Mensagem
de Francisco foi enviada ao presidente-executivo do Fórum, Klaus Schwab, e lida
pelo card. Turkson.
Cidade do Vaticano -
As inovações tecnológicas devem ser
utilizadas “para a proteção da nossa casa comum”. Em especial, a inteligência
artificial e a robótica devem estar a serviço da humanidade, e não ser uma
ameaça “como algumas avaliações infelizmente preveem”. Este é o apelo lançado
pelo Papa Francisco na carta enviada ao Fórum Econômico Mundial, que se realiza
em Davos de 23 a 26 de janeiro.
O texto foi lido pelo prefeito do
Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral, card. Peter Kodwo Appiah
Turkson. A mensagem é endereçada ao presidente-executivo do Fórum Econômico
Mundial, Klaus Schwab, que este ano acolhe um número recorde de líderes
políticos, inclusive o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Sociedade inclusiva
Na mensagem, o Pontífice exorta: o
homem deve estar no centro da economia. Para isso, é preciso criar “uma
sociedade inclusiva, justa e que seja de apoio”.
Francisco cita as recorrentes crises
financeiras, que causaram novos desafios e problemáticas para os governos,
“como o crescimento do desemprego, de novas formas de pobreza e o aumento do
abismo socioeconômico e novas formas de escravidão”, muitas vezes relacionadas
a conflitos e migrações.
Neste contexto, “é fundamental
salvaguardar a dignidade da pessoa humana”, sobretudo “oferecendo a todos reais
oportunidades para um desenvolvimento humano integral, através de políticas
econômicas que favoreçam a família”.
Nova direção ao destino do mundo
O Papa exorta: os modelos econômicos
são chamados a “observar uma ética de desenvolvimento sustentável e integral,
baseada em valores que colocam no centro a pessoa humana e os seus
direitos”.
Somente deste modo “podemos dar uma
nova direção ao destino do mundo”.
E assim também “a inteligência
artificial, a robótica e outras inovações tecnológicas devem ser utilizadas
para contribuir a serviço da humanidade e para a proteção da nossa casa comum e
não o contrário, como infelizmente preveem algumas avaliações”.
Francisco destaca ainda que “não
podemos permanecer silenciosos diante do sofrimento de milhões de pessoas cuja
dignidade está ferida”. É uma “responsabilidade que diz respeito a todos, criar
as justas condições para viver com dignidade”.
Fim da "cultura
descartável"
O Pontífice reforça a exortação para
rejeitar uma “cultura descartável”. Além disso, convida os empresários a
criarem emprego, “aumentando a qualidade da produtividade, respeitando as leis
do trabalho e lutando contra a corrupção e promovendo a justiça social”.
Trata-se de uma “importante responsabilidade a ser exercitada com discernimento,
porque será decisiva para dar forma ao mundo de amanhã e ao das gerações
futuras”.
O Papa faz votos de que sejam
superadas as divisões entre Estados e instituições e que colaborem entre si
para ter uma política mais inclusiva num mundo sempre mais
globalizado.
“Se
quisermos um futuro mais seguro, que encoraje a prosperidade de todos, então é
necessário manter o compasso sempre orientado para os valores autênticos”,
conclui o Santo Padre.
Fonte: Rádio Vaticano
Nenhum comentário:
Postar um comentário