REDAÇÃO CENTRAL, 13 Ago. 17 / 05:00 am (ACI).-
Neste dia 13 de agosto é celebrado o dia da Bem-aventurada Dulce dos Pobres, a
religiosa baiana que dedicou sua vida ao
serviço aos pobres e doentes e ainda hoje é conhecida como Anjo Bom do Brasil.
O 13 de agosto foi escolhido como o dia oficial da festa
litúrgica da Beata porque foi nesta mesma data, em 1933, na Congregação das
Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, em Sergipe, que Maria
Rita de Souza Brito Lopes Pontes, aos 19 anos de idade, recebia o hábito de
freira e adotava, em homenagem à sua mãe, o nome de Irmã Dulce.
Segunda filha do dentista Augusto Lopes Pontes e de Dulce Maria
de Souza Brito Lopes Pontes, a pequena Maria Rita nasceu em 26 de maio de 1914,
na capital baiana. Perdeu sua mãe aos sete anos de idade.
Desde cedo, começou a manifestar seu interesse pela vida
religiosa. Aos 13 anos, passou a acolher mendigos e doentes em sua casa,
transformando a residência da família em um centro de atendimento. A casa ficou
conhecida como ‘A Portaria de São Francisco’, devido ao grande número de
carentes que se aglomeravam à sua porta. Nessa época, expressou pela primeira
vez o desejo de se dedicar à vida religiosa.
Entrou para a Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição
da Mãe de Deus, na cidade de São Cristóvão, em Sergipe, em fevereiro 1933,
tendo recebido o hábito agosto do mesmo ano, quando passou a ser chamada Irmã
Dulce. Sempre com muita fé, amor e serviço, o Anjo Bom iniciou na década de 1930 um
trabalho assistencial nas comunidades carentes, sobretudo nos Alagados,
conjunto de palafitas que se consolidara na parte interna do bairro de
Itapagipe, na capital baiana.
Em 1939, Irmã Dulce invadiu cinco casas na Ilha dos Ratos, para
abrigar os doentes que recolhia nas ruas de Salvador. Expulsa do lugar,
peregrinou durante uma década, levando os seus doentes por vários locais da
cidade. Até que em 1949, ocupou um galinheiro ao lado do convento, após a
autorização da sua superiora, com os primeiros 70 doentes.
Esta iniciativa deu início à criação das Obras Sociais Irmã
Dulce, instituição considerada hoje um dos maiores complexos de saúde pública
do país, com cerca de quatro milhões de atendimentos ambulatoriais por ano.
“Quando nenhum hospital quiser aceitar algum paciente, nós
aceitaremos. Esta é a última porta e por isso eu não posso fechá-la”, disse
Irmã Dulce.
Em 1988, foi indicada pelo então presidente da República, José
Sarney, com o apoio da Rainha Sílvia, da Suécia, para o Prêmio Nobel da Paz.
A religiosa também teve dois grandes momentos de sua vida ao
lado de São João Paulo II. Em 7 de julho de 1980, encontrou-se com o então Papa
que visitava pela primeira vez o Brasil. Na ocasião, ouviu dele o incentivo
para prosseguir com a sua obra.
Os dois voltaram a se encontrar em 20 de outubro de 1991, na
segunda visita do Sumo Pontífice ao Brasil. João Paulo II fez questão de
quebrar o rigor da sua agenda e foi ao Convento Santo Antônio visitar a
religiosa baiana, cuja saúde já se encontrava bastante debilitada em função de
problemas respiratórios.
Cinco meses depois, no dia 13 de março de 1992, o Anjo Bom da
Bahia faleceu, aos 77 anos.
Em janeiro de 2000, teve início o processo de canonização de
Irmã Dulce. Em 2010, a Congregação para a Causa dos Santos reconheceu a autenticidade
de um milagre atribuído à religiosa. Trata-se do caso de Claudia Cristina dos
Santos, ocorrido em Itabaiana, em Sergipe.
Após dar à luz seu filho, Gabriel, a mulher sofreu uma forte
hemorragia, durante 18 horas, tendo sido submetida a três cirurgias. Diante da
gravidade do quadro, os familiares chamaram Padre José Almí para ministrar a
unção dos enfermos. O sacerdote decidiu fazer uma corrente de oração pedindo a
intercessão de Irmã Dulce e deu a Cláudia uma pequena relíquia da Bem-Aventurada.
A hemorragia cessou subitamente.
Irmã Dulce foi beatificada no dia 22 de maio de 2011. Para ser
canonizada, é necessária a comprovação de mais um milagre atribuído à freira
baiana, que tenha ocorrido após 11 de dezembro de 2010, data da promulgação do
decreto papal sobre o primeiro milagre.
Fonte: ACI Digital
Nenhum comentário:
Postar um comentário