Cidade do Vaticano (RV) - «A festa da Transfiguração do Senhor nos convida a refletir sobre a divindade de Jesus e sua presença entre nós. Somos chamados a contemplar Cristo transfigurado para fortalecermos nossa missão de iluminar as realidades deste mundo, que precisam da luz divina.
Na primeira Leitura, o profeta Daniel, em visão noturna, vê a história do ponto de vista de Deus. Sucedem-se os impérios e os opressores, mas o projeto de Deus não falha. Não se trata do Messias davídico, que havia de restaurar o Reino de Israel, mas da sua transfiguração sobrenatural: o Filho do Homem vem inaugurar um reino que “não é deste mundo”. Ele triunfará sobre as potências terrenas, conduzindo a história à sua realização escatológica.
Na segunda leitura, o príncipe dos Apóstolos, Pedro e os seus companheiros reconhecem-se portadores de uma graça maior do que a dos profetas. A Palavra do Antigo Testamento continua a ser “uma lâmpada que brilha no escuro”, até o dia em Cristo virá na sua glória. Jesus transfigurado sustenta a nossa fé e acende em nós o desejo da esperança nesta caminhada. A “estrela da manhã” brilha no coração de quem espera vigilante.
No Evangelho vemos que Jesus chamou três dos seus discípulos, Pedro, Tiago e João, e os levou consigo para o alto da montanha. Montanha, na Bíblia, é lugar de encontro com Deus. Por que apenas estes três? Porque Jesus achava que eles precisavam, naquele momento, ser iluminados: Pedro tinha dificuldade de entender que a lógica da vitória da vida em Deus devia passar, necessariamente, pelo caminho da cruz. Tiago e João, filhos de Zebedeu, são os irmãos cuja mãe queria que Jesus lhes concedesse, na sua glória, um lugar de destaque à sua direita e à sua esquerda.
Durante a Transfiguração, estes discípulos ficaram tão alegres e radiantes que queriam eternizar aquele momento, construindo ali três tendas. Mas Jesus não o permite, pois a transfiguração não é acomodação, mas o fortalecimento para a missão.
Os discípulos prediletos de Jesus, Pedro, Tiago e João, são convidados a permanecer em oração. Eles representam, hoje, os Pontífices, os religiosos, os fiéis chamados à perfeição.
Para rezar, Jesus escolhe a solidão, neste caso, a montanha onde reina a paz e o silêncio, onde se revela a grandeza da obra divina. A transfiguração é uma visão do céu. É uma graça extraordinária para os três apóstolos.
No alto da montanha, Jesus revela a luz de Deus. Quem tem a vida transfigurada pela luz divina não deve se acomodar, mas deve descer para a planície e ir ao encontro daquelas pessoas e situações que precisam ser transfiguradas.
A visão da transfiguração desaparece numa nuvem, ou seja, nos convida a dedicar-nos à oração habitual, à contemplação, não a graças extraordinárias.
Os frutos da festa da Transfiguração do Senhor são, em primeiro lugar, o crescimento da fé e, depois, o aumento do nosso amor a Jesus. O Senhor nos manifestou, naquele dia, toda a sua beleza. Os apóstolos, testemunhas da transfiguração, ficaram inebriados de amor e de alegria.
Enfim, a transfiguração não é uma mudança de Jesus, mas a revelação da sua divindade que se torna luz».(from Vatican Radio)
Fonte: Rádio Vaticano
Nenhum comentário:
Postar um comentário