quarta-feira, 17 de dezembro de 2025

HOJE,,ÀS 17 HORAS, NO NAUTICO, A EXP0SIÇÃO CURUMINS E CUNHATÃS- GUARDIÕES DO CEARÁ INTERCONECTADO E VERDE"

 


O Iracema Digital transcende fronteiras ao integrar, na discussão sobre inovação, soberania digital e tecnologia, a rica cosmovisão dos Povos Indígenas do Ceará. Essa abordagem inovadora foi brilhantemente capturada no livro organizado por Célio Fernando B. Melo, intitulado "Inovação, Tecnologia, Ciência e Sustentabilidade: Transformação Digital: O Ceará Interconectado" (2023), que em tempo recorde reuniu mais de oitenta articulistas. Naquela ocasião, as lentes da capa e contracapa revelavam a força ancestral do Povo Indígena Tremembé da Barra do Mundaú, em Itapipoca, Ceará, Brasil, através do vibrante olhar de seus curumins.

Não por acaso, três anos depois, a intrínseca ligação entre sustentabilidade e os povos indígenas assume o palco central na COP 30 (Belém, 2025). Nossos povos originários, com sua sabedoria milenar, emergem como verdadeiros guardiões da biodiversidade, cuja presença é por si só um testemunho visual da resiliência. Eles defendem a demarcação de terras, a garantia de seu protagonismo em finanças climáticas (REDD+), e tecem uma rede de soluções enraizadas em seus conhecimentos tradicionais — do etnoturismo à economia da floresta em pé. Essas são estratégias vitais para combater a crise climática global, demandando financiamento justo e o reconhecimento inegociável de seus territórios como uma política climática essencial.

Em um cenário desafiador de extremismos ideológicos e polarizações, o Iracema Digital, com sua visão perspicaz, oferece mais uma contribuição valiosa. Ele enriquece a complexa tarefa de fomentar a reflexão sobre o momento atual, tão bem articulado nas propostas dos livros "SABIA - Soberania e Autonomia Brasileira em IA" e "Soberania Digital - Colonialismo e Letramento", de Mauro Oliveira. Através de seu trabalho, o Iracema Digital não apenas documenta, mas também ilumina os caminhos para um futuro mais justo e interconectado.

As obras que compõem a série "Curumins e Cunhatãs" são imagens potentes que retratam a essência dos povos indígenas do Ceará, um fragmento de uma exposição mais ampla. Esta iniciativa se configura como uma sincera homenagem e profundo agradecimento ao Iracema Digital pela distinção do "Iracema de Ouro 2025". A força visual dessas obras ecoa a antiga e profunda sabedoria Tupi-Guarani: "Iandé Atã Joaju", que ressoa como um hino atemporal: "Juntos somos fortes!".

Marcos Vieira - PcD, sociólogo, fotógrafo e professor do IFCE

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