Mateus 14,22-33
27º DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO A
O evangelho de hoje de Mateus ( 14,22-33) nos mostra que depois do milagre da multiplicação dos pães, Jesus forçou os discípulos a tomarem o barco e a irem esperá-lo na outra margem. Pelo contexto se vê que nãos e trata de atravessar o lago no sentido do oeste para leste; trata-se apenas de atravessar uma enseada na margem ocidental no lago, na qual ele se achava. Enquanto os apóstolos tomavam a embarcação, Jesus despediu a multidão para a qual havia multiplicado os pães e os peixes. Em seguida, retirou-se para um monte e ficou sozinho entregue à oração. É bom que observamos quantas vezes Jesus se afasta para um lugar tranquilo para rezar sobretudo nas ocasiões importantes, como antes de escolher os doze apóstolos. O exemplo de Jesus nos ensina que não nos podemos sentir dispensados da oração, por mais que os nossos trabalhos sejam os mais santos e os mais abençoados. “É preciso rezar sempre, sem jamais esmorecer”, como está em Lucas 18,1.
Enquanto o barco dos apóstolos avançavam pelas águas, Jesus estava ali rezando. Na alta madrugada, interrompeu suas orações e foi ao encontro deles.
E aí se deu um belo milagre do poder de Jesus. Ele foi caminhando sobre as aguas na direção do barco. O mar estava agitado. Quando os apóstolos viram ficaram apavorados. Pensaram que estivessem vendo um fantasma. E gritaram de terror. Mas Jesus logo os acalmou: “Tenham confiança! Sou eu não tenham medo! ”
Pedro, como sabemos, era um homem rico de curiosa psicologia. Tinha momento de arroubos sublimes, como quando no alto Tabor queria construir três tendas, uma para Jesus outra para Moisés e outra para Elias. Mas tinham momentos de lamentável covardia, como quando renegou Jesus. E foi o que aconteceu agora. Quando ele viu que era Jesus caminhando sob as ondas, ficou tão entusiasmado, e pediu a Jesus que lhe desse também o poder de caminhar sob ás aguas na direção dele. E Jesus atendeu, como que num gesto de simplicidade familiar. Pedro no entanto, depois de dar os primeiros passos na superfície do lago, assustou-se com a força do vento e teve medo. Sua confiança desapareceu e ele começou a afundar e gritou desesperado: “Senhor, salve –me”. Jesus, na mesma hora em que lhe tomou a mão firmemente lhe disse: “Que falta de fé! porque duvidou?” e logo que subiram no barco o mar se acalmou. E todos no barco se prostraram diante de Jesus e disseram: “ Tu és o Filho de Deus!” Uma proclamação da messianidade de Cristo e, possivelmente, até de sua divindade. Tal a intuição de estar diante de alguém a quem as ondas do mar obedecem.
De tudo que lemos dessa belíssima página do evangelho, o que deve ficar é uma grande confiança em Jesus. Ele nos pode salvar de todos os perigos, através dos quais ramos caminhamos em nossa vida cristã. Depois de ter a firmeza de nossa fé, e não sermos fracos na fé. E precisamos tocar a mão de Deus e sentir sua presença e sua ternura em nós.
Hoje, Dia dos Pais, agradecemos ao Pai do céu pelos nossos pais e ofertemos suas vidas no altar da eucaristia com todo fervor. Reconhecendo que o pai é a revelação da paternidade em Deus. Ele é também chamado a garantir o desenvolvimento unitário de todos os membros da família. Um feliz domingo a todos.
Pe. Raimundo Neto
Pároco de São Vicente
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