Por María Ximena Rondón
Dom Jesús Jaramillo Monsalve –
Pe. Pedro María Ramírez Ramos / Foto: Cortesia papafranciscoencolombia.co -
Cortesia Luz Aidé Jiménez
BOGOTÁ, 20 Ago. 17 / 12:00 pm (ACI).- No próximo dia 8 de
setembro, durante a sua visita à Colômbia, o Papa Francisco presidirá a
cerimônia de beatificação de Dom Jesús Jaramillo Monsalve e do Pe. Pedro María
Ramírez Ramos, conhecido como o Padre de Armero.
A Missa será
realizada na cidade de Villavicencio e estimam a participação de um milhão de pessoas.
As virtudes heroicas de ambos os mártires foram reconhecidas pelo Santo Padre
em 7 de julho através de um decreto.
Para conhecer a importância desta
beatificação para os colombianos, detalhamos os acontecimentos que marcaram
a vida de
Dom Jaramillo e do Padre de Armero.
Martírio e amor episcopal
Dom Jesús Emilio Jaramillo nasceu em
14 de fevereiro de 1916, em Santo Domingo, departamento de Antioquia.
Na informação enviada ao Grupo ACI pela Conferência Episcopal da
Colômbia (CEC), contam que aos 13 anos Dom Jaramillo entrou no Seminário das
Missões Estrangeiras de Yarumal e foi ordenado sacerdote em 1940, aos 24 anos.
A biografia publicada em um site criado
em homenagem ao mártir pelos missionários de Yarumal indica que, enquanto
estava no seminário, Dom Jaramillo era um bom aluno e tinha uma predileção pelo
pensamento filosófico de Santo Tomás de Aquino, doutor da Igreja.
Monsenhor Jaramilo Jovem
Dom Jaramillo em sua juventude/
Crédito: Cortesia da Diocese de Arauca
Nos seus primeiros anos de sacerdote,
entre as suas tarefas pastorais, era capelão da Prisão de Mulheres de Bogotá.
Também se destacou pelos seus sermões na Semana Santa e
pelo seu dom de conselho, devido ao qual foi diretor espiritual de religiosas e
seminaristas.
Em 1945, foi nomeado professor no
Seminário Maior dos Missionários de Yarumal, onde ensinou as matérias de Dogma,
Sagrada Escritura, grego e o hebraico. Um ano depois foi nomeado formador dos
noviços e logo em seguida foi superior geral.
O sacerdote se caracterizou por
transmitir para os seminaristas o ideal da santidade, a oração constante diante
do Sacrário e as virtudes sacerdotais.
Na biografia publicada pelos
Missionários de Yarumal, é descrito como algum que tinha “um grande e cordial
sorriso, uma conversa bem humorada, que se aproximava sempre e não mencionava
situações difíceis, oferecia um conselho compreensivo e assertivo, um amor de
um pai pelos seus filhos futuros missionários”.
Em 11 de novembro de 1970, o Beato
Paulo VI o nomeou Vigário Apostólico de Arauca e Bispo titular de Strumnitza. A
sua ordenação episcopal foi em 10 de janeiro de 1971. Foi nomeado Bispo de
Arauca e em 1984 ocupou esse cargo até a sua morte.
A informação enviada pela CEC indica
que durante anos foi pastor em Arauca, primeiramente como Vigário Apostólico e
depois como Bispo. O mártir liderou programas educacativos, de catequese e de
saúde que beneficiaram os agricultores e os índios tunebos.
Naquela época, como os habitantes
locais sofriam os flagelos da febre amarela, da malária e do paludismo, o
Prelado ajudou a fundar o hospital Ricardo Pampuri.
Por outro lado, seu ministério
episcopal também foi marcado pelos confrontos entre o grupo guerrilheiro do
Exército de Libertação Nacional (ELN) e o governo. Em meio a esta situação, Dom
Jaramillo denunciou a violência dos guerrilheiros contra os habitantes e a
Igreja.
Em um dos seus escritos, o mártir
expressou que a Igreja “deve ser imparcial como uma mãe cujos filhos estão
lutando entre eles. Ela não pode ser testemunho de um contra o outro. Essa
imparcialidade da Igreja não significa covardia, não, compromisso. Ao
contrário, é uma posição heroica, é um sacrifício sangrento em favor do homem”.
O ELN se sentiu ameaçado pela
presença do Bispo e, em 2 de outubro de 1989, sequestraram-no e assassinaram-no
com tiros. Tinha 73 anos.
A biografia publicada pelos
Missionários de Yarumal assinala que Dom Jaramillo estava com um grupo de
sacerdotes e leigos quando foi preso pelos guerrilheiros e que o mártir lhes
disse: “Se precisam de mim, deixe-os ir”.
A vida e o trabalho de Dom Jesús
Emilio Jaramillo fizeram com que São João Paulo II o propusesse como uma das
“testemunhas da fé” no século XX.
Fonte: ACI Digital
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