Mateus 16,13-20
VIGÉSIMO PRIMEIRO DOMINGO DO TEMPO COMUM
O evangelho que nos serve de reflexão hoje é o de Mateus (16,13-20). Ele nos mostra Jesus, em companhia dos seus apóstolos, quando estava percorrendo os campos e as aldeias na sua missão de semear as sementes do Reino de Deus. A certa altura, parou, concentrou-se em oração e se abriu com os apóstolos para fazer-lhes uma importante consulta: saber o que é que o povo pensava a respeito dele. “Quem é o filho do homem na opinião do povo”?
As respostas são por todas conhecidas. Havia quem pensasse que Jesus era João Batista redivivo; outros pensavam que era Elias, o qual, segundo a crença popular, não tinha morrido, mas iria voltar um dia para ungir o Messias; outros pensavam que era Jeremias, um dos grandes protetores do povo judeu, e que estaria voltando para defender o povo; outros enfim, pensavam vagamente nalgum profeta ressuscitado. Tudo isso era possível, na mentalidade simples e religiosa do povo. Jesus deixou que abrissem todo o leque das opiniões disparatadas. Mas depois, assumindo, sem dúvida, uma atitude de quem cobra um sério compromisso, perguntou: Mas segundo vocês quem sou eu? Foi quando Pedro, como que impetuosamente retomando a palavra em nome de todos, respondeu, na grande profissão de fé, que os séculos nunca iriam esquecer: “Tu és o Messias, o Filho do Deus uno”.
Para a pergunta de Jesus sobre quem Ele era, Pedro encontrou uma resposta, à primeira vista, muito rápida. Entretanto, por trás da rapidez de Pedro, havia uma profunda, ainda, que breve, experiência de fé. Acontece que, dois mil anos depois, nós ainda nos fazemos esta mesma pergunta: mas, afinal, quem é Jesus? Existem muitas respostas prontas. A questão é a de saber exatamente qual é a minha resposta: quem é o Cristo para mim? O importante é, através da Palavra de Deus e de uma experiência de fé profunda, vivida na igreja, ir descobrindo aquilo que está por traz das palavras de Pedro: Ele é Filho de Deus que se fez um de nós, para indicar-nos o caminho da salvação e da vida.
Esta passagem do evangelho é muito importante pra nós, principalmente hoje, quando vivemos num mundo secularizado, onde, para muitos, Deus se tornou algo estranho, afastado. Muitos filósofos e pensadores modernos assim como Feurbach, Marx, Nitzche, Heiddeger protestaram contra Deus, em nome do homem e de sua liberdade; em outras palavras, proclamaram a morte de Deus. Por isso, hoje encontramos tão fortemente a rejeição de Deus. É necessário hoje, a partir do Evangelho, proclamar que a mensagem trazida por Jesus é uma mensagem de vida e de esperança para todos. Ele vive e reina ressuscitado dentro de nós. Ele não é fracassado, mas um vitorioso que se tornou para nós Senhor e salvador. Um ótimo domingo a todos!
Pe. Raimundo Neto
Pároco de São Vicente
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