domingo, 23 de julho de 2017

REFLETINDO SOBRE O EVANGELHO



Mateus 13, 24-43

     DÉCIMO SEXTO DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO A

 
          O evangelho sobre o que vai se refletir hoje (Mateus 13,24-43) destaca a paciência de Deus, que se mostra tolerante com sua criatura, o ser humano, que é fraco e pecador.

Dois momentos importantes encontramos no Evangelho de hoje. 1º) Três parábolas de Jesus ao povo: o joio e o trigo, o grão de mostarda e o fermento na massa. 2º) Explicação da parábola do joio e do trigo.

          Essas palavras nos fazem meditar sobre o crescimento do Reino de Deus dentro de nós e do mundo. Reconhecem que o joio está presente no coração humano que, um dia, será destruído. Joio, chamado também de cizânia, pertencente à família das plantas dos gramíneos, simboliza o MAL. O trigo simboliza o BEM, o Reino de Deus. O trigo era cultivado na Palestina desde tempos imemoriais. A terra prometida era conhecida como “terra de trigo” (cf. Dt. 8, 8). A expressão “flor do trigo” refere-se à farinha de trigo fina usada para fazer pão e para os sacrifícios.

          O joio, era uma erva venenosa que produzia no organismo humano um efeito parecido com a embriaguez, causando vômito, náusea, vertigem, delírio e até a morte. Seu perigo consistia em crescer no meio das plantações do trigo e de outros cereais, podendo contaminar os alimentos. Só quando maduro, era possível distingui-lo dos cereais com os quais se misturava.

          Joio e trigo estão presentes em todas as dimensões humanas: vida profissional, familiar, social, política e até onde nunca deveria estar: na vida eclesial evidentemente. Infelizmente encontramos joio nas grandes religiões e nas Igrejas cristãs: católicas, protestantes e ortodoxas.

          Essas parábolas ainda chamam a atenção para duas virtudes: a prudência e a confiança. Principalmente a paciência que não é resignação, acomodação, alienação, mas paciência histórica, dinâmica, refletida. Aos olhos do mundo moderno, às vezes essa virtude parece negativa. No Reino de Deus, a separação do joio e do trigo só será feita no final dos tempos e pelo Senhor Jesus. Nós, os servos, não somos aptos para arrancar o joio; corremos o rico de arrancar o trigo. Cuidemos com atenção, de não fazermos juízos precipitados a respeito de outras pessoas e grupos. E não percamos a confiança no Reino de Deus; afinal suas forças infinitas se manifestam na pequenez dos grãos de mostarda de nossas boas obras e no escondimento do fermento dos gestos que ninguém consegue perceber.

          A lição das parábolas no Evangelho de hoje é clara: a relação conflituosa entre os adversários e os discípulos do Reino seria uma constante na vida destes. Seu término estava antevisto apenas para o fim dos tempos como estabelecimento do juízo de Deus sobre a história humana.

Neste domingo do trigo do joio, do grão de mostarda e do fermento na massa, peçamos ao Nosso Senhor Jesus sabedoria para melhor edificar o seu Reino entre nós.


Pe. Raimundo Neto

Pároco de São Vicente

           

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