Francisco
no Angelus deste domingo recorda que "a tentação é a tentativa de
percorrer caminhos alternativos aos de Deus". Depois do Angelus, o Papa
pediu para rezar pelos migrantes que fogem da guerra e fez saber que, por causa
de um resfriado, não participará este ano dos exercícios espirituais para a
Cúria Romana, que começarão esta noite em Ariccia. O Papa explicou que seguirá
as meditações, unindo-se espiritualmente à Cúria.
Silvonei José - Cidade do Vaticano
Diante
das tentações, existe um caminho a seguir. O Papa Francisco, ligando suas
palavras no Angelus com as do Evangelho deste domingo, incorporado no tempo da
Quaresma, lembra-nos que este caminho é aquele percorrido por Jesus no deserto,
onde ele enfrenta as tentações do maligno. O diabo primeiro sugere a Jesus, que
tem fome, que transforme as pedras em pão. Mas a resposta é clara: "Não se
vive somente de pão, mas de toda palavra que sai da boca de Deus". Então o
diabo pede a Jesus para experimentar a confiança em Deus, de se atirar do ponto
mais alto do templo, porque ele seria socorrido pelos anjos. "Quem crê -
enfatiza Francisco -, sabe que não se coloca à prova Deus, mas confia na sua
bondade". Por esta razão, Jesus responde ao diabo com estas palavras:
"Não porás à prova o Senhor teu Deus!".. Na terceira tentação, o
maligno oferece "uma perspectiva de messianismo político". Mas Jesus,
recorda o Pontífice, "rejeita a idolatria do poder e da glória
humana" e, no final, expulsa o tentador dizendo: "Vai embora,
Satanás, pois está escrito: ‘Adorarás o Senhor, teu Deus, e só a ele prestarás
culto’”.
Quanto mais
longe de Deus, mais indefesos nos sentimos...
Jesus, recorda o Pontífice, não dialoga com o diabo, mas
responde ao maligno com a palavra de Deus. Nunca se deve dialogar com o diabo.
Nisto, enfatiza, é preciso ter muito cuidado. A experiência de Jesus, explica o
Papa, deve ajudar-nos a estar vigilantes, a não nos submetermos a nenhum ídolo:
Também
hoje Satanás irrompe na vida das pessoas para tentá-las com suas propostas
atraentes; ele mistura a sua às muitas vozes que tentam domar a consciência. De
muitos lugares chegam mensagens convidando as pessoas a "deixarem-se
tentar" para experimentar a embriaguez da transgressão. A experiência de
Jesus ensina-nos que a tentação é a tentativa de percorrer caminhos
alternativos aos de Deus, que nos dão a sensação de autossuficiência, de gozo
da vida como um fim em si mesmo. Mas tudo isso é ilusório: logo percebemos que
quanto mais nos afastamos de Deus, mais nos sentimos indefesos e inermes diante
dos grandes problemas da existência.
E Francisco conclui:
"Que
a Virgem Maria, a Mãe d’Aquele que esmagou a cabeça da serpente, nos ajude
neste tempo de Quaresma a estar vigilantes diante das tentações, a não nos
submetermos a nenhum ídolo deste mundo, a seguir Jesus na luta contra o mal; e
conseguiremos também nós ser vencedores como Ele".
Oração
pelos migrantes que fogem da guerra
No final da oração mariana, Francisco recordou os muitos
migrantes que procuram refúgio no mundo, "muitos homens, mulheres e
crianças expulsos por causa da guerra". E pediu para rezar por eles.
Exercícios
Espirituais em Ariccia
Depois do Angelus, o Papa recordou ainda que nesta noite terão
início os exercícios espirituais da Cúria Romana. E ele anunciou que este ano,
por causa de um resfriado, não participará do retiro em Ariccia. "Uno-me
espiritualmente à Cúria e a todas as pessoas que estão vivendo momentos de
oração, fazendo os exercícios espirituais em casa".
Fonte:
Vatican News
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