O tráfico de pessoas é uma
ferida “no corpo da humanidade contemporânea”. Em 2015, assim o Papa Francisco
definiu este triste fenômeno, instituindo na memória de Santa Bakhita – a
freira sudanesa escravizada aos 9 anos e depois libertada – o Dia Mundial de
Oração Contra o Tráfico de Seres Humanos.
Este ano, a
data é marcada nesta segunda-feira, dia 8 de fevereiro, com uma Maratona de
Oração no mundo. O Papa Francisco também participará desta jornada, com uma
mensagem especial para o dia. No domingo, 7 de fevereiro, o Santo Padre falou
sobre sobre o objetivo do dia de oração no final do Angelus, expressando a
esperança de que, com a ajuda de Santa Bakhita, homens e mulheres não sejam
considerados mercadorias:
“Este ano o objetivo é trabalhar por uma economia que não
favoreça, mesmo indiretamente, esse tráfico ignóbil, ou seja, uma economia que
nunca faz do homem e da mulher uma mercadoria, um objeto, mas sempre o fim. O
serviço ao homem, à mulher, mas não usá-los como mercadoria. Peçamos a Santa
Josefina Bakhita que nos ajude nisto.”
Segundo o bispo
da prelazia de Marajó (PA) e presidente da Comissão Especial Pastoral para o
Enfrentamento ao Tráfico Humano da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
(CNBB), dom Evaristo Pascoal Spengler, o Santo Padre vem estimulando a Igreja a
se unir a governos com o objetivo de produzir uma eficácia na luta contra o
tráfico de pessoas.
“Este tráfico
se sustenta numa visão mercantilista que trata as pessoas como objetos e
movimenta no mundo, atualmente, mais de 30 bilhões de dólares, perdendo em
arrecadação apenas para o tráfico de drogas e de armas. “As organizações
criminosas aproveitam da vulnerabilidade das pessoas para enganá-las com falsas
promessas e submetê-las ao trabalho escravo”, disse.
“Economia
sem tráfico de pessoas”
Na sétima
edição, e em plena pandemia, a Maratona de Oração será on-line, das 10 às 17
horas, em transmissão ao vivo no canal do YouTube do Dia Mundial, com traduções em cinco
idiomas, incluindo o português, e irá cruzar as diferentes áreas do planeta
para acender os refletores e sensibilizar a opinião pública sobre uma das
principais causas do tráfico de pessoas, isto é, o modelo econômico dominante.
O tema
escolhido para 2021 é “Economia sem tráfico de pessoas”. As organizações
que se uniram para celebrar o Dia reconhecem que uma das muitas causas do tráfico
de Pessoas é o modelo econômico dominante. Uma economia comprometida com a
garantia da dignidade das pessoas promove novas experiências econômicas e
produtivas que rompem com toda a forma de exploração e escravidão.
A
imagem-símbolo (na foto ao lado), escolhida para o Dia, é uma obra do escultor
canadense Timothy Schmalz intitulada “Liberta os oprimidos” (Lc 4), que
representa Santa Josefina Bakhita, padroeira da luta anti-tráfico e protetora
das pessoas vítimas desta escravidão.
O Comitê
Internacional do Dia Mundial, coordenado por Talitha Kum – a rede de vida
consagrada contra o tráfico de pessoas da União Internacional de Superioras e
Superiores Gerais, está em parceria com a Seção de Migrantes e Refugiados do
Dicastério para o Serviço ao Desenvolvimento Humano Integral da Santa Sé, a Caritas Internationalis,
a União Mundial das Organizações Femininas Católicas, o Movimento dos Focolares
e muitas outras organizações envolvidas em nível local. Também será
possível apoiar o Dia Mundial nas redes sociais por meio da hashtag oficial
#PrayAgainstTrafficking.
Fonte: CNBB
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