Não
é suficiente a lâmpada da fé, mas é necessário também o óleo da caridade e das
boas obras, disse o Papa, ao comentar a parábola das 10 virgens proposta pelo
Evangelho de hoje.
Bianca Fraccalvieri – Cidade do Vaticano
Os
fiéis compareceram à Praça São Pedro para rezar o Angelus com o Papa Francisco
não obstante o aumento do número de contágios na Itália, mantendo a devida
distância. Em sua alocução, o Pontífice comentou o Evangelho deste domingo (Mt 25,1-13),
que convida a prolongar a reflexão sobre a vida eterna iniciada por ocasião da
Festa de Todos os Santos e da Comemoração de Finados.
Jesus narra a parábola das 10 virgens convidadas a uma festa nupcial, símbolo
do Reino dos céus. Naquele tempo, havia o hábito de celebrar as núpcias à
noite, portanto o cortejo dos convidados deveria se realizar com as lâmpadas
acesas.
Algumas jovens são imprevidentes: pegam as lâmpadas, mas não
pegam o óleo; as sábias, ao invés, pegam os dois. O esposo demora para chegar e
todos acabam cochilando. Quando é anunciado, as imprevidentes vão comprar o
óleo e o esposo chega neste momento. As jovens sábias entram com ele para a
festa do casamento; outras chegaram demasiado tarde e são recusadas.
Fé e caridade
Com esta parábola, explicou o Papa, Jesus quer nos dizer que devemos
estar preparados para o encontro com Ele. “Não somente para o encontro final,
mas também para os pequenos e grandes encontros de todos os dias.”
Não é suficiente a lâmpada da fé, mas é
necessário também o óleo da caridade e das boas obras. Ser sábios e prudentes
significa não esperar o último momento para corresponder à graça de Deus, mas
fazê-lo ativamente desde já, começar agora:
“Sim, mais para frente me converto. Converta-se agora! Mude hoje
de vida! – “Sim, sim: amanhã”. Para dizer o mesmo amanhã, que jamais chegará.
Hoje!”
Viver o hoje repleto de esperança
Se quisermos estar prontos para o último encontro com o Senhor,
devemos desde já cooperar com Ele e realizar boas ações inspiradas no seu amor.
Mas infelizmente, lamentou Francisco, se esquece que a meta da
nossa vida é o encontro definitivo com Deus, perdendo assim o sentido da espera
e absolutizando o presente.
“Quando alguém absolutiza o
presente, olha somente para o presente, perde o sentido da espera, que é tão
bonito. Esperar o Senhor é tão necessário e nos tira das contradições do
momento.”
E então a preocupação é somente possuir, emergir,
estabilizar-se. "Sempre mais."
Se deixarmos guiar por aquilo que parece mais atraente, pela
busca dos nossos interesses, a nossa vida se torna estéril, disse ainda
Francisco; não acumularemos nenhuma reserva de óleo para a nossa lâmpada, e
esta se apagará antes do encontro com o Senhor.
“Devemos viver o hoje, mas o
hoje que vai em direção ao amanhã, em direção àquele encontro, o hoje repleto
de esperança.”
Ao invés, se formos vigilantes e fizermos o bem correspondendo à
graça de Deus, podermos aguardar com serenidade a chegado do esposo, mesmo
dormindo, porque temos a reserva de óleo acumulada com as boas obras de todos
os dias, “acumulada com a espera do Senhor, que Ele venha o mais rápido
possível e que venha para me levar com Ele”.
Invoquemos a intercessão de Maria Santíssima, concluiu o Papa,
“para que nos ajude a viver, como Ela fez, uma fé atuante: essa é a lâmpada
luminosa com a qual podemos atravessar a noite além da morte e alcançar a
grande festa da vida”.
Fonte: Vatican News
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