sexta-feira, 29 de agosto de 2008

SEMINÁRIO DESTACA COMUNIDADE COMO LUGAR DE VIVER A FÉ

“Comunidade se define por amizade, parentesco, vizinhança, com relações múltiplas”
Três especialistas participaram da primeira mesa-redonda que abriu, ontem, quinta-feira, 28, as atividades do Seminário Igreja, Comunidade de comunidades. Experiências e avanços, no Centro de Pastoral Santa Fé, em São Paulo. “A palavra comunidade tem uma pluralidade de significados”, disse o sociólogo, padre Roberto Luiz Benedetti.
“Comunidade se define por amizade, parentesco, vizinhança, com relações múltiplas”, afirmou o sociólogo. Para ele a comunidade necessita de um código de valores para que os membros tenham senso de identidade. A teóloga Maria Clara Bingemer, por sua vez, apresentou os aspectos teológicos da comunidade. “A fé é uma experiência unicamente humana”, disse Maria Clara. “Não se pode fazer a experiência da fé fora da comunidade”, afirmou.
Já o psicólogo, padre Antônio Tatagiba, destacou as “exigências internas” de uma comunidade. A primeira diz que comunidade de fé deve pensar em comum a fé e a própria missão. Já a segunda está voltada para a experiência mística que deve marcar a comunidade. “Trata-se de ter experiências místicas em comum, junto aos grandes desafios de nosso tempo”, considerou padre Tatagiba.
“Não se pode construir uma comunidade à margem do que são as variadas problemáticas pessoais dos membros que a compõem”, garantiu o psicólogo ao abordar outra exigência da comunidade. “Na formação das lideranças requer-se levar em conta também as realidades complexas pelas quais passam alguns membros da comunidade”.
Padre Tatagiba destacou, ainda, que a vida de comunidade deve levar em consideração a vida real e as relações interpessoais. “Todo grupo tende a favorecer ilusões grupais em torno da comunidade” observou. “Estas fantasias têm relação com a aspiração radical do desejo, que é de eliminar toda distancia e diferença. Isso é uma ilusão muito perigosa porque o objeto do desejo é impossível. Muitas vezes esta fantasia é alimentada pelos nossos planos de evangelização”.
Segundo padre Tatagiba, a questão do poder, “no seu sentido puramente sociológico”, também tem está presente na vida de comunidade. “O poder como expressão do domínio está absolutamente excluído numa comunidade cristã”.
O Seminário Igreja, Comunidade de comunidades reúne 236 lideranças diretamente ligadas à coordenação pastoral das dioceses de todo o país. São 36 leigos, 4 diáconos, 14 religiosas, 180 padres e um bispo. Organizado pelo Instituto Nacional de Pastoral (INP), organismo da CNBB, o encontro termina amanhã, dia 30.

Fonte: CNBB

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