REDAÇÃO CENTRAL, 25 Dez. 18 / 07:00
am (ACI).-
No final do século XVIII e início do XIX, surgiu na Alemanha a famosa mística
Anna Catarina Emmerick (1774-1824), que teve os estigmas da Paixão de Cristo e,
nos últimos anos de vida,
sustentou-se apenas da Eucaristia.
Deus lhe concedeu detalhadas
revelações místicas da vida de Jesus. São João Paulo II a beatificou em 2004 e
o ator Mel Gibson se inspirou em suas visões para realizar o filme “A Paixão de
Cristo”.
A seguir, apresentamos o belo e
significativo relato que ela contou sobre o que viu do Nascimento de nosso
Senhor:
“Vi o esplendor em volta da
Santíssima Virgem crescer mais e mais, de modo que a luz das lâmpadas que José
acendera já não era visível. Ela estava de joelhos, coberta de um vestido
largo, com o rosto voltado para o Oriente. À meia-noite ficou extasiada,
suspensa acima do solo; tinha os braços cruzados sobre o peito. O resplendor em
torno dela crescia a cada momento. Toda a natureza parecia sentir uma emoção de
júbilo, até os seres inanimados. As rochas do teto, das paredes e do solo da
gruta tornaram-se como vivas àquela luz
Então eu já não vi o teto da gruta;
um caminho de luz se abriu acima de Maria, subindo com glória sempre maior em
direção às alturas do céu. Nesse caminho de luz, havia um maravilhoso movimento
de glórias interpenetrando-se umas às outras, e, conforme se aproximaram,
pareciam mais claramente sob a forma de coros de espíritos celestes. A Virgem
Santíssima, tomada em êxtase, estava agora olhando para baixo, adorando seu
Deus, cuja mãe ela tinha-se tornado e que jaz no solo à sua frente, sob a forma
de um indefeso recém-nascido.
Vi Nosso Senhor como uma criança
pequenina, brilhando com uma luz que superava todo o esplendor circundante, e
jazendo no tapete, junto aos joelhos de Maria. Pareceu-me que ele era a
princípio bem pequeno e então cresceu aos meus olhos. Mas tudo isso era a
irradiação de uma luz tão potente e deslumbrante que não posso explicar como
pude olhá-la. A Virgem permaneceu por algum tempo envolta em êxtase; depois
cobriu o Menino com um pano, mas a princípio Ela não O tocou ou pegou nos
braços. Após certo tempo, vi o Menino Jesus se mover, e depois eu O ouvi
chorar. Então, pareceu que Maria voltava a si, e pegou o Menino do tapete,
envolvendo-O no pano que O cobria, e com Ele aos braços trouxe-O para si. Ficou
ali, sentada, completamente envolvida, Ela e o Menino, em seu véu, e penso que
Ela amamentou o Redentor. Vi, então, anjos à sua volta em forma humana,
prostrando-se e adorando o Menino.
Talvez fosse uma hora após o
nascimento quando Maria chamou José, que ainda estava prostrado em oração.
Quando se aproximou, ele se lançou com o rosto ao chão, em devota alegria e
humildade. Foi só quando Maria lhe pediu que carregasse, junto ao coração, em
alegria e gratidão, o santo presente de Deus Altíssimo, que ele se ergueu,
pegou nos braços o Menino Jesus, e louvou a Deus com lágrimas de felicidade.
Maria enfaixou o Menino: tinha apenas
quatro paninhos. Mais tarde, vi Maria e José sentados no chão, um junto ao
outro: não falavam, pareciam absortos em muda contemplação. Diante de Maria,
enfaixado como um menino comum, estava recostado Jesus recém-nascido, belo e
brilhante como um relâmpago. ‘Ah, eu dizia, este lugar contém a salvação do
mundo inteiro e ninguém suspeita disso!’.
Vi em muitos lugares, até nos mais
afastados, uma insólita alegria, um extraordinário movimento nesta noite. Vi os
corações de muitos homens de boa vontade reanimados por um desejo, cheio de
alegria, e ao contrário, os corações dos perversos cheios de temores. Até nos
animais vi se manifestar alegria em seus movimentos e saltos. As flores
levantavam suas coroas, as plantas e árvores tomavam novo vigor e verde e
espalhavam suas fragrâncias e perfumes. Vi brotar fontes de água da terra. No
momento do nascimento de Jesus, brotou uma fonte abundante na gruta da colina
do Norte.
A mais ou menos uma légua e meia da
gruta de Belém, no vale dos pastores, havia uma colina. Nas encostas da colina,
estavam as cabanas de três pastores. Ao nascimento de Jesus Cristo, vi esses
três pastores muito impressionados com o aspecto daquela noite tão maravilhosa;
por isso, ficaram em torno de suas cabanas olhando para todos os lados.
Então, viram maravilhados a luz
extraordinária sobre a gruta do presépio. Enquanto os três pastores estavam
olhando para aquele lado do céu, vi descer sobre eles uma nuvem luminosa,
dentro da qual notei um movimento à medida que se aproximava. Primeiro vi que
se desenhavam formas vagas, depois, rostos, e finalmente ouvi cantos muito
harmoniosos, muito alegres, cada vez mais claros. Como os pastores se
assustaram a princípio, apareceu um anjo entre eles, que lhes disse: ‘Não
temais, pois venho para anunciar-lhes uma grande alegria para todo o povo de
Israel. Nasceu hoje para vós, na cidade de Davi, um Salvador, que é Cristo, o
Senhor. Como sinal, dou-lhes isso: encontrareis o Menino envolto em faixas,
deitado em uma manjedoura’. Enquanto o anjo dizia estas palavras, o resplendor
se fazia cada vez mais intenso ao seu redor. Vi cinco ou sete grandes figuras
de anjos, muito belos e luminosos. Ouvi que louvavam a Deus cantando: ‘Glória a
Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade’.
Mais tarde, tiveram a mesma aparição
os pastores que estavam junto à torre. Anjos também apareceram a outro grupo de
pastores perto de uma fonte, a Leste da torre, a cerca de três léguas de Belém.
Eu os vi consultando-se uns aos outros sobre o que levariam para o
recém-nascido e preparando os presentes com toda a pressa. Chegaram à gruta da
manjedoura ao amanhecer”.
Fonte:
ACI Digital
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