Fachada do Santander Cultural em Porto Alegre / Foto: Facebook Santander
Cultural
PORTO ALEGRE, (ACI).- Após a mobilização
de católicos contra uma exposição blasfema e que promovia a pedofilia, o
Santander Cultural, em Porto Alegre (RS), decidiu encerrar a mostra no domingo,
10 de setembro.
A exposição “Queermuseu – Cartografia
da Diferença na Arte Brasileira” foi aberta no dia 15 de agosto e seguiria até
o dia 8 de outubro. A mostra contava com 270 obras que, segundo a
entidade abordavam as “questões de gênero e diferença”.
Entretanto, as obras apresentavam
blasfêmias contra símbolos religiosos, como hóstias nas quais escreveram nomes
de órgãos sexuais, além de imagens indicando
pornografia, pedofilia e zoofilia.
Diante disso, cristãos iniciaram nas
redes sociais uma mobilização contra a exposição, expressando sua indignação e
repúdio à mostra. Entre as iniciativas, muitos ingressaram na página de
Facebook do Santander Cultural, conseguindo rebaixar a sua nota de avaliação
para 1,4, além de outros que anunciaram o cancelamento de suas contas na
instituição financeira.
Frente a esta mobilização o Santander
Cultural anunciou no domingo, 10 de setembro, o encerramento da exposição, após
receberem “diversas manifestações críticas”. “Pedimos sinceras desculpas a
todos os que se sentiram ofendidos por alguma obra que fazia parte da mostra”,
acrescenta em nota.
“O objetivo do Santander Cultural é
incentivar as artes e promover o debate sobre as grandes questões do mundo
contemporâneo, e não gerar qualquer tipo de desrespeito e discórdia”, afirma a
instituição, ressaltando que promovem a reflexão “sem interferir no conteúdo
para preservar a independência dos autores”.
Entretanto, informa que desta vez
“ouvimos as manifestações e entendemos que algumas das obras da exposição
Queermuseu desrespeitavam símbolos, crenças e pessoas, o que não está em linha
com a nossa visão de mundo”.
Após o anúncio do encerramento da
exposição, Padre Augusto Bezerra, um dos impulsionadores da campanha contra a
mostra nas redes sociais, expressou que “o gigante acordou”.
“Que sirva de exemplo a qualquer um
que tente algo do tipo”, declarou o sacerdote, ressaltando que “estamos
avançando e não vamos cessar nossa militância cristã. Sim, cristãos
posicionados e fazendo frente aos males presentes”.
Por sua vez, a Arquidiocese de Porto
Alegre (RS) divulgou uma nota nesta segunda-feira, na qual “manifesta a sua
estranheza diante da promoção da exposição realizada junto ao Santander Cultural,
na capital gaúcha, que utiliza de forma desrespeitosa símbolos, elementos e
imagens, caricaturando a fé católica e a concepção de moral que enleva o corpo
humano e a sexualidade como dom de Deus”.
A Arquidiocese ressalta que
ultimamente se tem “assistido ataques discriminatórios à cultura judaico-cristã
que contribuiu na formação cultural do ocidente”. Assim, reforça que “eliminar
as dificuldades jamais pode significar desrespeitar o outro e suas crenças,
especialmente porque, ao se tratar do imaginário simbólico da fé, entra-se num
campo delicado de significados e sentidos que a ninguém é dado o direito de
desprezar”.
“Em tempos de terrorismo e
intolerância, não se constroem pontes com agressão e desrespeito pelo o que é
mais íntimo e sagrado no outro: sua fé e seu corpo”, sublinha.
Assim, exorta a continuar
“trabalhando por um humanismo solidário com uma atitude de paz que não precisa
agredir e ofender quem tem pensamento diferente”. “São Francisco de Assis,
medieval e cristão que continua a iluminar a contemporaneidade, ensina-nos a
ver o outro como irmão e nos faça a todos instrumentos de paz”, conclui.
Fonte:
ACI Digital
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