São João Paulo II, o terceiro maior Pontificado da História da Igreja
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Origens
Karol Józef Wojtyła nasceu em 18 de
maio de 1920, em Wadowice. Era o mais novo de três irmãos (sua irmã, Olga,
morreu antes de seu nascimento). Filho do oficial do exército polonês, Karol, e
de Emilia Kaczorowska, teve uma gestação de risco. Os médicos até chegaram a
aconselhar a mãe que interrompesse a gravidez, dado ao risco de vida que
corria. Porém, num gesto profético, Emilia opta pela gestação daquele que, anos
à frente, seria um grande defensor da família e da vida.
O falecimento de seus familiares
Com a saúde debilitada, Emília morreu
nove anos após o nascimento de Lolek, apelido carinhoso de Karol dado por sua
mãe. Três anos depois, a morte voltaria a visitar sua vida: seu irmão mais
velho, Edmund, que era médico e tratou de doentes vítimas de uma epidemia de
escarlatina, acabando por contrair a infecção que lhe seria fatal. Karol o
lembrava como “mártir do dever”.
O Exemplo de seu Pai
Aos 21 anos, Karol ainda perderia o
último membro da família: seu pai. Foi com ele que aprendeu o amor a Virgem Maria,
a honestidade, a bravura, o patriotismo. “A dor dele se transformava em oração.
O simples fato de vê-lo se ajoelhar teve uma influência decisiva nos meus anos
jovens. Não falávamos de vocação ao sacerdócio, mas o exemplo dele foi para
mim, de qualquer modo, o primeiro seminário, um tipo de seminário doméstico”,
confessou mais tarde o já Papa João Paulo II.
Da
não vocação ao terceiro maior pontificado da história
Ocupação Nazista na Polônia
Mesmo com todas as perdas, o amor
recebido na família movia o coração do jovem Karol a Deus e alimentava a força
para enfrentar outras dores e sofrimentos, como a ocupação nazista na Polônia.
Para driblar o regime opressor, o Papa, que queria ser ator, chegou a trabalhar
em uma pedreira e uma indústria química para evitar a deportação para
Alemanha.
Assistiu aos horrores da Guerra
Mesmo sem ser deportado, assistiu de
perto aos horrores da guerra, as profundas marcas deixadas em sua amada
Polônia; e conheceu várias histórias de sofrimento, como a de uma jovem de 13
anos, que salvou da fome após sair de um campo de concentração, e a de outra
jovem, vítima de experimentos científicos nazistas. A dor da nação o ensinou a
amar seu país e a enxergar que o caminho da paz sempre será o mais acertado a
ser seguido. As experiências com as pessoas ensinou que “quem salva uma vida,
salva o mundo inteiro”.
Caminho ao Sacerdócio
Foi também durante a ocupação nazista
que Karol já caminhava em direção ao sacerdócio. Clandestinamente, em 1942,
entrou para o seminário, tendo aulas secretas na residência do arcebispo de
Cracóvia. Quatro anos mais tarde, em 1 de novembro de 1946, Karol Wojtyla
foi ordenado padre pelo cardeal Adam Sapieha. Durante doze anos, alternou sua
vida presbiteral entre estudos, licenciatura de teologia e ética social, além
dos trabalhos próprios do exercício do ministério sacerdotal, como vigário de
algumas paróquias de Cracóvia. Doze anos após a ordenação presbiteral, Wojtyla
se tornou bispo de Ombi e bispo auxiliar da Cracóvia. Em 1964, tornou-se
Arcebispo da Cracóvia. Em 1967, tornou-se cardeal, por indicação de Paulo VI.
João
Paulo II: Eleito Papa em 1978
Eleito Papa
Wojtyla foi eleito Papa em 16 de
outubro de 1978, no conclave que sucedeu a morte do Papa João Paulo I. Era a
primeira vez, em cerca de 450, que era eleito um Papa não italiano. Escolheu o
nome João Paulo II e implantou em seu papado os valores que tinha aprendido ao
longo da vida no anúncio do Evangelho de Cristo.
Mediador da Paz
Manteve discurso conciliador e
pacificador, mediando a paz em várias situações de conflito, porém, sem se
esquivar da luta contra a influência comunista na Polônia sem uso de nenhuma
arma, senão o Evangelho e o amor. Defendeu ferrenhamente os valores da família
– que chamou de santuário da vida –, e a inviolável dignidade de todo ser
humano dentro do projeto de amor de Deus por cada um – de onde brota aquilo que
ficou conhecido como a Teologia do Corpo.
O
grande lema “Totus
Tuus”
Lema
Com o lema “Totus tuus”, “todo teu, Maria”, declarou seu amor e total
devoção a Virgem Maria, particularmente a Nossa Senhora de Częstochowa,
padroeira da Polônia. E foi a Virgem Maria que o Papa atribuiu a sobrevivência
ao atentado que sofreu em 13 de maio de 1981.
Feitos do Sumo Pontífice
João Paulo II criou as Jornadas
Mundiais da Juventude, escreveu 14 encíclicas, organizou 15 assembleias do
Sínodo dos Bispos, nomeou 231 cardeais, beatificou 1338 pessoas e canonizou 482
santos. Mas foi além das palavras e demonstrou sua santidade, mesmo nos
momentos de dor.
João Paulo II: Santo Súbito
Páscoa
Nos últimos anos de vida, lutou
bravamente contra o Parkinson. Entrou para eternidade no dia 2 de abril de
2005. Seu funeral reuniu milhões de fiéis em Roma e mais de 200 representantes
de governos. No seu funeral, era declarado pelas multidões “Santo Súbito!”
(santo imediatamente). Lido e explicado à luz do amor, seu legado permanece
vivo e firme; e seu convite feito na homilia do início do seu pontificado
continua a ecoar: “Não tenhais medo! Abri, melhor, escancarai as portas a
Cristo!”.
Legado
Vinte e seis anos. O terceiro maior
Pontificado da História da Igreja. Duas décadas e meia que revolucionaram a
sociedade contemporânea no campo político, social e humanitário. De fato, São
João Paulo II desenvolveu na prática a expressão de um dos Paulo VI:
civilização do amor. Sua atuação no combate ao comunismo, na defesa da família,
do estímulo ao diálogo inter-religioso e na promoção da paz o levou a ser
conhecido carinhosamente como “peregrino do amor”, em alusão às suas constantes
visitas papais: foram 129 países em que o papa polonês repetia o gesto que se
tornou símbolo da sua presença: beijar o chão de cada novo lugar que visitava
logo depois de descer do avião.
Minha oração
“Nosso santo Papa da Juventude,
suscitai novos pastores de jovens e dai a eles o mesmo amor que tiveste.
Conduzi teus filhos queridos para que encontrem e realizem sua própria vocação
em cada estado de vida. Amém!”
São
João Paulo II, rogai por nós!
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