Lucas (1,39-56
FESTA DA ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA
No dia 15 de agosto, nos Templos Católicos do mundo inteiro, exceto no Brasil, celebra-se a Festa Litúrgica de Nossa Senhora da Assunção. No Brasil, a festa foi transferida para o domingo após a data. O motivo desta transferência é que, na década de 60, o governo brasileiro tirou alguns feridos religiosos, incluindo o dia 15 de agosto.
Celebrando liturgicamente a Festa da Assunção de Maria, elevada ao céu em corpo e alma (cf bula Munificentíssimus Deus, 01/11/1950, Papa Pio XII), nós nos alegramos pela justa homenagem que a Trindade Santíssima: Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo, deu àquela que acreditou ser escolhida e se entregou inteiramente à vontade do Pai para ser Mãe do Redentor. Para a realização de sua vocação, Maria fez de sí doação total ao plano de Deus. Ela, a primeira seguidora de Jesus, é o principal modelo que nos abre o caminho para a eternidade e para a plena glorificação da pessoa humana.
Indubitavelmente, a Assunção de Maria é a Festa do corpo humano glorificado. Neste dia, cabe nos admirar e imitar que aquela, que, com seu corpo frágil, colaborou com a missão redentora de Cristo, desde a alegria da anunciação até as lágrimas ao pé da Cruz. Na festa de hoje, pensemos no destino do corpo humano, modelado para a glória e não para a humilhação. Seu destino definitivo não é o ventre da terra, e sim, o âmago eterno do amor da Trindade. O corpo de Maria, enquanto caminhava por este mundo, foi somente veículo da graça, do amor, da compreensão e da bondade. Não foi instrumento do pecado, da vontade da auto-afirmação humana e da desunião com os irmãos. Por isso, seu corpo, em sua materialidade, à diferença do nosso, foi reassumido e glorificado. A Igreja quer celebrar, em Maria, a realização do Mistério Pascal.
Sendo Maria cheia de graça, sem sombra do pecado, quis o Pai associá-la à ressurreição de Jesus. Em Maria contemplamos aquela realidade da glória que se cumprirá em cada um de nós e em toda Igreja. Participemos desta festa com júbilo e gratidão a Deus, através daquela que se tornou humilde serva do Senhor.
O evangelho em que nos apoiamos hoje é de Lucas (1,39-56). Maria conta, no “Magnificat”, as maravilhas de Deus em favor dos pobres e humilhados. Ela é a mulher feliz e cheia de fé porque escolhida para cooperar ativamente na salvação dos homens; ao ser saudada por Isabel, proclama Deus Misericordioso que exalta os pobres e pequeninos em detrimento dos orgulhosos e auto-suficientes. No contexto do mês de agosto – mês vocacional, celebramos a vocação dos religiosos e religiosas. Peçamos, hoje, a Deus por todos aqueles que se consagraram a Deus e sentem a alegria de serem enviados em missão.
Pe. Raimundo Neto
Pároco de São Vicente
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