O apelo do Papa, após o Angelus, para a população do país ao norte da África atingido por um terremoto devastador. O balanço divulgado no início deste domingo (10) é de mais de 2 mil mortos e outros mais de 2 mil feridos, muitos deles gravíssimos. Francisco orou pelas vítimas e familiares, agradeceu as equipes de resgate, esperando que "a ajuda concreta de todos possa apoiar a população".
Alessandro
Di Bussolo - Vatican News
“Queridos irmãos e irmãs,
gostaria de expressar a minha proximidade ao querido povo do Marrocos, atingido
por um terremoto devastador. Rezo pelos feridos, por aqueles que perderam a
vida - tantos! - e por seus familiares. Agradeço aos socorristas e a todos os
que estão trabalhando para aliviar o sofrimento das pessoas; que a ajuda concreta
de todos possa apoiar a população neste momento trágico: estamos próximos ao
povo do Marrocos!”
A
manifestação de solidariedade do Papa veio após a oração mariana do Angelus
neste domingo (10), dois dias depois do violento terremoto registrado na noite de
sexta-feira (8) naquele país ao norte da África. O último balanço das vítimas,
divulgado no início da manhã deste domingo (10), confirmava que mais de 2 mil
pessoas perderam a vida, são também mais de 2 mil os feridos, 1.400 deles em
estado grave.
Corrida contra o tempo para salvar as pessoas sob os escombros
E é uma
corrida contra o tempo para tentar salvar as vidas presas nos escombros.
"As próximas 24 a 48 horas serão críticas", lembrou Caroline Holt,
diretora de operações da Federação Internacional das Sociedades da Cruz
Vermelha. "Os esforços de busca e resgate terão prioridade, é claro, além
de garantir que as pessoas que sabemos que são sobreviventes sejam
assistidas."
A situação
é crítica nas áreas rurais do epicentro do terremoto, onde muitas casas,
construídas com tijolos de barro, desabaram, e as estradas de acesso aos
vilarejos ainda permanecem inacessíveis. De acordo com o Escritório da ONU para
a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), mais de 300 mil pessoas em
Marrakech e arredores estão precisando de ajuda, enfatizando que está
"monitorando de perto a situação e está pronta para fornecer apoio".
A ONU havia dito anteriormente que estava pronta para "ajudar o governo do
Marrocos em seus esforços para ajudar a população afetada".
O epicentro a 70 quilômetros de Marrakech
O epicentro
do tremor devastador daqueles 30 segundos dramáticos da sexta-feira, 8 de
setembro, às 23h11, horário local, foi localizado a 70 quilômetros de
Marrakech, a uma profundidade de 10 quilômetros. A magnitude registrada foi de
6,8 na escala Richter, que abalou a região de Marrakech, no Marrocos. É o
terremoto mais grave em termos de intensidade na história do país. Devido ao
desmoronamento, as equipes de resgate tiveram muita dificuldade para chegar às
áreas mais afetadas, especialmente nas áreas montanhosas.
O tremor da sexta-feira 8 foi sentido em todo o Marrocos
Em Marrakech, as muralhas
erguidas em 1120 para defender a cidade de ataques de tribos berberes foram
danificadas. Na famosa Praça Jamaa el Fna, o minarete de uma
pequena mesquita desabou e várias rachaduras apareceram na torre do sino da
igreja católica no distrito de Gueliz. Também houve danos extensos em outras
partes do país. O tremor foi sentido em toda a cordilheira do Atlas, em
Merzouga, uma das portas do deserto, mas também nas cidades litorâneas de
Essaouira e Agadir, de frente para o Oceano Atlântico, na área centro-sul de
Ouarzazate e do outro lado da cordilheira em Casablanca, até Rabat.
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