Marcos 1,21-28
QUARTO DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO A
O evangelho de hoje é de Marcos 1,21-28. É um exemplo típico de como Jesus passava os sábados e podemos dizer os dias em Cafarnaum. Antes de tudo ensinava na sinagoga, causando admiração, porque baseava seus ensinamentos não na autoridade da Escritura, ou dos mestres que o precederam (escribas) mas em sua própria autoridade, que se apresentava, portanto, já desde o início de sua vida pública como sendo de origem divina.
Um homem possuído de um espírito impuro reconhece-o primeiro como o “Santo de Deus”, isto é, o Messias estreitamente unido a Deus e lhe proclama o nome, esperando com isto mostrar-se superior: mas Jesus, conjurando-o e lhe impondo o silêncio, demonstra logo ser capaz de dominar os espíritos imundos, considerados então a causa de todas as doenças e de todas as tentações.
Dois grandes e inseparáveis fatos acontecem no evangelho de hoje: a) Jesus mostra o poder de sua palavra; b) seu poder sobre a maldade. Sua palavra vivifica e seu poder santifica. Ao longo do evangelho é constante e duro o duelo entre Jesus, restaurador do bem, e satanás, príncipe do mundo a quem Jesus vencerá. A Bíblia personifica a maldade em satanás, u, anjo caído do céu (cf.Lc. 10,18). O que é isso? “Um ensinamento novo, dado com autoridade”. A reação da multidão é motivada pelo ensinamento de Jesus: é novo e dado com autoridade. A prática concreta da libertação, fazendo o homem adquirir consciência e liberdade de falar por si mesmo.
Jesus não ensinava como os doutores da lei, ou seja, o ensinamento de Jesus não é apenas de palavras que procuram preservar uma ordem estabelecida, mas é uma prática que desestabiliza essa mesma ordem. A autoridade de Jesus põe em xeque a autoridade dos doutores da lei. A maneira de Jesus ensinar, como também o conteúdo, foi o que impressionou, por causa da diferença que havia do ensino dos escribas. Os escribas eram estudantes e mestres da lei escrita e oral, que ensinavam citando a palavra da autoridade dos escribas dantes deles. Jesus falava como tendo autoridade direta de Deus.
Síntese: Jesus é um profeta incômodo, pois o seu ensinamento é maior do que o dos doutores da lei e dos escribas. Jesus ensina com autoridade, sem jamais ser autoritário.
Precisamos renovar o nosso conceito de autoridade em todos os setores da vida humana:
Na vida religiosa ou consagrada – gerar comunhão
Na vida sacerdotal – gerar unidade das Pastorais
Na vida familiar – pais e mães – gerar o diálogo e confiança
Na vida civil – gerar o bem comum, pautado na prática da justiça e da solidariedade.
Pe. Raimundo Neto
Pároco de São Vicente
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