Carmelitas de Fairfield. Foto: Site Fairfield
Carmelites
DENVER, 02 Mai. 19 / 12:05 pm (ACI).- No estado da
Pensilvânia (Estados Unidos), onze irmãs carmelitas descalças estão construindo
um mosteiro de clausura seguindo a tradição e as diretrizes de Santa Teresa
D’Ávila.
O mosteiro que está sendo construído
com pedra está localizado em Fairfield, em uma colina da Diocese de Harrisburg.
Em uma entrevista concedida ao
‘Catholic World Report’, Madre Teresa do Amor Misericordioso (OCD), que serve
como mestra de primeiro nível e de noviças, comentou sobre os avanços deste
grande projeto estimado em 12 milhões de dólares, dos quais um terço já foi
arrecadado, o que permitiu o término de dois dos edifícios de pedra.
A comunidade é composta por jovens
irmãs entre 20 e 30 anos de idade. Por ser de clausura, as monjas não têm
permissão para sair do claustro, exceto em casos excepcionais como uma
emergência médica.
"Nossos muros serão todos de
pedra. É autêntico e representa nosso estilo de vida", disse.
As monjas faziam parte do Carmelo de
Jesus, Maria e José, em Elysburg, que também integra a diocese de Harrisburg,
mas de acordo com a tradição carmelita, quando a comunidade cresce, devem
separar-se e fundar uma nova.
Da mesma forma, não se trata apenas
de construir um mosteiro para as irmãs, mas deve ser uma comunidade
“autossustentável”.
"São mini aldeias, formadas por
pequenas cabanas auxiliares ligadas por corredores, pátios e jardins. A capela
fica no centro, e dentro do perímetro há campos e pastagens para os cultivos e
para o gado", indicou.
As irmãs usam um método incomum de
construção nos últimos 100 anos: usam materiais e blocos próprios da natureza
criada de Deus. "A pedra vem da nossa propriedade, assim como dos prédios
que nos cercam, que datam do ano de 1700", assinalou Madre Teresa do Amor
Misericordioso.
O mosteiro está sendo construído
perto do Santuário de Santa Elizabeth Ann Seton e do Seminário Mount St. Mary,
um dos mais antigos do país localizado em Emmitsberg. "Estar perto do
seminário é apropriado, já que nosso carisma é rezar pelos sacerdotes, e os
seminaristas vêm à nossa comunidade para servir na Missa",
comentou.
Do mesmo modo, a madre destacou a
generosidade da comunidade local, que lhes proporciona alimentos e outros
suprimentos através de uma portinha, por meio da qual a pessoa pode colocar a
sua doação e tocar uma campainha para que as religiosas possam recolhê-las no
interior do convento.
"Em nosso site, temos uma lista
de coisas que precisamos, como lenha e velas. Também agradecemos a ajuda dos
voluntários, que podem ajudar com coisas como cortar a grama ou limpar. As
pessoas que queiram fazer doações em dinheiro podem nos escrever ou doar
através do site”, expressou.
"Seria uma grande notícia dizer
que terminamos o mosteiro em 10 anos, mas o trabalho dos artesãos com pedra é
muito demorado". Da mesma forma, a Madre Teresa do Amor Misericordioso
afirmou que elas gostariam de ter sua fazenda familiar e cultivar suas próprias
verduras.
A religiosa disse que em Fairfield
também estão desenvolvendo sua própria fazenda e fazendo amizade com os amish,
uma comunidade religiosa protestante. São gentis e amáveis conosco e admiramos
o que vemos de sua vida familiar simples”, manifestou a irmã.
A vida no mosteiro
"A missão principal da Ordem
Carmelita é rezar e oferecer oblações à Igreja e ao
mundo", afirmam em seu site. Elas usam um hábito completo, vivem uma vida
de penitência e oração em comunidade.
Madre Teresa do Amor Misericordioso
comentou que elas usam um grande escapulário de lã sobre seu hábito. Também
usam sandálias de cânhamo feitas por elas, um manto branco e um véu preto.
"Como disse Santa Teresa de
Lisieux, nosso hábito é muito quente para o verão e muito frio para o inverno,
mas nos acostumamos com o sacrifício", afirmou.
"Não usaríamos mais nada. Nós o
usamos permanentemente e ele se tornou parte de nossa identidade", disse a
religiosa.
Dentro de sua rotina, acordam para
rezar às 4h30, não comem carne, não têm carros, usam velas para a iluminação e
não têm muitos eletrodomésticos.
Recordou que faz parte da Ordem
Carmelita no mundo “permanecer ocultas”. “Não queremos que o nosso
‘esconderijo’ seja exposto”, concluiu.
Fonte: ACI Digital
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