O Evangelho de hoje está em Lc. (15, 1-32). Nele encontramos três parábolas que falam da misericórdia de Deus.
A primeira parábola é a do pastor que encontra a ovelha perdida. Um pastor tinha cem ovelhas. Uma delas se afasta do rebanho e se extravia. O pastor vai procurá-la. Com todo carinho, deixando as noventa e nove, seguras no aprisco, percorre montes e vales, até encontrar a que se tinha perdido. Quando a encontra, faz grande festa com os amigos.
A segunda parábola é a de uma mulher que tinha dez moedas de prata, e perdeu uma. Revira imediatamente toda a casa, até encontrá-la. E, então, chama as amigas para se alegrarem com ela.
Mas a terceira parábola é a mais bela de todas. É, sem dúvida, a mais bela de todo o evangelho. É uma das páginas mais sublimes de toda a literatura bíblica. Ela mostra o rosto misericordioso de Deus. É uma dramatização muito viva de toda a história do pecador que se afasta de Deus; da miséria que ele encontra longe da casa do pai, e, enfim, da volta, em que é acolhido com alegria e com festa pelo pai; esse pai que ficou chorando sua ausência, e alongava todos os dias os olhos para a última curva da estrada, na esperança de vê-lo regressar.
Todo aquele que estiver em estado de pecado, leia essa parábola e reflita sobre ela, e, com certeza encontrará o caminho da conversão. Descobrirá como é dura a ingratidão de se afastar de Deus, que é Pai e que dá tudo aquilo de que precisamos. Descobrirá como é infeliz a vida longe da casa do Senhor. A situação de miséria em que se encontra o filho pródigo, tendo até de tomar conta de porcos – profissão amaldiçoada pela lei judaica – e sendo desprezado por todos, encontrará o fundo do abismo em que vai se precipitar. E acabará encontrando, no fundo da alma, o apelo à conversão. E voltará com grande alegria para os braços do pai.
Nestas três parábolas há a alegria do encontro, num crescendo de emoções. A alegria do pastor que encontra sua ovelha é mais do que a da mulher que achou a moeda de prata. E infinitamente maior é a alegria do pai que recebe o filho que voltou. A luz dessas parábolas possamos celebrar a vitória do amor misericordioso do Pai, que, em Jesus, recupera o que para nós, estava perdido: a dignidade dos filhos e a alegria de conviver com os irmãos.
Que este domingo, dia do Senhor, seja a festa do nosso encontro com este Pai amoroso que, como dono de casa e bom pastor, nos acolhe, perdoa e nos faz entrar na intimidade de sua vida e na alegria da convivência fraterna. Que Deus abençoe a todos!
Pe. Raimundo Neto
Pároco de São Vicente de Paulo
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