Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco enviou uma Carta pontifícia em latim, no último dia 17 de junho, ao Cardeal Andrello Ricardo Ezzati, Arcebispo de Santiago do Chile, seu Enviado Especial às celebrações do Centenário de nascimento do Bem-aventurado Óscar Arnulfo Romero, que terão lugar em São Salvador, El Salvador, no próximo dia 15 de agosto de 2017.
A Delegação da Missão Pontifícia, que acompanhará o Cardeal Ricardo Ezzati, é composta pelo Padre Rafael Edgardo Urrutia Herrera, Chanceler da Arquidiocese de São Salvador e Vigário episcopal para os Movimentos e as Associações de fiéis leigos, e o Padre Reinaldo Sorto Martìnez, Pároco da Igreja de São José da Montanha, Vigário episcopal da Pastoral e Diretor da Rádio São José.
Óscar Arnulfo Romero Galdámez, conhecido como Dom Romero, nasceu na Ciudad Barrios, El Salvador, em 15 de agosto de 1917, em uma família modesta. Aos 14 anos, entrou para o seminário, mas, seis anos depois, voltou para ajudar sua família que passava por dificuldades. Então, começou a trabalhar em minas de ouro com seus irmãos.
Mais tarde, Óscar Romero retomou seus estudos e foi enviado para Roma para estudar teologia, na Universidade Gregoriana. Foi ordenado sacerdote em 1942 e regressou a El Salvador, onde assumiu uma paróquia no interior do país. Depois, foi transferido para a Catedral de San Miguel, onde permaneceu por 20 anos. Romero foi um sacerdote dedicado à oração e às atividades pastorais, sobretudo às obras de caridade.
Em 1970 foi nomeado Bispo auxiliar de San Salvador e, em 1974, Bispo da diocese de Santiago de Maria, em meio a um contexto político de forte repressão, sobretudo contra as organizações camponesas. Em 1977, Dom Romero foi nomeado Arcebispo de San Salvador.
No ano seguinte, a Guarda Nacional executa cinco camponeses e Dom Romero celebra as exéquias das vítimas. Em sua homilia não fez denúncia explícita do crime, mas escreveu uma carta severa ao Presidente Molina.
Pouco tempo depois, foi assassinado o jesuíta Padre Rutílio, empenhado na luta em favor do povo. Naquele momento, Dom Romero reavalia a sua posição e se coloca corajosamente ao lado dos oprimidos: denuncia a repressão, a violência do Estado e a exploração imposta ao povo pela aliança dos setores político-militares e econômicos, apoiada pelos Estados Unidos.
O Arcebispo denuncia também a violência da guerrilha revolucionária. Suas homilias eram transmitidas pela rádio católica para dar esperança à população, mas provocaram a fúria dos governantes.
Em outubro de 1979, um golpe de Estado depõe o ditador Humberto Romero e uma junta de civis e militares assume o poder. Neste cenário, exército e organizações paramilitares executam centenas de civis e sacerdotes.
Em 24 de março de 1980, Dom Óscar Romero foi assassinado por um franco-atirador, enquanto celebrava Missa na Capela do Hospital da Divina Providência em São Salvador.
Desde o seu martírio, as comunidades cristãs do continente americano passaram a considerá-lo santo, pelo seu empenho em favor da paz e a sua luta contra a pobreza e a injustiça.
Em 1997, Dom Romero foi declarado "Servo de Deus" pelo Papa São João Paulo II. Em fevereiro de 2015, o Papa Francisco aprovou o Decreto de Beatificação que reconhecia seu martírio. Em 23 de maio do mesmo ano, o Cardeal Angelo Amato, Prefeito da Congregação das Causas dos Santos, presidiu à sua Beatificação na capital salvadorenha. (MT)(from Vatican Radio)
Fonte: Rádio Vaticano
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