30 DE MARÇO DE 2025
DOMINGO DA IV SEMANA
DA QUARESMA
Cor Roxo
1ª Leitura Js 5, 9ª.10-12
Leitura do Livro de Josué 5,9a.10-12
Naqueles dias: 9ao Senhor disse a Josué: 'Hoje tirei de cima de vós o opróbrio do
Egito'. 10Os israelitas ficaram acampados em Guilgal e celebraram a Páscoa no dia
catorze do mês, à tarde, na planície de Jericó. 11No dia seguinte à Páscoa comeram
dos produtos da terra, pães sem fermento e grãos tostados nesse mesmo dia. 12O
maná cessou de cair no dia seguinte, quando comeram dos produtos da terra. Os
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israelitas não mais tiveram o maná. Naquele ano comeram dos frutos da terra de
Canaã. Palavra do Senhor.
Reflexão – Deus está sempre colocando em nossas mãos a boa semente
para o nosso cultivo.
O povo de Israel, então, livre da escravidão do Egito, celebrava a Páscoa,
provando dos frutos próprios da terra, pois, não havia mais necessidade do
maná que eles recebiam no deserto. Eles, agora, alimentavam-se, do que
colhiam do seu próprio cultivo. Fazendo uma analogia com a nossa vida
humana e espiritual, também poderemos refletir, qual tem sido o alimento da
nossa alma e do nosso espírito, durante o tempo em que estamos vivendo.
Comer dos frutos da terra poderá ser para nós, o alimentar-se daquilo que a
nossa humanidade tem semeado em si mesma, para abastecer-se. Assim, pois,
podemos estar comendo frutos bons ou ruins, na medida em que estamos
deixando espargirem-se dentro de nós as sementes que a Palavra de Deus põe
em nossas mãos. O Senhor Deus, como um Pai providente, está sempre
colocando em nossas mãos a boa semente para o nosso cultivo e consequente
colheita dos frutos que saciam a nossa alma e o nosso espírito. Frutos de
amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade,
mansidão, domínio próprio... No entanto, o inimigo também se esforça para
nos oferecer a semente imprestável que, muitas vezes, assemelha-se ao que
Deus nos propõe e, por isso, enganados, nos sujeitamos a comer do veneno
que pode nos levar à morte. Entrar na terra prometida é assumir a vida nova
no Espírito que Jesus nos propõe quando nos oferece salvação. Jesus já nos
salvou, no entanto, podemos ou não nos apossar desta salvação dependendo
da nossa abertura para as Suas propostas. A Terra que Deus nos prometeu
produz frutos bons que nos levam à santidade e à justiça, conforme estejamos
abertos à semeadura do Senhor que nos faz viver a vida nova na nova terra
que Ele nos oferece. – Do que você tem se alimentado nessa sua caminhada
terrena? – O que o seu coração tem oferecido para que você se alimente? –
A Palavra de Deus tem sido semente para você? – Quais são os frutos bons e
os frutos maus que você tem provado? – Você tem provado dos frutos do
amor de Deus?
Salmo 33,2-3.4-5.6-7 (R.9a)
R. Provai e vede quão suave é o Senhor!
2Bendirei o Senhor Deus em todo o tempo,*
seu louvor estará sempre em minha boca.
3Minha alma se gloria no Senhor;*
que ouçam os humildes e se alegrem! R.
4Comigo engrandecei ao Senhor Deus,*
exaltemos todos juntos o seu nome!
5Todas as vezes que o busquei, ele me ouviu,*
e de todos os temores me livrou. R.
6Contemplai a sua face e alegrai-vos,*
e vosso rosto não se cubra de vergonha!
7Este infeliz gritou a Deus, e foi ouvido,*
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e o Senhor o libertou de toda angústia. R.
Reflexão - O Senhor liberta da angústia todo aquele (a) que Nele se confia.
Quem confia no Senhor e reconhece que só Ele é a Salvação pode ser chamado
(a) de humilde. A humildade é o reconhecimento da verdade da nossa
limitação e da santidade e justiça de Deus que é a sua misericórdia. Clame ao
Senhor e serás atendido (a)!
2ª. Leitura – II Cor 5, 17-21
Leitura da Segunda Carta de São Paulo aos Coríntios 5,17-21
Irmãos: 7Se alguém está em Cristo, é uma criatura nova. O mundo velho
desapareceu. Tudo agora é novo. 18E tudo vem de Deus,
que, por Cristo, nos reconciliou consigo e nos confiou o ministério da reconciliação.
19Com efeito, em Cristo, Deus reconciliou o mundo consigo, não imputando aos
homens as suas faltas e colocando em nós a palavra da reconciliação. 20Somos, pois,
embaixadores de Cristo, e é Deus mesmo que exorta através de nós. Em nome de
Cristo, nós vos suplicamos: deixai-vos reconciliar com Deus. 21Aquele que não
cometeu nenhum pecado, Deus o fez pecado por nós, para que nele nós nos tornemos
justiça de Deus.
Palavra do Senhor.
Reflexão - Somos novas criaturas quando nos apropriamos da mentalidade
do céu.
São Paulo nos mostra como poderemos assumir o novo ser que Jesus veio nos
oferecer, quando diz: “se alguém está em Cristo, é uma criatura nova.”
Portanto, o estar em Cristo é o segredo para que nos tornemos criaturas
novas, reconciliadas com o Pai, com a dignidade de filhos e filhas. “Tudo
agora é novo, o mundo velho passou”, diz a palavra. Isto significa viver
segundo o Evangelho de Cristo assumindo uma nova mentalidade que nos
propõe fazer tudo diferente do que o mundo prega. Jesus Cristo veio a terra
nos religar ao Pai de quem provém o poder de nos transformar e converter.
Reconciliados com Deus nós poderemos assumir o Senhorio de Jesus e abraçar
a Salvação que Ele conquistou para nós. Jesus se fez pecado, adquiriu a nossa
culpa, a fim de que nele, nos tornemos justiça de Deus. Por isso, somos novas
criaturas quando nos apropriamos da mentalidade do céu mesmo que ainda
vivamos aqui na terra como embaixadores de Cristo. Recebemos então, o
ministério da reconciliação para ajudar muitas outras pessoas a também
deixarem-se reconciliar com Deus. Jesus é a justiça de Deus para nós porque
assumiu a nossa culpa sem ser Ele culpado, só por Amor. – Você se considera
um homem novo, uma mulher nova? – Você já assumiu a função de
embaixador de Cristo aqui na terra? – Você vive reconciliado com Deus e
com o próximo?
Evangelho – Lc 15, 1-3.11-32
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 15,1-3.11-32
Naquele tempo: 1Os publicanos e pecadores aproximavam-se de Jesus para o
escutar. 2Os fariseus, porém, e os mestres da Lei criticavam Jesus. 'Este homem
acolhe os pecadores e faz refeição com eles.' 3Então Jesus contou-lhes esta
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parábola: 11'Um homem tinha dois filhos. 12O filho mais novo disse ao pai: 'Pai, dá-
me a parte da herança que me cabe'. E o pai dividiu os bens entre eles.
13Poucos dias depois, o filho mais novo juntou o que era seu e partiu para um lugar
distante. E ali esbanjou tudo numa vida desenfreada. 14Quando tinha gasto tudo o
que possuía, houve uma grande fome naquela região, e ele começou a passar
necessidade. 15Então foi pedir trabalho a um homem do lugar, que o mandou para
seu campo cuidar dos porcos. 16O rapaz queria matar a fome com a comida que os
porcos comiam, mas nem isto lhe davam. 17Então caiu em si e disse: 'Quantos
empregados do meu pai têm pão com fartura, e eu aqui, morrendo de fome. 18Vou-
me embora, vou voltar para meu pai e dizer-lhe: `Pai, pequei contra Deus e contra
ti; 19já não mereço ser chamado teu filho. Trata-me como a um dos teus
empregados'.
20Então ele partiu e voltou para seu pai. Quando ainda estava longe, seu pai o
avistou e sentiu compaixão. Correu-lhe ao encontro, abraçou-o, e cobriu-o de
beijos. 21O filho, então, lhe disse: 'Pai, pequei contra Deus e contra ti. Já não
mereço ser chamado teu filho'. 22Mas o pai disse aos empregados: `Trazei depressa a
melhor túnica para vestir meu filho. E colocai um anel no seu dedo e sandálias nos
pés. 23Trazei um novilho gordo e matai-o. Vamos fazer um banquete. 24Porque este
meu filho estava morto e tornou a viver; estava perdido e foi encontrado'. E
começaram a festa. 25O filho mais velho estava no campo. Ao voltar, já perto de
casa, ouviu música e barulho de dança. 26Então chamou um dos criados e perguntou
o que estava acontecendo. 27O criado respondeu: `É teu irmão que voltou. Teu pai
matou o novilho gordo, porque o recuperou com saúde'. 28Mas ele ficou com raiva e
não queria entrar. O pai, saindo, insistia com ele. 29Ele, porém, respondeu ao pai:
`Eu trabalho para ti há tantos anos, jamais desobedeci a qualquer ordem tua. E tu
nunca me deste um cabrito para eu festejar com meus amigos.
30Quando chegou esse teu filho, que esbanjou teus bens com prostitutas, matas para
ele o novilho cevado'. 31Então o pai lhe disse: `Filho, tu estás sempre comigo, e
tudo o que é meu é teu. 32Mas era preciso festejar e alegrar-nos, porque este teu
irmão estava morto e tornou a viver; perdido, e foi encontrado'.' Palavra da Salvação.
Reflexão – O filho rebelde e o pretensioso!
A Parábola do filho pródigo ao mesmo tempo em que é uma manifestação do
grande amor de Deus por cada um de nós, também nos leva a refletir sobre o
grande pecado da rebeldia e do orgulho que foi inoculado em nós, a partir dos
nossos primeiros pais. Somos assim como o filho pródigo e o filho mais velho.
O filho pródigo pediu ao Pai a sua herança, porque queria ser livre e seguir o
seu próprio caminho, fazendo o que quizesse! Fracassou, foi malsucedido e,
sentindo na carne os efeitos da sua rebeldia, arrependeu-se e voltou
constrangido, esperando ser abrigado apenas como um dos empregados do seu
pai. Consciente de tudo quanto havia feito de errado, ele regressou confiando
apenas na solidariedade humana do seu pai. Nunca pensou que seria acolhido
com um ABRAÇO DE PAI! O filho mais velho, por sua vez, orgulhoso e
pretensioso, se achava o máximo porque cumpria com a sua obrigação e fazia
tudo conforme manda o calendário. Arrogante, ele não entendia por que
razão o pai teria que oferecer uma festa para aquele filho ingrato e
irresponsável! Assim também nós pensamos e agimos. Ou queremos liberdade
e independência para provar de tudo quanto o mundo nos oferece e damos as
costas para Deus ou então, ficamos na casa do Pai, por obrigação, cheios de
razão e não admitimos que outro venha nos tomar o lugar de filho “perfeito”!
Muitas vezes, pensamos que só temos direito ao abraço do Pai quando
fazemos tudo certinho e seguimos à risca todas as orientações que estão
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escritas na lei, assim como os fariseus e os mestres da Lei que criticavam
Jesus. Jesus, no entanto, nos mostra que o Pai está sempre de braços abertos
para acolher o nosso arrependimento e, espera por nós a cada instante,
mesmo que seja no último minuto. Ele nos leva a descobrir que o
arrependimento e a confiança que tivermos na misericórdia de Deus são o
passaporte para que possamos voltar à casa do Pai e sermos abraçados por
Ele. Nunca será tarde para nós, mesmo que muito tempo já tenha se passado
e que tenhamos acabado toda a nossa fortuna, isto é, a nossa
intelectualidade, o nosso dinheiro, a saúde, os bens etc. O Pai está atento e
nos espera para também dizer: Alegrai-vos comigo! Só se sente perdoado e
necessitado de perdão quem erra e reconhece que errou. Mesmo que, como o
filho mais velho, tenhamos vivido sempre trabalhando para Deus, enquanto
nos acharmos sem defeitos não nos sentiremos amados porque não tivemos a
oportunidade de receber o abraço do Seu perdão
. – Você alguma vez já experimentou o abraço do Pai? – Você se sente como o filho mais velho ou
como o filho pródigo? – Qual dos dois irmãos sentiu mais o Amor de Deus? -
Quando você erra volta-se pra Deus com o coração de filho ou de
empregado? - Qual a diferença entre ser filho e ser empregado ? – Você
acha que o filho mais velho se comportou com a mentalidade de filho ou
de empregado?
Helena Serpa,
Fundadora da Comunidade Missionária Um Novo Caminho
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