Albertina Berkenbrock, Benigna
Cardoso e Isabel Cristina. Créditos: www.beataalbertina.com / Facebook Paróquia
Senhora Sant'Ana - Santana do Cariri /Arquidiocese de Mariana
REDAÇÃO CENTRAL, 06 nov. 20 / 11:46
am (ACI).- No último dia 28 de outubro, foi
publicado o decreto da Congregação para as Causas dos Santos que reconheceu o
martírio de Isabel Cristina Mrad Campos, uma jovem que ao lado de outras duas
brasileiras se torna mais uma “mártir da castidade” do Brasil.
“Isabel Cristina soube ser católica e
defender os valores da Igreja,
que ela sempre anunciou e morreu por causa disso”, disse o Arcebispo de
Mariana, Dom Airton José dos Santos durante Missa em ação de graças pelo
reconhecimento do martírio de Isabel Cristina, no último dia 31 de outubro.
Ao agradecer ao Papa Francisco, o
Prelado indicou que agora esperam “com muita alegria e esperança o dia que ela
será beatificada”.
Além de Isabel Cristina, outras duas
brasileiras foram martirizadas para defender sua castidade e são modelos para a
juventude do país, a já Bem-aventurada Albertina Berkenbrock e Benigna Cardoso
da Silva, cuja data de beatificação também é aguardada.
A seguir, confira a biografia dessas
brasileiras “mártires da castidade”:
Bem-aventurada Albertina Berkenbrock
Albertina nasceu em 11 de abril de
1919, em Imaruí (SC). Filha de agricultores, recebeu desde cedo uma formação
católica. Participava da vida religiosa
de sua comunidade, confessava-se com frequência e sempre participava da Eucaristia. Cultivou especial devoção a Nossa
Senhora e ao padroeiro de sua comunidade, São Luís.
Em 15 de junho de 1931, quando tinha
12 anos, Albertina obedeceu a um pedido de seu pai e foi procurar um animal que
estava perdido. No caminho, encontrou seu malfeitor, apelidado “Maneco
Palhoça”.
A jovem perguntou a ele se sabia onde
estava o animal que procurava e o homem lhe indicou uma pista falsa, enviando a
menina para o local onde tentou violentá-la. Albertina não se deixou subjugar.
Resistiu bravamente e não cedeu. Então, Maneco cravou um canivete em seu
pescoço, degolando-a.
O homem escondeu o canivete e foi
avisar aos familiares da menina que ela tinha sido assassinada, mas desviou-se
de possíveis acusações.
Jurando inocência, um homem chamado
João Cândido chegou a ser preso, acusado injustamente. Entretanto, Maneco não
conseguiu esconder por muito tempo seu crime. Segundo consta, o assassino não
parava de ir e vir na sala do velório e, ao aproximar-se do caixão, a ferida no
pescoço de Albertina começou a sangrar novamente.
Foi então que o prefeito da cidade
mandou soltar João Cândido e, com ele, pegou um crucifixo na capela. Os dois
seguiram até o velório e a cruz foi colocada sobre o peito da menina morta.
Ali, João se ajoelhou e, com as mãos no crucifixo, jurou ser inocente. Conforme
relatos, naquele momento a ferida parou de sangrar.
A essa altura, Maneco Palhoça havia
fugido, mas foi preso posteriormente. Ele confessou o crime e deixou claro que
Albertina não cedeu à sua intenção de manter relações sexuais com ela porque
não queria pecar.
Albertina Berkenbrock foi proclamada
Bem-Aventurada em 20 de outubro de 2007 pelo Papa
Bento XVI.
Benigna Cardoso da Silva
Também conhecida como “heroína da
castidade”, Benigna nasceu em 15 de outubro de 1928, em Santana do Cariri (CE).
Em 24 de outubro de 1941, aos 13 anos, foi assassinada, após se recusar a ter
relações sexuais com um adolescente.
Conforme relata o site da Diocese de
Crato, amenina Benigna “era muito religiosa e temente a Deus”. A jovem era
assediada por um colega de escola, mas rejeitou as propostas dele.
Então, em uma tarde de sexta-feira, o
rapaz, Raul Alves, sabendo que a menina costumava buscar água próximo de casa,
escondeu-se atrás do mato e a abordou, tentando abusar da menina.
Como Benigna resistiu e dizia “não”
com veemência, o rapaz a golpeou com um facão , assassinado a meninda.
Na época do assassinato, conforme
conta Vatican News, Pe. Cristiano Coelho Rodrigues, que fora mentor espiritual
da jovem, escreveu a seguinte nota ao lado do registro de batismo de Benigna: “Morreu martirizada, às 4 horas da
tarde, no dia 24 de outubro de 1941, no sitio Oiti. Heroína da Castidade, que
sua santa alma converta a freguesia e sirva de proteção às crianças e às
famílias da Paróquia. São os votos que faço à nossa santinha”.
Desde então, vem aumentando a devoção
à menina. Em 2004, teve início a Romaria da Menina Benigna, que acontece de 15
a 24 de outubro e entrou para o calendário oficial do Estado do Ceará em junho
de 2019.
O Papa Francisco autorizou a
beatificação da menina Benigna em outubro de 2019 e, inicialmente, a data
estava marcada para 21 de outubro deste ano. Porém, precisou ser adiada devido
à pandemia de coronavírus.
Embora ainda não haja uma data
prevista para a beatificação da jovem mártir, esta deverá ocorrer apenas em
2021.
Isabel Cristina Mrad Campos
Isabel Cristina Mrad Campos nasceu em
29 de julho de 1962, em Barbacena (MG), em uma família católica, filha de José
Mendes Campos e Helena Mrad Campos. De acordo com informações da Arquidiocese
de Mariana, era “sensível, sobretudo com os mais pobres, idosos e crianças, o
que certamente aprendeu na família, que era vicentina”.
Desde a adolescência, fez parte da
Associação de voluntariado das Conferências de São Vicente e seu pai foi presidente
do Conselho Central de Barbacena. Participava frequentemente da Missa e
dos Sacramentos.
Em 1982, mudou-se para Juiz de Fora
(MG) a fim de frequentar um curso pré-vestibular para ingressar na faculdade de
medicina, pois sonhava em ser pediatra para ajudar crianças carentes.
Desde o início, indica o site
postulazionecausesanti.it, “achou na nova cidade um lugar para poder estudar,
mas acima de tudo para rezar na Igreja do Cenáculo, onde era exposto o
Santíssimo Sacramento”.
Naquele mesmo ano, a jovem preparava
um pequeno apartamento para onde havia se mudado com seu irmão, Paulo Roberto.
No dia 1º de setembro, um homem que foi para montar um guarda-roupa tentou
violentá-la, mas Isabel resistiu para manter sua castidade.
Diante da resistência da jovem, o
homem lhe deu uma cadeirada na cabeça, amarrou a moça, amordaçou e rasgou suas
roupas. Como a jovem não cedeu, o agressor lhe deu 15 facadas, matando-a.
Devido ao modo como morreu e, sobretudo,
pela forma como viveu – indica a Arquidiocese mineira – “algumas pessoas
tiveram a iniciativa de entrar com o pedido de um processo para sua
beatificação” e o processo foi instalado em 2001.
Como Isabel Cristina foi batizada e
recebeu a primeira comunhão na Matriz da Piedade, em Barbacena, e também pela
ligação afetiva de seus pais com a paróquia, decidiu-se que seus restos mortais
deveriam ficar no Santuário da Piedade.
Após o reconhecimento de seu
martírio, no último dia 28 de outubro, agora se aguarda a data de sua
beatificação.
Fonte: ACI Digital
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