Papa Francisco / Foto: Alan Holdren (ACI Prensa)
VATICANO, 29 Set. 16 / 02:00 pm (ACI).- Na manhã desta
quinta-feira, o Papa Francisco recebeu os membros dos organismos de caridade
católica que trabalham para atenuar a crise humanitária na Síria, no Iraque e
nos países limítrofes, que continuam sofrendo a violência provocada pela lógica
das armas” e “interesses escuros”, que causaram milhares de vítimas mortais e
milhões de deslocados.
“Depois de um ano do nosso último
encontro, devemos constatar com grande tristeza que, apesar dos esforços em
vários âmbitos, a lógica das armas e dos abusos, os interesses obscuros e a
violência continuam a devastar aqueles países”, denunciou o Pontífice.
Nesse sentido, lamentou que até agora
“o sofrimento e as violações dos direitos humanos ainda persistem. O grave
fenômeno migratório a que assistimos hoje, é uma das consequências dramáticas
mais visíveis desta situação”, denunciou o Papa.
Nesse sentido, Francisco agradeceu as
organizações de caridade, reunidas em Roma em seu quinto encontro promovido
pelo Pontifício Conselho Cor Unum. O Pontífice afirmou que eles são “um sinal
de grande esperança, por isso quero agradecer-lhes”.
“Agradeço a todos vocês e as outras
pessoas anônimas que especialmente neste Ano Jubilar, rezam e intercedem em
silêncio pelas vítimas dos conflitos, principalmente as crianças e os mais
frágeis”. “Em Alepo as crianças têm que beber água poluída! ”, denunciou.
Na audiência, onde também esteve
presente Staffan de Mistura, enviado especial do Secretário Geral das Nações
Unidas para a Síria, o Papa reiterou que a violência gera mais violência e leva
a uma “espiral de prepotência e inércia”. É um mal que “destrói por destruir”
e, consequentemente, é sinal do mistério de iniquidade que “está presente no
homem e na história e precisa ser redimido”.
Portanto, afirmou, o trabalho dos
agentes humanitários, comprometidos em ajudar a tantas pessoas que sofrem, “ é
certamente um reflexo da misericórdia de Deus e um sinal de que o mal tem
limite e não terá a última palavra”.
O Santo Padre apelou novamente por
ajudas e maiores esforços da comunidade internacional para pacificar este
conflito. “Minha oração é para que Deus inspire as mentes e os corações de quem
tem responsabilidade política, a fim de que saibam renunciar a seus interesses
pessoais e alcançar o maior bem: a paz”.
Ao finalizar, o Pontífice recordou à
comunidade cristã no Oriente Médio “sofrida pelo conflito e temorosas pelo
futuro”.
“Em meio de tanta escuridão, estas
Igrejas mantêm acesa a luz da fé, da esperança e da caridade. Ajudando com
coragem e sem discriminação aqueles que sofrem e trabalhando pela paz e a
coexistência, os cristãos daquela região são hoje o sinal concreto da
misericórdia de Deus. A eles, toda a minha admiração, reconhecimento e apoio de
toda a Igreja”,
expressou o Papa Francisco.
Antes de se despedir, o Pontífice
confiou todos os agentes da caridade à intercessão de Santa Teresa de Calcutá,
modelo de caridade e misericórdia.Nestas zonas de conflito trabalham 12.000
agentes católicos, que assistem quatro milhões e meio de pessoas na Síria e no
Iraque.
ACI Digital
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