quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

O CREPÚSCULO DA VIDA




Uma doença terminal causa transtornos não somente ao doente terminal, mas também aos seus familiares. Não existe cura, mas também não há certeza concernente aos meses ou até anos que pode separar o diagnóstico do momento da morte. Como lidar com uma pessoa com uma doença terminal? Acredito que há quatro áreas que devem ser abordadas: cuidados físicos, psicológicos, sociais e espirituais.
Porém, é importante enfatizar que cada caso de doença terminal é único. Como cada pessoa é diferente, a maneira em que cada uma reage perante uma doença terminal é diferente. Num discurso algum tempo atrás, o papa Francisco afirmou: “Precisamos sempre aprender de novo como cuidar das pessoas que estão no final de suas vidas, com profissionalismo científico e ternura humana”. O doente terminal precisa ser preparado gradualmente e com muito carinho para sua eventual morte.
Uma das maiores preocupações de um doente terminal é o controle da dor aguda que debilita sua pessoa. Ter qualidade de vida até o final da vida é essencial. Frequentemente o doente terminal fica preocupado com o que vai tomar cuidado dele, especialmente no final de sua vida. Outra preocupação dele é como vai pagar os medicamentos necessários para sua doença? Seus familiares têm que tranquilizá-lo sobre estes assuntos. O cuidador deve manter uma lista dos medicamentos que o doente está tomando e suas reações para informar o médico. O trabalho do cuidador é estafante porque deve prestar atenção especial aos seguintes fatores concernentes do doente: limpeza, fraqueza, perde de apetite, náuseas e vômitos, diarreia, prisão de ventre, dieta especial, sono suficiente e líquidos adequados etc. Os médicos vão querer saber destes dados.
Cuidados psicológicos são vitais em casos de doenças terminais. Normalmente o doente portador de uma doença terminal fica bastante deprimido. O psicólogo, os familiares e o cuidador precisam de paciência, tolerância, compreensão, compaixão e sobre tudo carinho. Todos devem zelar para o conforto do doente, lembrando que este período de sua vida é marcado por fortes emoções negativas como: tristeza, ansiedade, medo, e às vezes, revolta. Os cuidados sociais são especialmente importantes nesta fase de sua vida. Não deve ser assustado em ser abandonado ou colocado numa “Casa de repousa”.
Deixe o doente ficar em sua própria casa cercado por seus amigos e familiares. Quando é possível deve atender seus últimos desejos, por exemplo, visitar um determinado lugar ou um amigo etc. Cuidados espirituais podem fazer “milagres” no final da vida de um doente terminal. Católicos e evangélicos devem receber o acompanhamento de um padre ou pastor. Eles descobrem que depois desta vida encontrarão um Deus infinitamente misericordioso, bondoso e acolhedor. Assim, eles perdem o medo de morrer.
Pe. Brendan Coleman Mc Donald, Redentorista e Assessor da CNBB reg.NE1

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