 Cor 12, 26). Esta é a lei da vida cristã e, neste sentido, podemos dizer que há também um ecumenismo do sofrimento. Tal como o sangue dos mártires foi semente de fortaleza e fecundidade para a Igreja, assim também a partilha dos sofrimentos diários pode ser um instrumento eficaz de unidade. A dramática situação dos cristãos e de todos aqueles que sofrem no Médio Oriente exige não só uma oração constante, mas também uma resposta apropriada por parte da comunidade internacional.
Os grandes desafios, que o mundo enfrenta na situação atual, exigem a solidariedade de todas as pessoas de boa vontade. Por isso, reconhecemos a importância também da promoção dum diálogo construtivo com o Islã, assente no respeito mútuo e na amizade. Inspirados por valores comuns e animados por um genuíno sentimento fraterno, muçulmanos e cristãos são chamados a trabalhar, juntos, por amor da justiça, da paz e do respeito pela dignidade e os direitos de cada pessoa, especialmente nas regiões onde durante séculos viveram em coexistência pacífica e agora, tragicamente, sofrem juntos os horrores da guerra. Além disso, como líderes cristãos, exortamos todos os líderes religiosos a continuarem com maior intensidade o diálogo inter-religioso e fazerem todo o esforço possível para se construir uma cultura de paz e solidariedade entre as pessoas e entre os povos.
Recordamos também todos os povos que sofrem por causa da guerra. Em particular, rezamos pela paz na Ucrânia, país com uma antiga tradição cristã, e apelamos às partes envolvidas no conflito para que procurem o caminho do diálogo e do respeito pelo direito internacional para pôr fim ao conflito e permitir que todos os ucranianos vivam em harmonia.
Os nossos pensamentos voltam-se para todos os fiéis das nossas Igrejas no mundo, que saudamos, confiando-os a Cristo, nosso Salvador, para que possam ser incansáveis testemunhas do amor de Deus. Erguemos a nossa fervorosa oração a Deus, pedindo-Lhe que conceda o dom da paz, no amor e na unidade, a toda a família humana.
«O Senhor da paz, Ele próprio, vos dê a paz, sempre e em todos os lugares. O Senhor esteja com todos vós» (2 Ts 3,16).(from Vatican Radio).
Fonte: Rádio Vaticano

PAPA FRANCISCO: "DIÁLOGO AUTÊNTICO É ENCONTRO ENTRE PESSOAS COM UM NOME, UM ROSTO, UMA HISTÓRIA"


Istambul (RV) – O Papa Francisco iniciou o terceiro e último dia da sua Viagem Apostólica à Turquia com uma Missa privada na Representação Pontifícia de Istambul. Após, encontrou o Grão-Rabino da Turquia, Isak Haleva, responsável pela segunda maior comunidade judaica em um país de maioria muçulmana, após o Irã.
Já às 8h20 locais, o Santo Padre dirigiu-se à Igreja de São Jorge, localizada ao lado da sede do Patriarcado de Constantinopla para participar da “Divina Liturgia  de São João Crisóstomo”, na Festa de Santo André. A Liturgia desenvolve um papel central na vida das Igrejas Ortodoxas enquanto expressão da teologia. Ao final da celebração, o Patriarca Ecumênico proferiu seu discurso, seguido pelo do Papa Francisco, que propomos na íntegra:
“Muitas vezes, como arcebispo de Buenos Aires, participei na Divina Liturgia das comunidades ortodoxas presentes naquela cidade, mas poder encontrar-me hoje nesta Igreja Patriarcal de São Jorge para a celebração do Santo Apóstolo André, o primeiro chamado e irmão de São Pedro, patrono do Patriarcado Ecumênico, é verdadeiramente uma graça singular que o Senhor me dá.
Encontrar-nos, olhar o rosto um do outro, trocar o abraço de paz, rezar um pelo outro são dimensões essenciais do caminho para o restabelecimento da plena comunhão para a qual tendemos. Tudo isto precede e acompanha constantemente a outra dimensão essencial do referido caminho que é o diálogo teológico. Um autêntico diálogo é sempre um encontro entre pessoas com um nome, um rosto, uma história, e não apenas um confronto de ideias.
Isto vale sobretudo para nós, cristãos, porque, para nós, a verdade é a pessoa de Jesus Cristo. O exemplo de Santo André – que, juntamente com outro discípulo, acolheu o convite do Divino Mestre: «Vinde e vereis» e «ficaram com Ele nesse dia» (Jo 1, 39) – mostra-nos claramente que a vida cristã é uma experiência pessoal, um encontro transformador com Aquele que nos ama e nos quer salvar. Também o anúncio cristão se difunde graças a pessoas que, apaixonadas por Cristo, não podem deixar de transmitir a alegria de serem amadas e salvas. Aqui, mais uma vez, é esclarecedor o exemplo do Apóstolo André. Depois de ter seguido Jesus até onde habitava e ter-se demorado com Ele, «encontrou primeiro o seu irmão Simão e disse-lhe: “Encontramos o Messias!” – que quer dizer Cristo. E levou-o até Jesus» (Jo 1, 40-42). Fica, assim, claro que nem sequer o diálogo entre cristãos pode subtrair-se a esta lógica do encontro pessoal.
Por isso, não foi por acaso que o caminho de reconciliação e de paz entre católicos e ortodoxos tenha sido, de alguma forma, inaugurado por um encontro, por um abraço entre os nossos venerados Predecessores, o Patriarca Ecumênico Atenágoras e o Papa Paulo VI, há cinquenta anos, em Jerusalém, um acontecimento que Vossa Santidade e eu quisemos recentemente comemorar encontrando-nos de novo na cidade onde o Senhor Jesus Cristo morreu e ressuscitou.
Por feliz coincidência, esta minha visita acontece poucos dias depois da celebração dos cinquenta anos da promulgação do Decreto do Concílio Vaticano II sobre a busca da unidade entre todos os cristãos, Unitatis redintegratio. Trata-se de um documento fundamental com que foi aberta uma nova estrada para o encontro entre os católicos e os irmãos de outras Igrejas e Comunidades eclesiais.
Em particular, com tal Decreto, a Igreja católica reconhece que as Igrejas ortodoxas «têm verdadeiros sacramentos e principalmente, em virtude da sucessão apostólica, o sacerdócio e a Eucaristia, por meio dos quais permanecem ainda unidas connosco por vínculos muito íntimos» (n. 15). Consequentemente, afirma-se que, para guardar fielmente a plenitude da tradição cristã e levar a termo a reconciliação dos cristãos do Oriente e do Ocidente, é de extrema importância conservar e sustentar o riquíssimo património das Igrejas do Oriente, não só no que diz respeito às tradições litúrgicas e espirituais, mas também as disciplinas canónicas, sancionadas pelos santos padres e pelos concílios, que regulam a vida dessas Igrejas (cf. nn. 15-16).
Considero importante reiterar o respeito deste princípio como condição essencial e recíproca para o restabelecimento da plena comunhão, que não significa submissão de um ao outro nem absorção, mas sim acolhimento de todos os dons que Deus deu a cada um para manifestar ao mundo inteiro o grande mistério da salvação realizado por Cristo Senhor por meio do Espírito Santo. Quero assegurar a cada um de vós que, para se chegar à suspirada meta da plena unidade, a Igreja católica não tem intenção de impor qualquer exigência, excepto a da profissão da fé comum, e que estamos prontos a buscar juntos, à luz do ensinamento da Escritura e da experiência do primeiro milénio, as modalidades pelas quais garantir a necessária unidade da Igreja nas circunstâncias actuais: a única coisa que a Igreja Católica deseja e que eu procuro como Bispo de Roma, «a Igreja que preside na caridade», é a comunhão com as Igrejas ortodoxas. Esta comunhão será sempre fruto do amor «que foi derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado» (Rm 5, 5), amor fraterno que dá expressão ao vínculo espiritual e transcendente que nos une como discípulos do Senhor.
No mundo atual, erguem-se com intensidade vozes que não podemos deixar de ouvir, pedindo às nossas Igrejas que vivam plenamente como discípulos do Senhor Jesus Cristo.
A primeira destas vozes é a dos pobres. No mundo, há demasiadas mulheres e demasiados homens que sofrem por desnutrição grave, pelo desemprego crescente, pela alta percentagem de jovens sem trabalho e pelo aumento da exclusão social, que pode induzir a actividades criminosas e até mesmo ao recrutamento de terroristas. Não podemos ficar indiferentes perante as vozes destes irmãos e irmãs. Estão-nos pedindo não só que lhes demos uma ajuda material, necessária em muitas circunstâncias, mas sobretudo que os ajudemos a defender a sua dignidade de pessoas humanas, de modo que possam reencontrar as energias espirituais para levantarem e voltarem a ser protagonistas das suas histórias. Além disso pedem-nos para lutar, à luz do Evangelho, contra as causas estruturais da pobreza, a desigualdade, a falta de um trabalho digno, da terra e da casa, a negação dos direitos sociais e laborais. Como cristãos, somos chamados a vencer, juntos, a globalização da indiferença – que, hoje, parece deter a supremacia – e a construir uma nova civilização do amor e da solidariedade.
Uma segunda voz que brada forte é a das vítimas dos conflitos em muitas partes do mundo. Esta voz, ouvimo-la ressoar muito bem a partir daqui, porque algumas nações vizinhas estão marcadas por uma guerra atroz e desumana. Turvar a paz de um povo, cometer ou consentir qualquer género de violência, especialmente contra pessoas frágeis e indefesas, é um pecado gravíssimo contra Deus, porque significa não respeitar a imagem de Deus que está no homem. A voz das vítimas dos conflitos impele-nos a avançar apressadamente no caminho de reconciliação e comunhão entre católicos e ortodoxos. Aliás, como podemos anunciar com credibilidade a mensagem de paz que vem de Cristo, se entre nós continuam a existir rivalidades e contendas? (cf. Paulo VI, Exort. ap. Evangelii nuntiandi, 77).
Uma terceira voz que nos interpela é a dos jovens. Hoje, infelizmente, há tantos jovens que vivem sem esperança, dominados pelo desânimo e a resignação. Além disso, influenciados pela cultura dominante, muitos jovens buscam a alegria apenas na posse de bens materiais e na satisfação das emoções do momento. As novas gerações não poderão jamais adquirir a verdadeira sabedoria e manter viva a esperança, se nós não formos capazes de valorizar e transmitir o autêntico humanismo, que brota do Evangelho e da experiência milenar da Igreja. São precisamente os jovens – penso, por exemplo, nas multidões de jovens ortodoxos, católicos e protestantes que se reúnem nos encontros internacionais organizados pela comunidade de Taizé – que hoje nos pedem para avançar rumo à plena comunhão. E isto, não porque eles ignorem o significado das diferenças que ainda nos separam, mas porque sabem ver mais além, são capazes de captar o essencial que já nos une.
Santidade, estamos já a caminho para a plena comunhão e já podemos viver sinais eloquentes de uma unidade real, embora ainda parcial. Isso nos conforta e sustenta na prossecução deste caminho. Temos a certeza de que, ao longo desta estrada, somos apoiados pela intercessão do Apóstolo André e do seu irmão Pedro, considerados pela tradição os fundadores das Igrejas de Constantinopla e de Roma. Imploramos de Deus o grande dom da unidade plena e a capacidade de o acolher nas nossas vidas. E não nos esqueçamos jamais de rezar uns pelos outros”.
A Liturgia Bizantina é comum a todas as Igrejas de tradição bizantina (ortodoxas e católica) da Grécia, Oriente Médio, Leste Europeu e sul da Itália. Na celebração da Divina Liturgia, o sacerdote com todos os fiéis olham para o Oriente – de onde Cristo virá na sua Glória.(from Vatican Radio).
Fonte: Rádio Vaticano

PAPA FRANCISCO ASSEGURA EMPENHO NA BUSCA DA UNIDADE COM OS ORTODOXOS


Neste último dia da sua viagem apostólica à Turquia, o Papa Francisco esteve presente, na igreja patriarcal de São Jorge, em Istambul, à solene Divina Liturgia da festa de Santo André, presidida pelo Patriarca de Constantinopla, Bartolomeu I. Uma celebração quase inteiramente cantada, segundo a rica tradição comum a todas as Igrejas de tradição bizantina (ortodoxas e católicas) da Grécia, do Médio Oriente, do Leste europeu e mesmo do sul da Itália. 
Intervindo no final da celebração, o Papa Francisco sublinhou a importância da experiência do encontro pessoal, tanto na vida da cristã como no caminho ecumênico e recordou três “vozes” que as Igrejas cristãs não podem deixar de ouvir: a voz dos pobres, das vítimas dos conflitos e dos jovens. Não faltou uma referência ao recente atentado numa mesquita da Nigéria.
… a vida cristã é uma experiência pessoal, um encontro transformador com Aquele que nos ama e nos quer salvar. Também o anúncio cristão se difunde graças a pessoas que, apaixonadas por Cristo, não podem deixar de transmitir a alegria de serem amadas e salvas. Neste sentido, é esclarecedor o exemplo do Apóstolo André, referido no evangelho de São João: depois de ter seguido Jesus até onde ele morava detendo-se ali com Ele, «encontrou primeiro o seu irmão Simão e disse-lhe: “Encontramos o Messias!” – que quer dizer Cristo. E levou-o até Jesus». Fica, assim claro que nem sequer o diálogo entre cristãos pode subtrair-se a esta lógica do encontro pessoal – sublinhou o Papa, que evocou, como exemplo, o abraço entre o Patriarca Atenágoras e Papa Paulo VI, há cinquenta anos, em Jerusalém. 
Recordando o Decreto do Concílio Vaticano II sobre a busca da unidade entre todos os cristãos, Unitatis redintegratio, publicado há precisamente 50 anos, o Papa sublinhou que neste “documento fundamental” a Igreja católica reconhece que as Igrejas ortodoxas «têm verdadeiros sacramentos e principalmente, em virtude da sucessão apostólica, o sacerdócio e a Eucaristia». Afirma-se, portanto, que, para guardar fielmente a plenitude da tradição cristã e levar a termo a reconciliação dos cristãos do Oriente e do Ocidente, é de extrema importância conservar e sustentar o riquíssimo patrimônio das Igrejas do Oriente, não só no que diz respeito às tradições litúrgicas e espirituais, mas também as disciplinas canônicas, sancionadas pelos santos padres e pelos concílios, que regulam a vida dessas Igrejas.Considero importante reiterar o respeito deste princípio como condição essencial e recíproca para o restabelecimento da plena comunhão, que não significa submissão de um ao outro nem absorção, mas sim acolhimento de todos os dons que Deus deu a cada um para manifestar ao mundo inteiro o grande mistério da salvação realizado por Cristo Senhor por meio do Espírito Santo. 
Quero assegurar a cada um de vós que, para se chegar à suspirada meta da plena unidade, a Igreja católica não tem intenção de impor qualquer exigência, excepto a da profissão da fé comum, e que estamos prontos a buscar juntos, à luz do ensinamento da Escritura e da experiência do primeiro milênio, as modalidades pelas quais garantir a necessária unidade da Igreja nas circunstâncias atuais. A única coisa que a Igreja católica deseja e que eu procuro como Bispo de Roma, «a Igreja que preside na caridade» (declarou ainda o Papa), é a comunhão com as Igrejas ortodoxas. Esta comunhão será sempre fruto do amor «que foi derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado», amor fraterno que dá expressão ao vínculo espiritual e transcendente que nos une como discípulos do Senhor.
Foi neste contexto que Papa Francisco recordou a necessidade de escutar aquelas vozes que se erguem com intensidade no mundo atual: os pobres, as vítimas dos conflitos e os jovens. Antes de mais os pobres, que sofrem de grave desnutrição, com o desemprego crescente e pelo aumento da exclusão social. 
Não podemos ficar indiferentes perante as vozes destes irmãos e irmãs. Estão-nos pedindo não só que lhes demos uma ajuda material, necessária em muitas circunstâncias, mas sobretudo que os ajudemos a defender a sua dignidade de pessoas humanas. Além disso – observou o Papa – eles pedem-nos para lutar, à luz do Evangelho, contra as causas estruturais da pobreza, a desigualdade, a falta de um trabalho digno, da terra e da casa, a negação dos direitos sociais e laborais. Como cristãos, somos chamados a vencer, juntos, a globalização da indiferença. 
Uma segunda voz que brada forte em muitas partes do mundo é a das vítimas dos conflitos – prosseguiu o Papa, evocando “algumas nações vizinhas” da Turquia, “marcadas por uma guerra atroz e desumana”.  Turvar a paz de um povo, cometer ou consentir qualquer gênero de violência, especialmente contra pessoas frágeis e indefesas, é um pecado gravíssimo contra Deus, porque significa não respeitar a imagem de Deus que está no homem. A voz das vítimas dos conflitos impele-nos a avançar apressadamente no caminho de reconciliação e comunhão entre católicos e ortodoxos. 
Neste contexto, o Papa fez uma referência expressa às vítimas do recente atentado numa mesquita da Nigéria, exprimindo todo o sofrimento e solidariedade perante este atroz ato de violência contra fiéis reunidos num local de oração.  Finalmente, uma terceira voz que nos interpela é a dos jovens. Muitos deles vivem sem esperança, dominados pelo desânimo e a resignação. 
As novas gerações não poderão jamais adquirir a verdadeira sabedoria e manter viva a esperança, se nós não formos capazes de valorizar e transmitir o autêntico humanismo, que brota do Evangelho e da experiência milenar da Igreja. São precisamente os jovens… que hoje nos pedem para avançar rumo à plena comunhão.(from Vatican Radio).
Fonte; Rádio Vaticano

PAPA FRANCISCO PRESENTE NA DIVINA LITURGIA DA FESTA DE SANTO ANDRÉ, EM ISTAMBUL


Momento culminante da viagem do à Turquia: Papa assiste à Divina Liturgia presidida pelo Patriarca Bartolomeu.
A celebração da festa de Santo André, patrono do patriarcado ecumênico, teve início às 9.30 locais na igreja patriarcal de São Jorge. Todos os anos, nesta celebração participa uma delegação da Igreja Católica, como também uma delegação do Patriarcado de Constantinopla participa anualmente, em Roma, na festa de São Pedro e São Paulo.
A celebração pode ser seguida em direta, com vídeo, em streaming, neste mesmo site.(from Vatican Radio).
Fonte: Rádio Vaticano

HORÁRIO DE MISSAS

Paróquia São Vicente de Paulo, à Avenida Desembargador Moreira, 2211, no bairro Dionísio Torres, em Fortaleza.

*Diariamente: 6h30 e 17h30
* De 3ª a 6ª: 11h30 e 19 horas
*Sábado: Paróquia São Vicente de Paulo, à Avenida Desembargador Moreira, 2211, no bairro Dionísio Torres, em Fortaleza.

6h30, 12 horas e 17h30
* Domingo: 6h30, 8h30, 11h30, 17h30 e 19h30

Comunidade Face de Cristo, à Rua Edmilson Barros de Oliveira, 191, no bairro Cocó, em Fortaleza

* De segunda à sexta-feira: 7 horas.
* Domingo: às 8 e 18h30

 Paróquia São João Eudes:

Na Igreja  Menino Deus, à Rua Jaime Leonel, s/n, no bairro Luciano Cavalcante

* Às 3ªs e 5ªs feiras, às 19 horas
* Domingo: às 7 e 19 horas.

Na Capela Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, à rua Albert Sabin, s/n, no bairro Cocó/Guararapes.

* Às  4ªs feiras, às 18h30, novena de Nossa Senhor do Perpétuo Socorro, às 19 horas, missa e, às sextas-feiras, às 18h30, Adoração ao Santíssimo Sacramento e, logo em seguida, missa.
* Domingo: às 9, 17 e 19 horas.

Paróquia Nossa Senhora da Assunção (Santuário), no bairro Barra do Ceará

* De terça-feira a sábado, as 6 e 19horas.
*Domingo : às 7, 9, 17, 18h30 e 20horas.

Paróquia Nossa Senhora Aparecida, à Avenida Gomes de Matos, no bairro Montese.

*De 2ª à sexta-feiras, às 18h30, exceto nas terças-feiras.
*Domingo: às 7, 9,17 e 19 horas;*Nos dias 12, Missa em honra a Nossa Senhora Aparecida; dia 13, Nossa Senhora de Fátima, e dia19, Santo Expedito. E toda 1ª terça-feira do mês, Missa de Cura.

Paróquia do Coração de Jesus, no Centro de Fortaleza, na Praça do Coração de Jesus.

*Diariamente, de segunda-feira a domingo, às 7 horas.
* Domingo: às 7,8,30, 16 e 18 horas.

Paróquia de Cristo Rei, à Rua Nogueira Acioli, 263, na Aldeota.

De segunda-feira à sexta-feira, às 6h30 e às 17 horas
Sábado, às 6h30, 17 e 19 horas.
Domingo, 6h30, 9, 11, 17 e 19 horas
Últimas terças-feiras: “Noite da Misericórdia”. Observação: não há missa das 17 horas.
Dia 13 – Missa Mariana: às 12 horas, na Igreja Matriz e às 18 horas, na Praça Ceart.

Paróquia Nossa Senhora do Carmo, na Avenida Duque de Caxias, no Centro de Fortaleza

Domingo, às 8, 10, 17 e 18h30
Sábado, às 7h30, 17h30 e 17h30
De 3ª A 6ª feira, às 7h30 e 17 horas.     

Paróquia de Santa Luzia,  Rua Tenente Benévolo esquina com Rua Antônio Augusto

Diàriamente, às 17 horas
Sábado, às 17 e 19 horas.
Domingo, às 8, 10 (missa das crianças), 17 e 19 horas (missa dos jovens)
Todo dia 13 de cada mês, missa às 12 horas, em honra a Nossa Senhora de Fátima.

Paróquia de São Gonçalo do Amarante, a 57 quilômetros distante de Fortaleza

De terça-feira à sexta-feira, às 18 horas.
Domingo, às 19 horas.

Igreja Matriz de São José - Lagoa Redonda (Avenida Recreio, 1815)
- Sábado, 20 horas
- Domingo, 7 e 17h30

Capela de Santa Edwiges, Conjunto Curió Lagoa Redonda (Rua Isabel Ferreira, 1001)
- Domingo às 9 horas

Igreja dos Remédios – Benfica – na Avenida da Universidade
- Às segundas e quartas-feiras, às 6h30m.
- Às terças, quintas e sextas-feiras, às 17h30min.
- Aos sábados – 15h30min e 17 horas.
- Aos domingos, às 7, 17 e 19 horas.
- Domingos, ás 9horas, Missa com crianças (exceto no 1. domingo de cada mês, dia dos batizados)
- No primeiro sábado, missa pela saúde e todo o dia 13, às 12 horas, celebração em honra a Nossa Senhora. Mais informações pelo telefone (85) 3223.5644.

Envie-nos os horários de Missa de sua Paróquia ou Comunidade para o e-mailvaivém@secrel.com.br

EVANGELHO DO DIA

Marcos 13,33-37
 Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Marcos.— Glória a vós, Senhor.Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 33Cuidado! Ficai atentos, porque não sabeis quando chegará o momento. 34É como um homem que, ao partir para o estrangeiro, deixou sua casa sob a responsabilidade de seus empregados, distribuindo a cada um sua tarefa. E mandou o porteiro ficar vigiando.35Vigiai, portanto, porque não sabeis quando o dono da casa vem: à tarde, à meia-noite, de madrugada ou ao amanhecer. 36Para que não suceda que, vindo de repente, ele vos encontre dormindo. 37O que vos digo, digo a todos: Vigiai!” Palavra da Salvação.

REFLEXÕES SOBRE AS LEITURAS DE HOJE

30/11/2014 - I Domingo do Advento 

1ª. Leitura – Isaias 63, 16-17.19; 64,2-7  - “somos obras das mãos do Oleiro”

O homem por si só nem que se esforce muito, poder se salvar pelas obras que pratica.   Por isso o profeta retrata aqui a incapacidade do homem que clama pela presença do Deus poderoso e misericordioso fazendo um apelo para que volte atrás no seu furor por causa da humanidade decaída. Ele reconhece a paternidade de Deus que, apesar das nossas faltas, vem ao encontro de quem com alegria pratica a justiça e se lembra dele em seus caminhos. Nunca poderíamos ter chance de uma vida nova se não fora a misericórdia e o amor infinito de Deus que providenciou para nós a salvação. Somos barro, mas somos obras das Suas mãos e só Ele poderá nos modelar e nos restaurar. Ele é o oleiro que tem o modelo de cada um de nós delineado no Seu coração. Porém, há muitas pessoas que ainda não compreenderam isto e não se lembram de invocar o Seu auxílio e a Sua proteção. Esses continuarão murchando como folhas e vivendo na secura e na solidão do deserto. Neste tempo de espera tenhamos o nosso coração voltado para o nosso Deus e Redentor, o Único que nos pode salvar. – Você também tem clamado a Deus por misericórdia e salvação? – Você se rende diante da Majestade de Deus Pai? – Você reconhece Deus como um Pai cheio de amor que se preocupa com você? – Você invoca a presença do Senhor na sua vida?

Salmo 79 – “Iluminai a vossa face sobre nós, convertei-nos para que sejamos salvos!”

É esta a súplica que parte de dentro do nosso coração e que os nossos lábios pronunciam. “Despertai vosso poder, ó nosso Deus e vinde logo nos trazer a salvação!” Somos a vinha do Senhor, fomos plantada por Ele, por isso, precisamos da Sua presença e do Seu cuidado constante. Que a Mão do Senhor pouse sobre todos nós, que possamos sentir a vida nova que Ele nos concede para que  louvemos o Seu Nome para sempre e sejamos salvos.

2ª. Leitura 1 Coríntios 1, 3-9 –  “é tempo de repensar a vida”

O nosso testemunho sobre Cristo, aumenta em nós a riqueza da palavra e do conhecimento de Deus. Dessa maneira, na medida em que caminhamos e por causa da nossa esperança na revelação de Jesus Cristo não nos faltará dom algum. É Ele quem também nos dará perseverança na vivência dessas virtudes para que possamos manter um procedimento irrepreensível até o fim quando teremos que prestar contas das nossas ações diante Dele. Por isso, é tempo de repensar a vida! É tempo também de purificar o coração para esperar o Senhor. Tempo de reconhecer as faltas e de abraçar as virtudes. Necessitamos reconhecer os nossos dons para colocá-los à disposição de Deus que nos dá possibilidades para vivermos um tempo novo de comunhão com Ele e como nossos irmãos e irmãs. Somos filhos de Deus e irmãos do Seu Filho Jesus Cristo, não desperdicemos, pois, o tempo precioso em que vivemos e sejamos também, perseverantes e fiéis assim como Deus é fiel. – Você reconhece que tem muitos dons? - Qual o dom que você coloca à disposição de Deus para o tempo presente? - Qual o propósito que você faz diante do Senhor, para o próximo ano? – Você é perseverante?


Evangelho -  Marcos 13, 33-37 – “O tempo urge”.

Não podemos nos acomodar pensando que ainda teremos muito tempo para ser vivido. Somos administradores do reino de Deus aqui na terra e seus empregados, cada um com sua tarefa. O dono da casa nos entregou a sua casa e espera de cada um de nós a realização daquilo que nos foi confiado. Ele pode chegar a qualquer hora do dia ou da noite. “Dormir” seria desperdiçar tempo, recusar oportunidades, ficar na penúria.  O tempo urge, a fila anda e cada minuto da nossa existência é precioso para que possamos trabalhar a fim de realizar as obras que o Senhor espera receber das nossas mãos.  O Senhor espera de nós obras concretas de misericórdia e de amor. Ele nos motiva e nos dá condições para que isto aconteça. A sua Palavra é um farol que ilumina a nossa inteligência e nos direciona para que tudo saia a contento. Se, realmente nós vivenciarmos os ensinamentos de Jesus, com certeza, estaremos preparados para nos apresentar na presença do Senhor que virá. Portanto, não durmamos porque o dia já vem clareando e o dono da casa poderá chegar de uma hora para outra.  - Como você está na sua vida: na janela somente vendo a banda passar? - O que falta para você seguir na Banda do Senhor? - Você tem consciência de que Deus espera de você a sua parte? Que parte será essa?  

Helena Serpa,
Fundadora da Comunidade Missionária Um Novo Caminho

REFLETINDO SOBRE O EVANGELHO



Marcos 13, 33-37

1º DOMINGO DO ADVENTO ANO B

Hoje é o primeiro domingo do ano litúrgico. A sociedade civil começa o ano no dia 1º de janeiro. A Igreja tem seu próprio ano que começa com o 1º domingo do advento e termina com a festa de Cristo Rei. Durante o ano litúrgico, a Igreja celebra os principais fatos da história da salvação e do Mistério de Cristo: Natal, Semana Santa, Páscoa, Pentecostes. Celebra outras festas importantes como Santíssima Trindade, Sagrado Coração de Jesus, festas de Nossa Senhora e dos Santos. Pará nós, como membros da Igreja, começa então um Ano Novo. Isto deve significar: fazer bons propósitos, ter renovado ardor, procurar fazer deste ano melhor possível, engajar-se na comunidade.
Celebramos também hoje o primeiro domingo do advento. Advento quer dizer "vinda". Este tempo nos lembra aquele que o povo do Antigo Testamento esperava a vinda do salvador, do Messias. Advento é tempo de alegria e esperança, de conversão e caminho de encontro do Senhor que "está para chegar". A ação de Deus que se manifesta no Advento e infunde em toda a humanidade uma grande e alegre esperança, que reforça a luta pela vida. Se Deus está para chegar, trazendo luz e alegria, toda tristeza há de se acabar e toda escuridão da existência humana será iluminada. O Advento é tempo para o cultivo da esperança, forte e paciente, mas sobretudo ativa e dinâmica. Isso exige conversão para os valores do evangelho: partilha dos bens com os mais pobres, os preferidos de Deus; solidariedade com os miseráveis, tão feridos em suas dignidades fundamentais; e a fraternidade universal. Neste tempo de graça os espinhos do mal devem ser queimados em nossas estradas e de sua cinzas devem nascer rosas de justiça, amor e esperança. Precisamos neste tempo propício esculpir a imagem de Deus amor dentro de nós e projetemo-la para o nosso irmão.
Para este ano litúrgico B a Igreja apresenta o evangelho de São Marcos escrito pelos anos 65, onde foi redigido numa época difícil, marcada por convulsões histórico-sociais no Império Romano, particularmente a Palestina. E para este domingo é colocado o capitulo 13 de Marcos onde está contido a mais longo discurso de Jesus. Provavelmente foi o último texto inserido no evangelho, para esclarecer o sentido dos acontecimentos dos anos 67-70: a guerra dos judeus contra os romanos, terminando com a derrota dos primeiros e segunda destruição do templo de Jerusalém.
O evangelho de hoje ( Marcos 13, 33-37 ) insiste numa vigilância ativa e corajosa. Jesus quer que o esperemos em estado de vigilância dinâmica: não alienados da realidade, mas amando e servindo, crendo e trabalhando. Ele nos conta uma pequena parábola onde nos diz que o patrão parte para viagem. Deixa para cada um de seus empregados tarefas a serem realizadas. O caráter imprevisível da volta, a qualquer hora da noite, implica na atitude de vencer o cansaço para não ser pego desprevenido. Isso significa fidelidade na missão confiada a cada um. O dever de estar atentos é de todos. Vigiar não significa cruzar os braços e deixar as coisas acontecerem, mas é contribuir para que as coisas aconteçam de acordo com a Palavra de Deus. Desejamos a todos os leitores desta coluna: uma feliz preparação para o Natal e um bom domingo.

Pe. Raimundo Neto.
Pároco de São Vicente

SANTO DO DIA- SANTO ANDRÉ APÓSTOLO

Hoje a Igreja está em festa, pois celebramos a vida de um escolhido do Senhor para pertencer ao número dos Apóstolos.
Santo André nasceu em Betsaida, no tempo de Jesus, e de início foi discípulo de João Batista até que aproximou-se do Cordeiro de Deus e com São João, começou a segui-lo, por isso André é reconhecido pela Liturgia como o “protocleto”, ou seja, o primeiro chamado: “Primeiro a escutar o apelo, ao Mestre, Pedro conduzes; possamos ao céu chegar, guiados por tuas luzes!”
Santo André se expressa no Evangelho como “ponte do Salvador”, porque é ele que se colocou entre seu irmão Simão Pedro e Jesus; entre o menino do milagre da multiplicação dos pães e Cristo; e, por fim, entre os gentios (gregos) e Jesus Cristo. Conta-nos a Tradição que depois do Batismo no Espírito Santo em Pentecostes, Santo André teria ido pregar o Evangelho na região dos mares Cáspio e Negro.
Apóstolo da coragem e alegria, Santo André foi fundador das igrejas na Acaia, onde testemunhou Jesus com o seu próprio sangue, já que foi martirizado numa cruz em forma de X, a qual recebeu do santo este elogio: “Salve Santa Cruz, tão desejada, tão amada. Tira-me do meio dos homens e entrega-me ao meu Mestre e Senhor, para que eu de ti receba o que por ti me salvou!”
Santo André Apóstolo, rogai por nós!
Fonte: Canção Nova Notícias