domingo, 13 de abril de 2025

REFLEXÕES SOBRE AS LEITURAS DE HOJE

 13 DE ABRIL DE 2025

DOMINGO DE RAMOS DA

PAIXÃO DO SENHOR


Cor: Roxo


1ª Leitura - Is 50,4-7

Leitura do Livro do Profeta Isaías 50,4-7

4O Senhor Deus deu-me língua adestrada, para que eu saiba dizer

palavras de conforto à pessoa abatida; ele me desperta cada manhã e me

excita o ouvido, para prestar atenção como um discípulo. 5O Senhor abriu-me

os ouvidos; não lhe resisti nem voltei atrás. 6Ofereci as costas para me

baterem e as faces para me arrancarem a barba; não desviei o rosto de

bofetões e cusparadas. 7Mas o Senhor Deus é meu Auxiliador, por isso não me

deixei abater o ânimo, conservei o rosto impassível como pedra,

porque sei que não sairei humilhado. Palavra do Senhor.

Reflexão - Jesus abriu o caminho para nós que dizemos ser servos e servas!


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O servo a que se refere esta passagem é Jesus, no entanto, Ele é o nosso

Referencial. Jesus é o Mestre e nós somos os seus discípulos, devemos fazer

como Ele: ter os ouvidos bem abertos e não resistir ao seu chamado, apesar

de todas as dificuldades, porque o Senhor Deus é o auxiliador e não nos deixa

desanimar. Servo é aquele que se compromete livremente com alguma

pessoa no serviço desinteressado e abnegado, deixando-se reger por um

condutor. O profeta descreve para nós como são as atitudes do servo que é

fiel ao projeto de Deus: ele está sempre atento às orientações e ensinamentos

do Senhor como um discípulo atencioso. Deus mesmo é quem o conduz e até

enfrentando a fúria e a rebeldia dos inimigos, ele permanece firme e não

desanima. Jesus abriu o caminho para nós, por isso, todos nós que dizemos ser

servos e servas, precisamos nos pôr à disposição do Espírito Santo que nos

inspira e conduz por meio de uma ou de outra pessoa. Somos servos de Deus

quando prestamos serviço ao nosso próximo, por amor, não desviando o rosto,

nem procurando nos esquivar dos encargos e compromissos confiando em que

o Senhor Deus é o nosso auxiliador e não sairemos humilhados. Você é servo

de alguém? – A quem você está servindo aqui na terra? – Você tem

enfrentado dificuldades no seu serviço? – Você tem se deixado conduzir

pelo Espírito Santo no serviço que presta a Deus e aos homens? – Você é

obediente?

Salmo - Sl 21,8-9.17-18a.19-20.23-24 (R.2a)

R. Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?

8Riem de mim todos aqueles que me vêem,*

torcem os lábios e sacodem a cabeça:

9'Ao Senhor se confiou, ele o liberte*

e agora o salve, se é verdade que ele o ama!'R.


17Cães numerosos me rodeiam furiosos,*

e por um bando de malvados fui cercado.

Transpassaram minhas mãos e os meus pés

18e eu posso contar todos os meus ossos.*

Eis que me olham e, ao ver-me, se deleitam! R.

19Eles repartem entre si as minhas vestes*

e sorteiam entre si a minha túnica.

20Vós, porém, ó meu Senhor, não fiqueis longe,*

ó minha força, vinde logo em meu socorro! R.

23Anunciarei o vosso nome a meus irmãos*

e no meio da assembléia hei de louvar-vos!

24Vós que temeis ao Senhor Deus, dai-lhe louvores,

glorificai-o, descendentes de Jacó,*

e respeitai-o toda a raça de Israel!R.

Reflexão - Na liturgia de hoje nós acompanhamos os passos de Jesus na

caminhada para o calvário. O salmista antecipa tudo o que Jesus iria passar

durante o Seu martírio até o momento em que Ele se sentiu abandonado pelo


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próprio Deus. Isso nos leva a pensar nos momentos em que nós também nos

sentimos sem ninguém, vivendo a nossa dor, solitários no meio da multidão ao

nosso redor. São momentos em que precisamos enfrentar o deserto tão

necessário para o nosso crescimento. Mesmo assim, como Jesus, nós ainda

temos força para dizer: “anunciarei o vosso nome a meus irmãos e no meio da

assembleia hei de louvar-vos!” O Pai que sofre conosco mesmo sem

percebermos, alegrar-se-á conosco com o nosso louvor.

2ª. Leitura - Fl 2,6-11

Leitura da Carta de São Paulo aos Filipenses 2,6-11

6Jesus Cristo, existindo em condição divina, não fez do ser igual a Deus uma

usurpação, 7mas ele esvaziou-se a si mesmo, assumindo a condição de

escravo  e tornando-se igual aos homens.

Encontrado com aspecto humano, 8humilhou-se a si mesmo,

fazendo-se obediente até a morte, e morte de cruz. 9Por isso, Deus o exaltou

acima de tudo e lhe deu o Nome que está acima de todo nome. 10Assim, ao

nome de Jesus, todo joelho se dobre no céu, na terra e abaixo da terra, 11e

toda língua proclame: 'Jesus Cristo é o Senhor', para a glória de Deus Pai.

Palavra do Senhor.

Reflexão – Tudo para a glória de Deus Pai!

Jesus não fugiu do sofrimento, mas enfrentou a morte por obediência ao Pai,

por isso não se prevaleceu da Sua divindade e se fez escravo como nós. “Ele

esvaziou-se e humilhou-se a si mesmo, fazendo-se obediente até a morte, e

morte de cruz.” Comparando a nossa vida com a vida de Jesus chegamos à

conclusão de que Ele fez justamente o contrário do que nós sempre fazemos.

Quantas vezes nós nos prevalecemos da nossa posição social ou então

apresentamos outra qualquer justificativa para sermos privilegiados e não

precisarmos passar por alguma situação de humilhação! O nosso primeiro

argumento é continuamente querer mostrar quem nós somos, o nosso status,

poder, situação financeira, contanto que nos livremos da obediência ao

tributo que nos é imposto. Com Jesus, no entanto, aconteceu exatamente o

oposto: “Mesmo sendo de condição divina, Ele não se prevaleceu de sua

igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de

escravo e assemelhando-se aos homens”. Por isso, Deus o exaltou acima de

tudo, dando-lhe o Nome diante do qual todos nós devemos nos ajoelhar.

Tomando consciência da nossa condição humana imperfeita precisamos seguir

o exemplo de Jesus e, diante de Deus, nos humilhar reconhecendo a nossa

limitação e nos abandonar à Sua Vontade. Assim sendo, com certeza, também

seremos exaltados e acolhidos no reino dos céus. Tudo para a glória de Deus

Pai! – Você tem coragem de enfrentar as dificuldades por obediência à

Palavra de Deus? – Você costuma apresentar-se como uma pessoa que tem

poderes ou se limita apenas a ser uma pessoa comum? – Você faz

discriminação entre as pessoas quando estas o (a) procuram?

Evangelho - Lc 23,1-49 (mais breve)

Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo Lucas 23,1-49


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Naquele tempo: 1Toda a multidão se levantou e levou Jesus a Pilatos. Não

encontro neste homem nenhum crime. 2Começaram então a acusá-lo,

dizendo: 'Achamos este homem fazendo subversão entre o nosso povo,

proibindo pagar impostos a César

e afirmando ser ele mesmo Cristo, o Rei.' 3Pilatos o interrogou: 'Tu és o rei

dos judeus?' Jesus respondeu, declarando: 'Tu o dizes!'

4Então Pilatos disse aos sumos sacerdotes e à multidão: 'Não encontro neste

homem nenhum crime.' 5Eles, porém, insistiam: 'Ele agita o povo, ensinando

por toda a Judéia, desde a Galiléia, onde começou, até aqui.' 6Quando ouviu

isto, Pilatos perguntou:

'Este homem é galileu?' 7Ao saber que Jesus estava sob a autoridade de

Herodes, Pilatos enviou-o a este, pois também Herodes estava em Jerusalém

naqueles dias. Herodes, com seus soldados, tratou Jesus com desprezo.

8Herodes ficou muito contente ao ver Jesus, pois havia muito tempo desejava

vê-lo.

Já ouvira falar a seu respeito e esperava vê-lo fazer algum milagre. 9Ele

interrogou-o com muitas perguntas. Jesus, porém, nada lhe respondeu. 10Os

sumos sacerdotes e os mestres da Lei

estavam presentes e o acusavam com insistência. 11Herodes, com seus

soldados, tratou Jesus com desprezo, zombou dele, vestiu-o com uma roupa

vistosa e mandou-o de volta a Pilatos. 12Naquele dia Herodes e

Pilatos ficaram amigos um do outro, pois antes eram inimigos. Entregou Jesus

à vontade deles. 13Então Pilatos convocou os sumos sacerdotes, os chefes e o

povo, e lhes disse:

14'Vós me trouxestes este homem como se fosse um agitador do povo. Pois

bem! Já o interroguei diante de vós e não encontrei nele nenhum dos crimes

de que o acusais; 15nem Herodes, pois o mandou de volta para nós. Como

podeis ver, ele nada fez para merecer a morte. 16Portanto, vou castigá-lo e o

soltarei.

18Toda a multidão começou a gritar: 'Fora com ele! Solta-nos Barrabás!'

19Barrabás tinha sido preso por causa de uma revolta na cidade e por

homicídio. 20Pilatos falou outra vez à multidão,

pois queria libertar Jesus. 21Mas eles gritavam: 'Crucifica-o! Crucifica-o!' 22E

Pilatos falou pela terceira vez: 'Que mal fez este homem? Não encontrei nele

nenhum crime que mereça a morte.

Portanto, vou castigá-lo e o soltarei.' 23Eles, porém, continuaram a gritar com

toda a força, pedindo que fosse crucificado. E a gritaria deles aumentava

sempre mais. 24Então Pilatos decidiu 

que fosse feito o que eles pediam. 25Soltou o homem que eles queriam -

aquele que fora preso por revolta e homicídio - e entregou Jesus à vontade

deles. 26Enquanto levavam Jesus, pegaram um certo Simão, de Cirene, que

voltava do campo, e impuseram-lhe a cruz para carregá-la atrás de Jesus.

27Seguia-o uma grande multidão do povo e de mulheres que batiam no peito e

choravam por ele. 28Jesus, porém, voltou-se e disse: 'Filhas de Jerusalém,

não choreis por mim! Chorai por vós mesmas e por vossos filhos! 29Porque dias

virão em que se dirá: 'Felizes as mulheres que nunca tiveram filhos, os ventres

que nunca deram à luz e os seios que nunca amamentaram'. 30Então

começarão a pedir às montanhas: 'Caí sobre nós! e às colinas: 'Escondei-nos!'

31Porque, se fazem assim com a árvore verde, o que não farão com a árvore

seca?' 32Levavam também outros dois malfeitores para serem mortos junto


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com Jesus. Pai, perdoa-lhes! Eles não sabem o que fazem! 33Quando

chegaram ao lugar chamado 'Calvário', ali crucificaram Jesus e os malfeitores:

um à sua direita e outro à sua esquerda. 34Jesus dizia: 'Pai, perdoa-lhes! Eles

não sabem o que fazem!' Depois fizeram um sorteio, repartindo entre si as

roupas de Jesus. Este é o Rei dos Judeus. 35O povo permanecia lá, olhando. E

até os chefes zombavam, dizendo: 'A outros ele salvou. Salve-se a si mesmo,

se, de fato, é o Cristo de Deus, o Escolhido!' 36Os soldados também caçoavam

dele; aproximavam-se, ofereciam-lhe vinagre, 37e diziam: 'Se és o rei dos

judeus, salva-te a ti mesmo!' 38Acima dele havia um letreiro: 'Este é o Rei dos

Judeus.' 39Um dos malfeitores crucificados o insultava, dizendo: 'Tu não és o

Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós!' 40Mas o outro o repreendeu, dizendo:

'Nem sequer temes a Deus, tu que sofres a mesma condenação? 41Para nós, é

justo, porque estamos recebendo o que merecemos; mas ele não fez nada de

mal.' 42E acrescentou: 'Jesus, lembra-te de mim, quando entrares no teu

reinado.' 43Jesus lhe respondeu: 'Em verdade eu te digo: ainda hoje estarás

comigo no Paraíso.' Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito. 44Já era mais

ou menos meio-dia e uma escuridão cobriu toda a terra até às três horas da

tarde, 45pois o sol parou de brilhar. A cortina do santuário rasgou-se pelo

meio, 46e Jesus deu um forte grito: 'Pai, em tuas mãos entrego o meu

espírito.' Dizendo isso, expirou. Aqui todos se ajoelham e faz-se uma pausa.

47O oficial do exército romano viu o que acontecera e glorificou a Deus

dizendo: 'De fato! Este homem era justo!' 48E as multidões, que tinham

acorrido para assistir, viram o que havia acontecido, e voltaram para casa,

batendo no peito. 49Todos os conhecidos de Jesus, bem como as mulheres

que o acompanhavam desde a Galiléia, ficaram à distância, olhando essas

coisas. Palavra da Salvação.

Reflexão - Contemplando a História da nossa Salvação!

Como preparação para a Semana Santa, neste Domingo de Ramos nós temos a

oportunidade de relembrar a história da Paixão, Morte e Ressurreição de

Nosso Senhor Jesus Cristo. Recordar esses momentos é contemplar a história

da nossa salvação. Façamos, portanto, uma leitura atenciosa do longo trecho

do Evangelho de hoje e revivamos com Jesus os momentos da Sua Paixão e

Morte. Os acontecimentos que antecederam a Paixão de Jesus, a Sua entrega

no Getsêmani, quando sofreu a grande agonia e se rendeu à vontade do Pai.

Olhando para a dor de Jesus e de Sua Mãe Maria nós podemos nos colocar

diante da Sua Cruz e oferecer a Ele as nossas dificuldades, nossas dores,

nossas inquietações. O sofrimento que é colocado na Cruz de Jesus torna-se

redentor e nos leva a experimentar a libertação e o consolo. Apesar da nossa

falta de entendimento, podemos experimentar, simplesmente, a alegria de

sofrer por amor a Ele. A Ele podemos dizer apenas: “Senhor, eu não entendo

nada, mesmo assim confio em Vós!”

 – Qual o sentimento que se apossa do

seu coração quando você reflete sobre a Paixão e Morte de Nosso Senhor

Jesus Cristo? Anote no seu caderno de oração!

Helena Serpa,

Fundadora da Comunidade Missionária Um Novo Caminho  

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