Em sua catequese semanal, Francisco falou de um
tema “difícil, mas importante”: o da justificação. Se a justificação é a
consequência da misericórdia de Deus, sejamos misericordiosos para com o
próximo.
Bianca Fraccalvieri – Cidade do Vaticano
O Papa Francisco se reuniu na manhã desta
quarta-feira com milhares de fiéis na Sala Paulo VI para a Audiência Geral.
Após a parentese na semana passada para recordar
sua viagem a Budapeste e Eslováquia, na catequese de hoje o Pontífice retomou o
ciclo sobre a Carta aos Gálatas e comentou um tema que ele mesmo definiu
“difícil, mas importante”: o da justificação.
“O que é a justificação? Nós, como pecadores, nos
tornamos justos. Quem nos fez justos? Este processo de transformação é a
justificação. Nós, diante de Deus, somos justos.”
Certamente somos pecadores, “mas na base somos
justos”, explicou Francisco, e quem nos justificou foi Jesus Cristo.
A bondade de Deus
Paulo insiste no fato de que a justificação vem da
fé em Cristo. No seu pensamento, a justificação é a consequência da “misericórdia
de Deus que oferece o perdão”. “E este é o nosso Deus, assim tão bom!
Misericordioso, paciente e repleto de misericórdia, que continuamente oferece o
perdão. Continuamente.
De fato, através da morte de Jesus, Deus destruiu o
pecado e deu-nos o perdão e a salvação de uma forma definitiva. Assim
justificados, os pecadores são acolhidos por Deus e reconciliados com Ele.
É como um regresso à relação original entre o
Criador e a criatura, antes que interviesse a desobediência do pecado.
Portanto, a justificação que Deus realiza permite que recuperemos a inocência
perdida com o pecado. E isto ocorre “por pura graça, não por nossos méritos”.
Cristo pagou por todos nós, através de sua morte e ressurreição.
Responder ao Amor com amor
Todavia, isso não significa que, para Paulo, a Lei
mosaica já não tenha valor; pelo contrário. Inclusive para a nossa vida
espiritual é essencial observar os mandamentos, mas também aqui não podemos
confiar na nossa própria força: a graça de Deus que recebemos em Cristo é fundamental.
Dele recebemos aquele amor gratuito que nos permite, por nossa vez, amar de
modo concreto.
E não só: a resposta da fé exige que sejamos ativos
no amor a Deus e no amor ao próximo. Isso requer de nós colaboração, conjugar a
graça que recebemos com nossas obras de misericórdia.
Francisco citou novamente o estilo de Deus, que
resumiu em três atitudes: proximidade, compaixão e ternura.
“E a justificação é justamente a maior proximidade
Deus para conosco, homens e mulheres, a maior compaixão de Deus para conosco,
homens e mulheres, a maior ternura do Pai. A justificação é este dom de Cristo,
da morte e ressurreição de Cristo que nos torna livres. (…) Permitam-me a
palavra: somos santos na base. Mas depois, com a nossa obra, nos tornamos pecadores.
Mas na base somos santos.”
E o Papa concluiu:
“Vamos em frente com esta confiança: todos fomos
justificados, somos justos em Cristo. Devemos aplicar aquela justiça com as
nossas obras.”
A proteção dos Santos Arcanjos
No final da Audiência, em sua saudação em várias
línguas, o Papa recordou hoje a memória litúrgica dos Arcanjos Miguel, Gabriel
e Rafael.
"Confiemo-nos de modo especial à proteção dos
santos Arcanjos: Miguel, que combate satanás e os espíritos malignos; Gabriel,
que leva a boa nova do Senhor; e Rafael, que cura e acompanha na busca do bem.
Com a sua ajuda, sejam também vocês mensageiros da graça e da misericórdia do
Senhor."
Paz na Nigéria
Francisco fez também um apelo em prol da paz na
Nigéria, depois dos ataques domingo passado contra os vilarejos de Madamai e
Abun, no norte do país. "Rezo por quem perdeu a vida, por quem ficou
ferido e por toda a população nigeriana. Faço votos de que seja sempre
garantida no país a incolumidade de todos os cidadãos."
Fonte: Vatican News
Nenhum comentário:
Postar um comentário