quarta-feira, 31 de outubro de 2018

MISSIONÁRIA DO SHALOM NOMEADA PELA SANTA SÉ PARA REPRESENTAR A AMÉRICA DO SUL EM CONSELHO DA RCC



Por: Vanderlúcio Souza
Gabriella Dias, consagrada na Comunidade Católica Shalom, foi nomeada pela Santa Sé para representar a América do Sul no Charis, Conselho recém criado para o serviço internacional da Renovação Carismática Católica.
Sobre o CHARIS
O Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida anuncia que no dia 8 de dezembro de 2018 a Santa Sé estabelecerá um organismo que constituirá um novo e único serviço internacional para a corrente de graça que é a Renovação Carismática Católica. Na mesma data, o estatuto deste organismo será aprovado por um período ad experimentum. Este serviço único, desejado em várias ocasiões pelo Santo Padre Papa Francisco, assumirá o nome de CHARIS e pretende abordar o seu trabalho em benefício de todas as expressões da Renovação Carismática Católica.
Conselheiros assumirão missão no Pentecostes 2019 com o Papa Francisco na Praça de São Pedro.
Como um organismo de serviço para todas as realidades da Renovação Carismática Católica, CHARIS não exercerá nenhuma autoridade sobre eles. Toda realidade carismática permanecerá aquilo que é, no pleno respeito de sua identidade, e permanecerá sob a jurisdição da autoridade eclesiástica da qual depende. Cada um, no entanto, pode valer-se livremente, para o cumprimento de sua missão, de todos os serviços que CHARIS proporcionará, um objetivo fundamental proposto pelo novo órgão.
Moderador: Prof. Jean-Luc Moens (Bélgica)
Miembros del Servicio internacional de comunhão:
1. América do Norte e Caribe (inglês)
S.E. Mons. Peter Leslie Smith (USA)
2. América do Norte e Caribe (espanhol)
Sr. Andrés Arango (USA)
3. Centroamerica:
Sra. María Eugenia de Góngora (Guatemala)
4. América do Sul (espanhol)
Sr. Pino Scafuro (Argentina)
5. América do Sul (português)
Sra Gabriella Marcia da Rocha Días (Brasil)
6. Asia:
Sr. Cyril John (India)
7. Ásia:
Frade. James Shin San-Hyun (Coreia do Sul)
8. África (francesa)
Sr. Jean-Christophe Sakiti (Togo)
9. África (inglesa)
Sr. Fred Mawanda (Uganda)
10. Europa:
Sr. Paolo Maino (Italia)
11. Europa:
Diácono Etienne Mellot (Francia)
12. Oceanía:
Sr. Shayne Bennett (Australia)
13. Diversos ministérios da Renovação Carismática Católica:
Sr. José Prado Flores (Mexico)
14. Sacerdotes o religiosos carismáticos:
Rev. Etienne Vetö (USA)
15.Comunidades:
Sr. Jean Barbara (Líbano)
16. Comunidades:
Diácono Johannes Fichtenbauer (Austria)
17.Asociaciones de fiéis com reconhecimento da Santa Sede:
Sig. François Prouteau (Francia)
18. Jovens com menos 30 anos
Srta. Giulia Rancan (Italia)
Asistente Eclesiástico: 
Rev. P. Raniero Cantalamessa, O.F.M. Cap. (Italia)
As pessoas acima mencionadas assumirão suas funções na solenidade de Pentecostes de 2019, o dia em que o estatuto de CHARIS entrará em vigor. Desde então, o Serviço Internacional da Renovação Carismática Católica e a Fraternidade Católica das Comunidades e Associações Carismáticas de Aliança deixarão de existir. Os bens desses dois órgãos devem ser transferidos para CHARIS, a fim de proporcionar a este novo corpo os recursos financeiros necessários para realizar a missão desejada pelo Santo Padre.
Confira o testemunho escrito pela própria Gabriella Dias.
O amor de Deus me atraiu – Meus pais tiveram cinco filhos, dos quais sou a única mulher. Também por esse motivo, sempre tive um lugar muito especial em minha família: fui bem educada e cuidada, meus pais sempre me amaram e fizeram muitos planos para mim. Desde a infância me ensinaram a cultivar valores aos quais, com grande esmero, me dediquei: a família e os estudos. Formar-me e seguir carreira era de tal forma importante para mim que nisto parecia estar o meu valor, a minha dignidade. Frequentemente via-me em situações em que parecia vital ser a melhor, obter sucesso, jamais fracassar ou desistir depois de ter tomado uma decisão. Por isso, quando, aos 16 anos, fui morar em Natal-RN com meu irmão mais velho (que então tinha 17 anos de idade), a fim de estudarmos, suportei o sofrimento causado pela ausência da família, sobretudo a saudade de minha mãe.
Nesse ano (1994) me determinei por uma dedicação intensa aos estudos, de formas que no fim de semana do meu aniversário resolvi fazer um curso; fiquei só e não celebrei essa data. Ao voltar para casa, à noite, experimentando grande vazio e solidão, chorei muito e, pela primeira vez, questionei-me acerca das minhas opções, se valia a pena viver assim, sem amar nem me deixar amar, por causa de metas, planos… Sem respostas, adormeci exausta de tanto chorar. Quando lembro essa noite, penso no Salmo 117: “Na angústia eu gritei por Ele, e o Senhor me escutou”.
Sim! O Senhor me escutou. Um mês depois recebi o convite inesperado de uma colega de sala (a quem sou muito grata) para participar de um grupo de oração para jovens. Oração eu não queria, mas de amigos eu precisava. Fui, e a coordenadora (que era da Comunidade de Vida Shalom), ao se apresentar, usou dois termos que de imediato me atraíram fortemente; ela disse: “Sou consagrada e missionária…”. Estas duas realidades – consagração e missão -, que pouco compreendia, bastaram para que eu voltasse àquele grupo tantas outras vezes. Naqueles dias firmei comigo o propósito de me tornar “aquilo” que me pareceu mais nobre do que qualquer outra coisa desta vida.
Mas… estava às portas do Vestibular. Meus planos – bem firmados – eram outros. Estava matriculada em Natal-RN e João Pessoa-PB; queria cursar medicina. Um mês antes das provas, para minha “confusão”, fiz meu Seminário de Vida no Espírito Santo e o Amor de Deus, que supera todo entendimento e medida, atraiu-me fortemente. Passei a desejar ser só dele. Como se faria isso? Um sacerdote salesiano me aconselhou a prestar Vestibular e ver isso depois. Eu não teria coragem de fazer outra coisa.
Ingressei em 1995 na Universidade Federal, no curso que sempre desejara, mas meu coração (para minha surpresa!) estava longe do que eu e minha família havíamos planejado; ele estava em Deus e seus planos, que a cada dia eu queria sondar pela oração, estudo da Palavra e Eucaristia. Foi um ano de intimidade com Deus e de felizes surpresas e respostas de sua parte. No dia do meu aniversário, por exemplo, estava mais uma vez longe da família, mas eu não estava mais só, os irmãos da Comunidade Shalom celebraram a minha vida de uma maneira inesquecível. Quando um dos irmãos consagrados me disse no meio da serenata: “Nós somos uma família…”, compreendi que aquele ano todo de manifestações do Amor de Deus era de resposta àquela noite em chorei até a exaustão. Nessa noite chorei mais do que na de 1994, senti-me encontrada, amada por Deus e pelos irmãos, em família. Compreendi também que Deus estava me dando a resposta para os anseios do meu coração, de consagração, de missão… naquela nova família, na Comunidade Shalom.
No ano seguinte, ainda cursando medicina, fiz o vocacional Shalom e, apaixonada por esse carisma, e principalmente pelo seu Autor, pedi ingresso na Comunidade de Vida.
Ao deixar a faculdade sofri muito, por meus pais e irmãos, pois sabia estar abandonando os seus (nossos) planos, e nem me sentia no direito de fazer isso. Mas, e os planos eternos de Deus? E os seus desígnios de amor a meu respeito e, com certeza, também a respeito dos meus familiares? Teria eu o direito de resistir? Creio que não. Graças a Deus, não.
Fonte: Pontifício Conselho para a Vida, a Família e os Leigos.

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