Origens
Em 12 de julho de 1751, numa pequena aldeia no norte da França, nasce Maria
Rosa Júlia Billiart, filha de camponeses pobres e muito religiosos que a
batizaram no mesmo dia do seu nascimento. Ela, seus pais e seus 8 irmãos viviam
do trabalho na lavoura e de um pequeno comércio.
Eucaristia,
o seu único alimento
Júlia
fez a primeira comunhão aos sete anos, e com oito anos já havia aprendido todo
o catecismo. Por uma disposição interior, ou por um chamado sobrenatural, e por
fé viva na presença real de Jesus no Pão Eucarístico, a Eucaristia passou a ser
o único alimento de sua vida. Ela aprendeu a ler e a escrever, porque, com este
saber, ajudava no sustento da sua casa.
Caridade
Mesmo
com todas as suas ocupações para ajudar a família, sempre procurava cavar tempo
para visitar os enfermos e os abandonados. Ela os ajudava e orava por
eles.
“A educação é o caminho da plenitude da vida.” (Santa Júlia Billiart)
Paralisia
Aos
treze anos, sem nutrição física por se alimentar apenas da comunhão
Eucarística, ela começou a ter sérios problemas de saúde. Júlia, que já
caminhava com muita dificuldade por causa do trabalho excessivo na lavoura para
ajudar os pais, presenciou um atentado cometido a seu pai. Um indivíduo
disparou um fuzil contra ele, e Júlia teve o seu sistema nervoso abalado. Em
1782, uma forte epidemia agravou ainda mais a saúde de Júlia, fazendo com que
ela ficasse paralítica por 22 anos. Desde então, recebeu cinco vezes o
sacramento da unção dos enfermos devido à grave situação de sua saúde.
Mística
Durante
a sua paraplegia, Santa Júlia Billiart mergulhou nos mistérios profundos da
oração, da contemplação, da vida mística. O Senhor, presente na Eucaristia,
passou a ser o centro de sua vida. Ele revelou a ela os mistérios da salvação,
dos sofrimentos no Calvário, da imensurável glória celeste e da luz de Deus que
ilumina a vida do cristão.
Vida
ativa
Os
frutos da Eucaristia apareceram. Santa Júlia Billiart tinha uma vida ativa
mesmo nesta situação especial de paraplegia. Ela esteve sempre ligada à
catequese paroquial e dava grande atenção à educação dos pobres, sabendo que a
educação é uma das chaves da libertação da pobreza. Sempre engajada na
catequese da paróquia, preocupava-se com a educação dos pobres.
Amizades
Cultivava
amizades dentro de sua família e ampliava esses laços com religiosos, com
mulheres nobres que, sabendo de sua situação, procuravam arrecadar donativos
que ajudavam a sua família. Mantinha amizades também com as irmãs carmelitas,
que lhe davam um suporte espiritual.
A Congregação das Irmãs de Notre Dame
de Namür
O
sonho de ir além
Santa
Júlia Billiart, depois de muitos anos de paralisia e vida mística, sentiu em
seu coração o grande desejo de se tornar religiosa. Este desejo, porém,
carregava uma meta muito definida: era preciso fundar uma Congregação religiosa
com o carisma de formar bons e santos educadores para educar os pobres.
A
realização do sonho
Em
outubro de 1794, aos 44 anos de idade, Júlia encontrou-se com Francisca Blin de
Bourdon, que tinha 38 anos. Elas se conheceram no castelo da nobre família
francesa, em Amiens. Essa amizade tornou-se a célula originária da Congregação
das Irmãs de Nossa Senhora, a qual, futuramente, se chamaria Congregação das
Irmãs de Notre Dame de Namür.
No dia 2 de fevereiro de 1804, em
Amiens, Júlia Billiart, Francisca Blin de Bourdon e Catarina Duchâtel emitiram
os votos religiosos. Essa cerimônia, presidida pelo Padre Varin, marcou o
início da Congregação das Irmãs de Notre Dame de Namür. O objetivo do novo
Instituto era a educação das crianças e a catequese.
Cura
Em
1º de junho de 1804, após 30 anos de enfermidade e 22 anos de paralisia, Júlia
foi milagrosamente curada durante uma novena ao Sagrado Coração de Jesus. Sua
devoção ao Sagrado Coração de Jesus a curou, pois ela voltou a caminhar depois
de todos esses anos. A Mãe de Deus era sua grande referência e modelo, e a
Eucaristia era o centro de sua vida de fé inabalável. Mas viver com ela não era
fácil. Era um desafio constante, devido à firmeza de metas foi considerada
teimosa e temperamental. Principalmente por não aceitar que a congregação fosse
só diocesana, ou seja, sem superiora geral. Custou muito para que tivesse tal
direito, mas, por fim, foi eleita superiora geral.
A
obra de Santa Júlia Billiart cresceu
Escola
Santa Júlia Billiart abriu sua primeira escola gratuita para
crianças pobres em Amiens e começou a viajar pela França e Bélgica estendendo a
obra. Era um tempo de miséria e dificuldades. Por isso, ela abria pensionatos
e, com os ganhos obtidos, fundava as escolas gratuitas. Não aceitava qualquer
donativo que pudesse tirar a independência da congregação. Para ter recursos,
criava pensionatos e, ao lado deles, a escola para pobres. Sua obra se espalhou
por várias cidades desses dois países.
Perseguição
e mudança
Santa
Júlia Billiart foi perseguida injustamente pelo bispo da cidade de Amiens. Ele
chegou a afastá-la da Congregação. As irmãs, porém, decidiram ir junto com ela
para Namür, uma cidade belga. Ali, a Congregação se firmou e foi em frente.
Santa Júlia, então, continuou com sua obra, ajudando a milhares de crianças
pobres, dando a elas formação que lhes abria uma porta para um futuro
melhor.
Legado
Durante
os 12 anos em que Júlia esteve à frente da Congregação, ela fundou várias
comunidades e escreveu mais de 400 cartas.
Falecimento,
beatificação e canonização
Vendo
a obra de sua vida realizada, Santa Júlia Billiart faleceu na paz de Nosso
Senhor, que era o centro de sua vida, no dia 8 de abril de 1816, aos 55 anos,
enquanto recitava o Magnificat. Foi beatificada pelo Papa Pio X, em 1906, e
canonizada por Paulo VI em 1969. Na ocasião, ele disse: “Por meio do seu
batismo, de sua consagração religiosa e por sua vida inteira de fé em Deus, que
é bom, Júlia foi colocada na trilha da opção divina pelos pobres.”
Devoção a Santa Júlia Billiart
Oração
a Santa Júlia Billiart
“Ó
Deus, que destes a Santa Júlia Billiart a graça de ter vosso Filho Jesus Cristo
como o centro de sua vida, dai também a nós esta graça essencial, para que
nossa vida frutifique em bênçãos para todos aqueles que precisarem. Por nosso
Senhor Jesus Cristo, vosso Filho. Amém.”
A
minha oração
“Santa
Júlia Billiart, seja minha intercessora junto a Deus no céu. Quero aprender
contigo a me ofertar por amor a Deus, mesmo em meio às enfermidades e tribulações,
e a não ter medo de confiar e me abandonar à vontade Daquele que é tudo na
minha vida. Amém.”
Santa Júlia Billiart, rogai por nós!
Fonte: Canção Nova Notícias
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