quinta-feira, 30 de abril de 2020

CNBB CONCLAMA A SOCIEDADE E OS RESPONSÁVEIS PELOS PODERES PÚBLICOS A SE UNIREM À PREVENÇÃO E AO COMBATE À COVID-19




CNBB conclama a sociedade e os responsáveis pelos poderes públicos a se unirem à prevenção e ao combate à Covid-19
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, CNBB, por meio do seu Conselho Episcopal Pastoral (Consep), reafirmou, em nota, seu compromisso com o “Pacto pela Vida e pelo Brasil”, divulgado no dia 7 de abril, assinado inicialmente por seis respeitadas instituições da sociedade civil e, posteriormente, por mais de 150 entidades. O Pacto considera que “a hora é grave e clama por liderança ética, arrojada, humanística, que ecoe um pacto firmado por toda a sociedade, como compromisso e bússola para a superação da crise atual”.
Na nota intitulada “Posicionamento da CNBB – Em defesa da Democracia, pela Justiça e pela Paz” -, a CNBB considera que esta é a mais grave crise sanitária dos últimos tempos e afirma ser este momento dificílimo, que clama pelo efetivo exercício da solidariedade e da caridade. “É tempo das palavras e atitudes serenas de paz, de fé e de esperança, de respeito às leis e à democracia”, diz um trecho.
“É com perplexidade e indignação que assistimos manifestações violentas contra as medidas de prevenção ao coronavírus; que ouvimos declarações enviesadas de desprezo pela vida, por parte de agentes públicos sobre a morte de milhares de brasileiros e brasileiras contaminados pelo covid-19; que vimos acontecer eventos atentatórios à ordem constitucional, com a participação de autoridades públicas, onde se defendeu o fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal, a volta do AI-5 e o retorno aos sombrios tempos da ditadura; que todo o Brasil soube de denúncias acerca da politização da justiça, ferindo sua necessária autonomia de investigação”.
No texto a CNBB deixa claro que a Doutrina Social da Igreja ensina, com clareza, a intocável harmonia e cooperação entre os Poderes, base constitutiva da República, garantia do Estado Democrático de Direito, o princípio de que “é preferível que cada poder seja equilibrado por outros poderes e outras esferas de competência que o mantenham no seu justo limite. Este é o princípio do ‘Estado de direito’, no qual é soberana a lei, e não a vontade arbitrária dos homens.” (CDSI, 408).
Também considera que buscar soluções para os problemas do Brasil fora da institucionalidade democrática e em confronto com os poderes da República, coloca em risco a democracia e a integridade do povo brasileiro. “Nessa perspectiva, não são toleráveis as manifestações sociais que atentam contra a Constituição, assim como não é tolerável que qualquer autoridade viole os preceitos constitucionais e despreze a vida. Espera-se das instituições republicanas, garantidoras do Estado de direito, a devida responsabilização dos que atentam contra a ordem democrática”, diz outro trecho.
Reiterando o posicionamento contido no “Pacto pela Vida e pelo Brasil”, a CNBB conclama a sociedade e os responsáveis pelos poderes públicos a se libertarem dos “vírus mortais da discórdia”, da violência, do ódio e a se unirem no único confronto que a todos interessa nesse momento: a prevenção e o combate à Covid-19, em defesa da vida, especialmente a dos mais pobres e vulneráveis.
O texto salienta, ainda, que o cuidado da saúde das pessoas e da economia são fundamentais para a garantia da vida em sua plenitude e não se opõem. “Sob a proteção de Nossa Senhora Aparecida, Maria, mãe discípula de Jesus, irmanamo-nos na luta empenhada por justiça e paz e pela democracia plena, onde deve prevalecer o bem comum e a dignidade de cada pessoa, como partícipe da construção de uma nova sociedade marcada pela solidariedade, como nos ensina o Papa Francisco”, finaliza.
A nota pode ser acessada, na íntegra, (aqui).
Fonte: CNBB

DE ROMA, O PE. RAFHAEL NOS ENVIA UM ESQUEMA PARA A REZA DO TERÇO, COM DUAS OPÇÕES DE ORAÇÕES SUGERIDAS PELO PAPA FRANCISCO




De Roma, o padre Rafhael Maciel, nos envia um esquema simples, com duas opções de orações , que o papa Francisco sugeriu para a reza do Terço no mês de maio.

TERÇO EM FAMÍLIA

 Mês de Maio 2020
O Santo Padre, Papa Francisco, lembrou a todos nós, católicos, através de uma pequena Carta, que se aproxima o mês de maio, e com ele um período todo especial de devoção à Santa Mãe de Deus e nossa, a Virgem Maria. Segue abaixo um pequeno esquema da oração Rosário que pode ser usado nas nossas casas. Acompanha esse pequeno roteiro as duas orações que o Papa pede que sejam rezadas ao final da oração mariana do Terço. Reproduzimos aqui, as palavras da Carta do Papa Francisco:

CARTA DO PAPA FRANCISCO

 a todos os fiéis para o MÊS de MAIO de 2020
 Queridos irmãos e irmãs! Já está próximo o Mês de Maio, no qual o povo de Deus manifesta de forma particularmente intensa o seu amor e devoção à Virgem Maria. Neste mês, é tradição rezar o Terço em casa, com a família; dimensão esta - a doméstica -, que as restrições da pandemia nos “forçaram” a valorizar, inclusive do ponto de vista espiritual. Por isso, pensei propor-vos a todos que volteis a descobrir a beleza de rezar o Terço em casa, no mês de maio. Podeis fazê-lo juntos ou individualmente: decidi vós de acordo com as situações, valorizando ambas as possibilidades. Seja como for, há um segredo para bem o fazer: a simplicidade; e é fácil encontrar, mesmo na internet, bons esquemas para seguir na sua recitação. Além disso, ofereço-vos os textos de duas orações a Nossa Senhora, que podereis rezar no fim do Terço; eu mesmo as rezarei no Mês de Maio, unido espiritualmente convosco. Junto-as a esta Carta, para que assim fiquem à disposição de todos. Queridos irmãos e irmãs, a contemplação do rosto de Cristo, juntamente com o coração de Maria, nossa Mãe, tornar-nos-á ainda mais unidos como família espiritual e ajudar-nos-á a superar esta prova. Eu rezarei por vós, especialmente pelos que mais sofrem, e vós, por favor, rezai por mim. Agradeço-vos e de coração vos abençoo. Roma, São João de Latrão, na Festa de São Marcos Evangelista, 25 de abril de 2020. Francisco Fonte:http://w2.vatican.va/content/francesco/pt/letters/2020/documents/papafrancesco_20200425_letter a-mesedimaggio.html

INICIANDO NOSSA ORAÇÃO D.: Estamos reunidos, em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. T.: Amém.
O dirigente convida cada um pôr sua intenção para a oração do Terço. Logo após faz o OFERECIMENTO: Divino Jesus, eu vos ofereço este Terço (Rosário) que vou rezar, contemplando os mistérios de nossa Redenção. Concedei-me, pela intercessão de Maria, vossa Mãe Santíssima, a quem me dirijo, as graças necessárias para bem rezá-lo para ganhar as indulgências desta santa devoção.
CREDO Pai-Nosso Ave-Maria (3x) Glória ao Pai Ó meu Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do Inferno; levai as almas todas para o Céu. Principalmente as que mais precisarem.
O dirigente propõe a contemplação dos Mistérios, segundo as indicações: Mistérios Gozosos (segundas e sábados)
1. No primeiro mistério contemplemos a Anunciação do Arcanjo São Gabriel à Nossa Senhora. 2. No segundo mistério contemplemos a Visitação de Nossa Senhora à sua prima Santa Isabel. 3. No terceiro mistério contemplemos o Nascimento do Menino Jesus em Belém.
4. No quarto mistério contemplemos a Apresentação do Menino Jesus no templo e a Purificação de Nossa Senhora.
5. No quinto mistério contemplemos a Perda e o Encontro do Menino Jesus no templo.

Mistérios Dolorosos (terças e sextas-feiras)
1. No primeiro mistério contemplemos a Agonia de Cristo Nosso Senhor, quando suou sangue no Horto.
 2. No segundo mistério contemplemos a Flagelação de Jesus Cristo atado à coluna.
3. No terceiro mistério contemplemos a Coroação de espinho de Nosso Senhor.
4. No quarto mistério contemplemos Jesus Cristo carregando a Cruz para o Calvário.
5. No quinto mistério contemplemos a Crucificação e morte de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Mistérios Gloriosos (quartas-feiras e domingos)
1. No primeiro mistério contemplemos a Ressurreição de Cristo Nosso Senhor.
2. No segundo mistério contemplemos a Ascensão de Nosso Senhor ao Céu.
3. No terceiro mistério contemplemos a Vinda do Espírito Santo sobre os Apóstolos reunidos com Maria Santíssima no Cenáculo em Jerusalém.
4. No quarto mistério contemplemos a Assunção de Nossa Senhora ao Céu.
5. No quinto mistério contemplemos a Coroação de Nossa Senhora no Céu como Rainha de todos os anjos e santos.

Mistérios Luminosos (quinta-feira)
1. No primeiro mistério contemplemos o Batismo de Jesus no rio Jordão.
2. No segundo mistério contemplemos a autorrevelação de Jesus nas Bodas de Caná.
3. No terceiro mistério contemplemos o Anúncio do Reino de Deus.
4. No quarto mistério contemplemos a Transfiguração de Jesus. 5.
No quinto mistério contemplemos a Instituição da Eucaristia.

AGRADECIMENTO Infinitas graças vos damos, Soberana Rainha, pelos benefícios que todos os dias recebemos de vossa mão liberais. Dignai-vos, agora e para sempre, tomar-nos debaixo do vosso poderoso amparo e para mais vos agradar vos saudamos com uma Salve Rainha: Salve Rainha, Mãe de Misericórdia, vida, doçura, esperança nossa, salve! A vós bradamos, os degredados filhos de Eva; a vós suspiramos gemendo e chorando neste vale de lágrimas. Eia, pois, advogada nossa esses vossos olhos misericordiosos a nós volvei, e depois deste desterro nos mostrai a Jesus, bendito fruto do vosso ventre, ó Clemente, ó Piedosa, ó Doce, sempre virgem Maria. V. Rogai por nós, Santa Mãe de Deus, R. Para que sejamos dignos das promessas de Cristo. Amém.

ORAÇÕES PROPOSTAS PELO PAPA FRANCISCO (a serem recitadas, à escolha, no final do Terço)

Oração à Nossa Senhora (I) Ó Maria, Vós sempre resplandeceis sobre o nosso caminho como um sinal de salvação e de esperança. Confiamo-nos a Vós, Saúde dos Enfermos, que permanecestes, junto da cruz, associada ao sofrimento de Jesus, mantendo firme a vossa fé. Vós, Salvação do Povo Romano, sabeis do que precisamos e temos a certeza de que no-lo providenciareis para que, como em Caná da Galileia, possa voltar a alegria e a festa depois desta provação. Ajudai-nos, Mãe do Divino Amor, a conformar-nos com a vontade do Pai e a fazer aquilo que nos disser Jesus, que assumiu sobre Si as nossas enfermidades e carregou as nossas dores para nos levar, através da cruz, à alegria da ressurreição. Amém. À vossa proteção, recorremos, Santa Mãe de Deus; não desprezeis as nossas súplicas na hora da prova mas livrai-nos de todos os perigos, ó Virgem gloriosa e bendita.

 Oração à Nossa Senhora (II) “À vossa proteção, recorremos, Santa Mãe de Deus”. Na dramática situação atual, carregada de sofrimentos e angústias que oprimem o mundo inteiro, recorremos a Vós, Mãe de Deus e nossa Mãe, refugiando-nos sob a vossa proteção. Ó Virgem Maria, volvei para nós os vossos olhos misericordiosos nesta pandemia do coronavírus e confortai a quantos se sentem perdidos e choram pelos seus familiares mortos e, por vezes, sepultados duma maneira que fere a alma. Sustentai aqueles que estão angustiados por pessoas enfermas de quem não se podem aproximar, para impedir o contágio. Infundi confiança em quem vive ansioso com o futuro incerto e as consequências sobre a economia e o trabalho. Mãe de Deus e nossa Mãe, alcançai-nos de Deus, Pai de misericórdia, que esta dura prova termine e volte um horizonte de esperança e paz. Como em Caná, intervinde junto do vosso Divino Filho, pedindo-Lhe que conforte as famílias dos doentes e das vítimas e abra o seu coração à confiança. Protegei os médicos, os enfermeiros, os agentes de saúde, os voluntários que, neste período de emergência, estão na vanguarda arriscando a própria vida para salvar outras vidas. Acompanhai a sua fadiga heroica e dai-lhes força, bondade e saúde. Permanecei junto daqueles que assistem noite e dia os doentes, e dos sacerdotes que procuram ajudar e apoiar a todos, com solicitude pastoral e dedicação evangélica. Virgem Santa, iluminai as mentes dos homens e mulheres de ciência, a fim de encontrarem as soluções justas para vencer este vírus. Assisti os Responsáveis das nações, para que atuem com sabedoria, solicitude e generosidade, socorrendo aqueles que não têm o necessário para viver, programando soluções sociais e econômicas com clarividência e espírito de solidariedade. Maria Santíssima tocai as consciências para que as somas enormes usadas para aumentar e aperfeiçoar os armamentos sejam, antes, destinadas a promover estudos adequados para prevenir catástrofes do gênero no futuro. Mãe amadíssima, fazei crescer no mundo o sentido de pertença a uma única grande família, na certeza do vínculo que une a todos, para acudirmos, com espírito fraterno e solidário, a tanta pobreza e inúmeras situações de miséria. Encorajai a firmeza na fé, a perseverança no serviço, a constância na oração. Ó Maria, Consoladora dos aflitos, abraçai todos os vossos filhos atribulados e alcançai-nos a graça que Deus intervenha com a sua mão omnipotente para nos libertar desta terrível epidemia, de modo que a vida possa retomar com serenidade o seu curso normal. Confiamo-nos a Vós, que resplandeceis sobre o nosso caminho como sinal de salvação e de esperança, ó clemente, ó piedosa, ó doce Virgem Maria. Amém.

FINALIZANDO NOSSA ORAÇÃO D.: O Senhor nos abençoe, nos livre de todo o mal e nos conduza sempre à vida eterna, em nome do Pai e Filho e Espírito Santo. T.: Amém. D.: Permaneçamos em paz, o Senhor sempre nos acompanhe! T.: Graças a Deus.

Pe. Rafhael Silva Maciel Presbítero da Arquidiocese de Fortaleza

O BOM ANDARILHO


Padre Geovane Saraiva*
Nossa sensibilidade e circuncisão de coração, ouvidos e mente, a partir de Jesus de Nazaré, nosso bom caminheiro e andarilho, é a de que o reconheçamos, agradecidos, como companheiro e amigo em nosso sonho, arrancada ou peregrinação, na busca de justiça e verdadeira paz. No desânimo, na acídia ou mesmo no abatimento, em nossos desertos da vida, temos a mão afável e solidária do bom irmão e companheiro de caminhada, o filho do operário-carpinteiro de Nazaré e de Maria.
Jesus de Nazaré, que nos foi dado por Deus Pai, sendo a nossa paz (cf. Mq 5, 5), quer que nós, seguidores e companheiros, sejamos desafiados a testemunhá-lo, com sua viva presença na Igreja e no mundo atual, nos estigmas de dores e sofrimentos. Ele mesmo nos assegura o segredo da vida, dizendo-nos que chegou a hora de iniciarmos seu projeto de salvação, pondo-nos a caminho da felicidade eterna, como no seu próprio exemplo oferecido, indistintamente, de amor e compaixão para com todos.
Os discípulos, na experiência da ceia eucarística, embora não soubessem ainda que era Jesus de Nazaré que tinha caminhado com eles, sentem a necessidade de sua presença amiga e de sua companhia. Daí prevalece a afetuosa e sólida expressão, que deve ser também nossa: “Fica conosco, Senhor!”. “O Senhor ficar conosco” quer dizer que temos de acolher sua esperança proclamada naquele duelo triunfante, estando muito acima e indo além da esperança terrena. Evidentemente, ela será abundante e terá sua plenitude e esplendor na glória de Deus, nos tempos infinitos.
A presença do Senhor ressuscitado, o bom andarilho, transforma o desânimo daqueles dois discípulos de Emaús no alegre entusiasmo, na contumácia restaurada e na comunhão com o próprio Cristo Senhor, na mesma comunhão, da qual, nesta assoladora pandemia, somos privados temporariamente; o que nos alimenta é a resoluta e tenaz esperança em Deus, que muito em breve o teremos na presença do pão partilhado. Assim seja!
*Pároco de Santo Afonso, Blogueiro, Escritor e integra a Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza (AMLEF).

MALTA. VIAGEM DO PAPA CANCELADA E A PROFUNDA HUMANIDADE DO POVO




“Com a pandemia estamos vivendo um novo apostolado, cada vez mais pessoas seguem missa e rezam o Terço pela internet”. Entrevista com o padre Oliver Borg, jesuíta maltês, que fala sobre a viagem do Papa cancelada e a situação na ilha
Antonella Palermo – Cidade do Vaticano
O logotipo da visita do Papa recordava a chegada de Paulo na ilha com os náufragos e principalmente a acolhida dos malteses, e sua profunda humanidade como recorda as palavras do Apóstolo nos Atos. O lema da visita que deveria ser realizada em 31 de maio era: “Trataram-nos com extraordinária humanidade” (At 28, 2). No logotipo via-se as mãos dirigidas à Cruz, provenientes de um barco à deriva das ondas. As mãos como sinal de acolhida do cristão para com o próximo e a assistência aos que estão em dificuldade, abandonados ao seu destino. O barco para recordar a dramática narração do naufrágio do apóstolo Paulo na ilha de Malta e a acolhida oferecida pelos malteses a ele e aos náufragos.
Padre Olive Borg, jesuíta, que foi missionário por 45 anos no Oriente Médio e há pouco tempo de volta à sua terra natal nos fala sobre a situação de hoje na ilha.
Hoje, qual é o estado de ânimo da população?
Padre Olive Borg: Há uma certa desilusão. Todos esperavam o Papa com muito entusiasmo, com muito prazer. Sabiam que uma das razões da sua visita era para falar da situação dos refugiados, dos muitos que morrem no mar tentando chegar à Europa. Nós do Jesuit Refugee Service, esperávamos falar sobre isso e fazer com que a população se conscientizasse mais sobre a situação. Estamos atravessando um momento histórico porque aqui o governo teme a chegada de migrantes. Mas não podemos esquecer que depois da guerra, assim como aconteceu com os italianos, todos nós éramos emigrantes. Havia uma grande emigração para o Canadá, Austrália, Inglaterra, Estados Unidos. Todos nos acolhiam. Às vezes nos tratavam com pouca gentileza, é verdade, me recordo, quando se falava de malteses, nos etiquetavam também como "máfia house".
Agora como está sendo feito o trabalho do Serviço Jesuíta de Refugiados?
Padre Borg: Com muita dificuldade, também do ponto de vista financeiro. Os nossos Centros estão lotados. Antes os migrantes podiam pelo menos sair para trabalhar, agora estão sem trabalho. Temos que doar alimentos, ajudá-los nos tratamentos de saúde e no alojamento. Um grande problema.
Como vocês estão vivendo este tempo de epidemia?
Padre Borg: Mais ou menos como todos, com preocupação. Perguntamo-nos como será a nova “normalidade”. Mas nos preocupamos principalmente pelos novos pobres que estão surgindo. Mas ao mesmo tempo, o apelo da Igreja para sermos criativos, para encontrarmos novas maneiras de estar mais próximos do povo, nos estimula. Creio que as pessoas estejam apreciando, talvez descobrindo uma Igreja mais próxima. O Papa repete isso com frequência. É verdade que estamos todos no mesmo barco, creio que seja uma ocasião propícia para todos. Vejo que aqui muita gente segue a missa do Papa na Santa Marta. Talvez tenha mais pessoas que sigam a missa. E este é um novo apostolado. Nós também tivemos que fechar a nossa casa de Exercícios Espirituais aos hóspedes, mas isso não impede de oferecer-lhes oportunidade de oração pela internet. Eu por exemplo, fiz Exercícios para os professores. Faço acompanhamento espiritual pela Skype, nunca tinha pensado que faria isso.
O que transparece dos compartilhamentos espirituais?
Padre Borg: As pessoas precisam encontrar respostas, ao menos buscá-las, para esta situação, para essa ânsia, para este medo. Mesmo se não chega uma resposta clara, nomear os medos já é alguma coisa e os compartilhamentos são muito importantes. Compartilhando descobre-se novos caminhos de solidariedade. É o lado positivo desta crise. É belo ver os jovens, por exemplo, que como voluntários levam alimentos para os idosos. Destinamos uma ala da nossa casa, pois somos apenas quatro jesuítas, aos que trabalham nos asilos de idosos, aos profissionais da saúde e assistência social. Para eles, é muito arriscado voltarem às suas casas. Por isso oferecemos trinta lugares para poderem alojar. É uma bela experiência porque nem todos são cristãos, e são de várias nacionalidades. Filipinos, paquistaneses… no domingo passado rezamos todos juntos.
Está iniciando o mês mariano. A devoção a Maria é forte em Malta?
Padre Borg: Muito. Quando eu era criança recordo-me que durante o mês de maio rezávamos o Terço em frente às casas e se difundia com alto-falantes. Sei que nestes últimos dias a televisão transmite a oração do Terço, muita gente está voltando a esta forma de oração. É Maria que pode nos ajudar a enfrentar esta situação difícil: ela também esteve no exílio, ela também viu seu Filho morrer. Podemos aprender muito com Maria, contemplando Ela e seu Filho através dos mistérios da salvação.

Fonte: Vatican News

O TEMPO DE DEUS

Pe. Johnja Lopez

SHALOM LANÇA PROJETO DE ORAÇÃO E ACONSELHAMENTO PARA PROFISSIONAIS DA SAÚDE



O projeto será lançado no próximo dia 02 de maio, com três missas celebradas em ação de graças pelos médicos e profissionais da saúde que serão transmitidas pelo canal da Comunidade Shalom no Youtube.


Foto: Unsplash
“Cuidar de quem cuida”, esse é o nome do novo projeto da Comunidade Católica Shalom para os profissionais da saúde. A iniciativa nasceu do desejo dos missionários em oferecer suporte humano e espiritual para os profissionais da saúde.
“Não é fácil lidar com tanto sofrimento causado por esta pandemia, com decisões que precisam ser tomadas, com a possibilidade da morte, com uma enfermidade ainda desconhecida. Por isso nós percebemos que seria muito importante estarmos a serviço dos profissionais de saúde, desses que estão mais próximos dos que sofrem, os médicos e outros profissionais que estão em contato direto com os enfermos,”, explica a missionária e coordenadora do projeto Gabriella Dias.
O projeto será lançado no próximo dia 02 de maio, com três missas celebradas em ação de graças pelos médicos e profissionais da saúde que serão transmitidas pelo canal da Comunidade Shalom no Youtube.

Rezar por quem cuida

A partir dessa data iniciará o atendimento de oração e aconselhamento para médicos e demais profissionais da saúde. Haverá um grupo de missionários disponíveis para atender os profissionais que solicitarem aconselhamento. De acordo com Gabriella, o objetivo do Projeto é de ajudar estas pessoas que estão mais próximos dos enfermos a perceberem o amor de Deus por elas, amor que as sustenta e que lhes dá força para se doar.
“O Senhor com certeza tem um olhar e uma atenção especial para os profissionais da Saúde. Nós queremos ser esses instrumentos para ouvi-los, rezar por eles, ofertar nossos sacrifícios por eles, por suas famílias, por seus pacientes, para que se sintam sustentados na batalha”, afirma.
Mais informações
Missa em ação de graças pelos médicos e profissionais da Saúde
Horários: 07h15/ 12h00/18h00
Canal da Comunidade Shalom: www.youtube.com/comshalom
Confira também
Padres fazem atendimento online durante pandemia
Lydiane Rosseti
Fonte: Site da Comunidade Católica Shalom

A ORAÇÃO ESPECIAL DO PAPA PELAS VÍTIMAS ANÔNIMAS DA PANDEMIA




Na Missa esta quinta-feira (30/04) na Casa Santa Marta, no Vaticano, o Papa rezou em particular pelos mortos sem nome, sepultados nas valas comuns. Na homilia, recordou que anunciar Jesus não é fazer proselitismo, mas testemunhar a fé com a própria vida e pedir ao Pai que atraia as pessoas ao Filho
VATICAN NEWS
Francisco presidiu a Missa na Casa Santa Marta na manhã desta quinta-feira (30/04) da III Semana da Páscoa. Na introdução, dirigiu seu pensamento às vítimas do novo coronavírus:
Rezemos hoje pelos defuntos, aqueles que morreram por causa da pandemia; e também de modo especial pelos defuntos – digamos assim – anônimos: vimos as fotografias das valas comuns. Muitos ali…
Na homilia, o Papa comentou a passagem do dia do Livro dos Atos dos Apóstolos (At 8,26-40) que conta o encontro de Filipe com um etíope eunuco, funcionário de Candace, desejoso de compreender quem era a pessoa descrita pelo profeta Isaías: “Ele foi levado como ovelha ao matadouro”. Depois que Filipe lhe explicou que se tratava de Jesus, o etíope se deixou batizar.
É o Pai – afirmou Francisco recordando o Evangelho de hoje (Jo 6,44-51) – quem atrai ao conhecimento do Filho: sem essa intervenção não se pode conhecer o mistério de Cristo. Foi o que aconteceu com o funcionário etíope, que ao ler o profeta Isaías tinha uma inquietude colocada pelo Pai em seu coração. Isso – observou o Papa – vale também para a missão: nós não convertemos ninguém, é o Pai que atrai. Nós podemos simplesmente dar um testemunho de fé. O Pai atrai através do testemunho de fé. É preciso pedir que o Pai atraia as pessoas a Jesus: são necessários o testemunho e a oração. Esse é o centro do nosso apostolado. Perguntemo-nos: dou testemunho com meu estilo de vida, rezo para que o Pai atraia as pessoas a Jesus? Ir em missão não é fazer proselitismo, é testemunhar. Nós não convertemos ninguém, é Deus que toca o coração das pessoas. Peçamos ao Senhor – foi a oração conclusiva do Papa – a graça de viver nosso trabalho com o testemunho e com a oração para que Ele possa atrair as pessoas a Jesus.
A seguir, a homilia transcrita pelo Vatican News:
“Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o atrai”: Jesus recorda que também os profetas tinham preanunciado isto: “E todos serão instruídos por Deus”. É Deus quem atrai ao conhecimento do Filho. Sem isso, não se pode conhecer Jesus. Sim se pode estudar, inclusive estudar a Bíblia, também conhecer como nasceu, o que fez: isso sim. Mas conhecê-Lo interiormente, conhecer o mistério de Cristo é somente para aqueles que foram atraídos pelo Pai para isso.
Foi o que aconteceu a este ministro da economia da rainha da Etiópia. Vê-se que era um homem piedoso e que reservou um tempo, em meio aos muitos negócios que tinha a fazer, para ir adorar Deus. Um fiel. E voltava à pátria lendo o profeta Isaías. O Senhor pegou Filipe, enviou-o àquele lugar e depois lhe disse: “Aproxima-te desse carro”, e ouve o ministro que está lendo Isaías. (Ele) se aproxima e lhe faz uma pergunta: “Compreendes?” – “Como posso, se ninguém mo explica?”, e faz a pergunta: “De quem o profeta está dizendo isso?” Peço-te, suba no carro”, e durante a viagem – não sei quanto tempo, penso que ao menos duas horas – Filipe explicou: explicou Jesus (conf. versículos 26-35).
Aquela inquietude que este senhor tinha na leitura do profeta Isaías era propriamente do Pai, que atraia a Jesus: o tinha preparado, o tinha levado da Etiópia a Jerusalém para adorar Deus e depois, com essa leitura, tinha preparado o coração para revelar Jesus, a ponto que assim que viu a água disse: “Posso ser batizado”. E ele acreditou.
E isso – que ninguém pode conhecer Jesus sem que o Pai o atraia –, isso é válido para o nosso apostolado, para a nossa missão apostólica como cristãos. Penso também nas missões.

“O que você vai fazer nas missões?” – “Eu, converter as pessoas” – “Pare, você não vai converter ninguém! Será o Pai a atrair aqueles corações para reconhecer Jesus”. Ir em missão é dar testemunho da própria fé; sem testemunho você não fará nada. Ir em missão – e são bons missionários! – não significa criar grandes estruturas, coisas... e parar por aí. Não: as estruturas devem ser testemunhos. Você pode fazer uma estrutura hospitalar, educacional de grande perfeição, de grande desenvolvimento, mas se uma estrutura é sem testemunho cristão, seu trabalho aí não será um trabalho de testemunha, um trabalho de verdadeira pregação de Jesus: será uma sociedade de beneficência, muito boa – muito boa! – mas nada mais.
Se eu quero ir em missão, e digo isso se eu quero ir em apostolado, devo ir com a disponibilidade que o Pai atraia as pessoas a Jesus, e isso é feito pelo testemunho. Jesus mesmo o disse a Pedro, quando confessa que Ele é o Messias: “Feliz és tu, Simão Pedro, porque quem te revelou isso foi o Pai”. É o Pai que atrai, e atrai com nosso testemunho. “Eu farei muitas obras, aqui, ali, acolá, de educação, disso, daquilo outro...”, mas sem testemunho são coisas boas, mas não são o anúncio do Evangelho, não são lugares que dão a possibilidade que o Pai atraia ao conhecimento de Jesus (conf. Jo 6,44). Trabalho e o testemunho.
“Mas como posso fazer para que o Pai se preocupe em atrair essas pessoas?” A oração. E essa é a oração pelas missões: rezar para que o Pai atraia as pessoas a Jesus. Testemunho e oração caminham juntos. Sem testemunho e oração não se pode fazer pregação apostólica, não se pode fazer anúncio. Você fará uma bonita pregação moral, fará muitas coisas boas, todas boas. Mas o Pai não terá a possibilidade de atrair as pessoas a Jesus. E esse é o centro: esse é o centro do nosso apostolado, que o Pai possa atrair as pessoas a Jesus. Nosso testemunho abre as portas às pessoas e nossa oração abre as portas ao coração do Pai para que atraia as pessoas. Testemunho e oração. E isso não é somente para as missões, é também para nosso trabalho como cristãos. Eu dou testemunho de vida cristã, realmente, com o meu estilo de vida? Eu rezo para que o Pai atraia as pessoas a Jesus?
Essa é a grande regra para nosso apostolado, em todos os lugares, e de modo especial para as missões. Ir em missão não é fazer proselitismo. Uma vez... uma senhora – uma boa pessoa, se via que era de boa vontade – se aproximou com dois jovens, um jovem e uma jovem, e me disse: “Este (jovem), Padre, era protestante e se converteu: eu o converti. E esta (jovem) era...” – não sei, animista, não sei o que me disse, “e eu a converti”. E a senhora era boa: boa. Mas errava. Perdi um pouco a paciência e disse: “Escute-me, a senhora não converteu ninguém: foi Deus quem tocou o coração das pessoas. E não se esqueça: testemunho, sim; proselitismo, não”.
Peçamos ao Senhor a graça de viver nosso trabalho com testemunho e com oração, para que Ele, o Pai, possa atrair as pessoas a Jesus.
O Santo Padre terminou a celebração com a adoração e a bênção eucarística, convidando a fazer a Comunhão espiritualA seguir, a oração recitada pelo Papa:
Meu Jesus, eu creio que estais presente no Santíssimo Sacramento do Altar. Amo-vos sobre todas as coisas, e minha alma suspira por Vós. Mas, como não posso receber-Vos agora no Santíssimo Sacramento, vinde, ao menos espiritualmente, a meu coração. Abraço-me convosco como se já estivésseis comigo: uno-me Convosco inteiramente. Ah! não permitais que torne a separar-me de Vós!
Antes de deixar a Capela dedicada ao Espírito Santo foi entoada a antífona mariana “Regina caeli”, cantada no tempo pascal:
Rainha dos céus, alegrai-vos. Aleluia!
Porque Aquele que merecestes trazer em vosso seio. Aleluia!
Ressuscitou como disse. Aleluia!
Rogai por nós a Deus. Aleluia!
D./ Alegrai-vos e exultai, ó Virgem Maria. Aleluia!
C./ Porque o Senhor ressuscitou, verdadeiramente. Aleluia!

Fonte: Vatican News

EVANGELHO DO DIA

João 6, 44-51

 

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João 6,44-51

Naquele tempo, disse Jesus à multidão: 44Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o atrai. E eu o ressuscitarei no último dia. 45Está escrito nos Profetas: `Todos serão discípulos de Deus.' Ora, todo aquele que escutou o Pai e por ele foi instruído,
vem a mim. 46Não que alguém já tenha visto o Pai. Só aquele que vem de junto de Deus viu o Pai. 47Em verdade, em verdade vos digo, quem crê, possui a vida eterna. 48Eu sou o pão da vida.
49Os vossos pais comeram o maná no deserto e, no entanto, morreram. 50Eis aqui o pão que desce do céu: quem dele comer, nunca morrerá. 51Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que eu darei é a minha carne dada para a vida do mundo'. Palavra da Salvação.

REFLEXÕES SOBRE AS LEITURAS DE HOJE


30 DE ABRIL DE 2020

QUINTA – FEIRA DA III SEMANA

DA PÁSCOA

Cor Branco

1ª. Leitura – At 8, 26-40

 

Leitura dos Atos dos Apóstolos 8,26-40

Naqueles dias: 26Um anjo do Senhor falou a Filipe, dizendo:
'Prepara-te e vai para o sul, no caminho que desce de Jerusalém a Gaza. O caminho é deserto'. Filipe levantou-se e foi.
27Nisso apareceu um eunuco etíope, ministro de Candace, rainha da Etiópia e administrador geral do seu tesouro, que tinha ido em peregrinação a Jerusalém. 28Ele estava voltando para casa e vinha sentado no seu carro, lendo o profeta Isaías. 29Então o Espírito disse a Filipe: 'Aproxima-te desse carro e acompanha-o'. 30Filipe correu, ouviu o eunuco ler o profeta Isaías e perguntou: 'Tu compreendes o que estás lendo?' 31O eunuco respondeu: 'Como posso, se ninguém mo explica?' Então convidou Filipe a subir e a sentar-se junto a ele. 32A passagem da Escritura que o eunuco estava lendo era esta: 'Ele foi levado como ovelha ao matadouro;
e qual um cordeiro diante do seu tosquiador, ele emudeceu e não abriu a boca. 33Eles o humilharam e lhe negaram justiça; e seus descendentes, quem os poderá enumerar? Pois sua vida foi arrancada da terra'. 34E o eunuco disse a Filipe: 'Peço que me expliques de quem o profeta está dizendo isso. Ele fala de si mesmo ou se refere a algum outro?' 35Então Filipe começou a falar e, partindo dessa passagem da Escritura, anunciou Jesus ao eunuco. 36Eles prosseguiram o caminho e chegaram a um lugar onde havia água. Então o eunuco disse a Filipe: 'Aqui temos água. O que impede que eu seja batizado?' 38O eunuco mandou parar o carro. Os dois desceram para a água e Filipe batizou o eunuco.
39Quando saíram da água, o Espírito do Senhor arrebatou a Filipe.
O eunuco não o viu mais e prosseguiu sua viagem, cheio de alegria. 40Filipe foi parar em Azoto. E, passando adiante, evangelizava todas as cidades até chegar a Cesareia. Palavra do Senhor.

Reflexão - “anuncio de salvação”!

Os discípulos de Jesus estavam atentos às orientações que Ele lhes dava por meio dos anjos, Seus mensageiros, Assim foi que Filipe desceu de Jerusalém a Gaza e partiu para a missão.  No meio do deserto encontrou o etíope, ministro de uma rainha, considerado uma alta autoridade na sua terra. Inspirado pelo Espírito Santo e partindo do Livro do Profeta Isaias Felipe evangelizou o “eunuco etíope”, anunciando a salvação em Jesus Cristo.  Jesus é, portanto, a matéria prima do nosso anúncio.   Evangelizar é anunciar a experiência de Jesus Cristo na nossa vida testemunhando a Palavra de Deus falando de nós mesmos (as), de como nos sentimos, de como estamos transformados (as) e porque somos alegres. Assim como Felipe foi convocado pelo anjo do Senhor a ir para o sul, somos também convocados (as) a sair da nossa tranquilidade, do conforto da nossa casa para exercer esta ou aquela missão, segundo a vontade daquele que nos envia.  O Senhor também nos recomenda: “Prepara-te e vai, mas o caminho é deserto! ”  Deserto é lugar de penúria, dificuldade, sequidão, é sinal de travessia longa e de problema, por isso o Senhor quer nos preparar adequadamente. A nossa preparação, no entanto, é diferente de quando saímos de casa para passear, viajar, ela se dá na medida do nosso conhecimento de Jesus e da nossa experiência com a Sua salvação.   Os “ministros e administradores do tesouro do mundo” não estão no templo, eles estão no mundo por onde andamos, em ambientes hostis e na completa ignorância das coisas de Deus. Por isso, precisamos estar preparados e vivenciando a verdade para poder testemunhá-la. Sempre iremos encontrar alguém que busca a Jesus e não O encontra porque também não compreende o que lê sobre Ele.      “Aqui temos água. O que impede de que eu seja batizado”, falou o eunuco, mostrando para nós que o que faz o Espírito agir é a abertura do nosso coração e o nosso querer. Em qualquer situação e em todas as circunstâncias somos chamados (as) a também, como Filipe a renovar o Batismo do Espírito Santo para aqueles (as) que têm fome e sede de Deus.   - O que você faz quando encontra pessoas que não entendem nada de Deus? – Você também consegue esclarecer as dúvidas?
- O seu comportamento quando está fora da Igreja, da Comunidade e do Grupo de Oração é coerente? – Você já experimentou orar por alguém de fora e pedir ajuda ao Espírito Santo?

Salmo 65, 8-9. 16-17. 20 (R. 1)
R. Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira.
Ou: Aleluia, Aleluia, Aleluia

8Nações, glorificai ao nosso Deus, *
anunciai em alta voz o seu louvor!
9É ele quem dá vida à nossa vida, *
e não permite que vacilem nossos pés. R.

16Todos vós que a Deus temeis, vinde escutar: *
vou contar-vos todo bem que ele me fez!
17Quando a ele o meu grito se elevou, *
já havia gratidão em minha boca!R.

20Bendito seja o Senhor Deus que me escutou,
não rejeitou minha oração e meu clamor, *
nem afastou longe de mim o seu amor!R.

Reflexão - É o Senhor quem dá vida à nossa vida, diz o salmista. Você já pensou nisso? A nossa vida só tem sentido se for vivida em Deus. O Senhor nos escuta quando nós elevamos para Ele a nossa voz e o nosso clamor. Ele não nos deixa a ver navios quando imploramos a Sua assistência. Por isso, podemos dizer também com o salmista: “Bendito seja o Senhor Deus que me escuta e não rejeita a minha oração e o meu clamor!”

Evangelho – Jo 6, 44-51

 

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João 6,44-51

Naquele tempo, disse Jesus à multidão: 44Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o atrai. E eu o ressuscitarei no último dia. 45Está escrito nos Profetas: `Todos serão discípulos de Deus.' Ora, todo aquele que escutou o Pai e por ele foi instruído,
vem a mim. 46Não que alguém já tenha visto o Pai. Só aquele que vem de junto de Deus viu o Pai. 47Em verdade, em verdade vos digo, quem crê, possui a vida eterna. 48Eu sou o pão da vida.
49Os vossos pais comeram o maná no deserto e, no entanto, morreram. 50Eis aqui o pão que desce do céu: quem dele comer, nunca morrerá. 51Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que eu darei é a minha carne dada para a vida do mundo'. Palavra da Salvação.

Reflexão – “o reino de Deus é Jesus que está no meio de nós”

Deus é o nosso Criador e Pai eterno e é Ele quem atrai os Seus filhos para Jesus, que é a Salvação. Todos aqueles que vão a Jesus são atraídos pelo Pai, por isso Ele não quer perder nenhum de nós e nos ensina o caminho para Jesus. O próprio Jesus nos afirma: “Todos serão discípulos de Deus, por isso, aquele que foi instruído pelo Pai vem a mim”. Sem perceber todos nós somos atraídos pelo Pai para Jesus que nos alimenta com o Seu Corpo e nos garante a vida eterna, pela fé. A fé em Jesus Cristo é quem nos garante a vida eterna a qual já começamos a vivê-la aqui, agora, porque cremos que Jesus está em nós e manifesta em nós este clima de eternidade. Eternidade é a vivência do Amor de Deus que opera em nós através de Jesus, o pão vivo que vem do céu pelo poder do Espírito Santo. “Eu sou o pão da vida”! O pão que nós tocamos, vemos e vivemos é a Palavra de Deus, é a Eucaristia. Jesus nos fala que todo aquele que escutou o Pai e por ele foi instruído, se aproxima dele. Portanto, se você escuta a Palavra de Deus, se você procura aprofundar-se nos mistérios sagrados, encontrará, com certeza, a Jesus Cristo pão da vida, pois a Palavra é o pão que alimenta a nossa alma e nos ensina o caminho para a vida eterna.  O reino de Deus é Jesus e Ele está no meio de nós, portanto, não esperemos por um tempo que virá. Jesus se oferece como alimento, hoje, que é o momento mais importante da nossa vida.    
– Você tem consciência de que Jesus Cristo está vivo para dar lhe dar uma nova vida, hoje? 
– Você já se apoderou da vida nova que Jesus conquistou para si? 
  Você já se apoderou do reino dos céus?

Helena Serpa,
Fundadora da Comunidade Missionária Um Novo Caminho