Mateus 9,36-10,8
11º DOMINGO DO TEMPO COMUM
O evangelho de hoje é o de Mateus (9,36-10,8). O evangelista Mateus apresenta, no seu Evangelho, cinco discursos. O texto de hoje apresenta o 2º discurso – chamado “discurso missionário”. Neste discurso encontramos dois temas para nossa reflexão.
1º) Missão – Jesus constata a situação do povo, cansado, abatido como ovelha sem pastor. A metáfora do rebanho sem Pastor recorda o Livro dos Números: (27,17; 1Reis 22,17), quando povo precisa de lideranças que o conduzissem à posse da liberdade e da vida. A missão nasce da percepção, da compaixão e da oração do Povo de Deus “a messe é grande e os operários são poucos”.
2º) Vocação – O chamado de Deus não é somente para padres, bispos, freiras, religiosas, mas para todo o povo de Deus. Mateus apresenta o nome dos Doze Apóstolos. Não se trata de um grupo fechado e elitista. O número 12 recorda as 1 tribos de Israel e é símbolo da totalidade. Jesus escolheu pessoas de profissões e ideologias diferentes: pescadores, cobrador de impostos (segmentos socais incompatíveis entre si). Um traidor – Judas. Um zelador – membro do partido revolucionário. Jesus indica aos discípulos as prioridades da missão: Ir às ovelhas perdidas da casa de Israel, recordando Números (27,17), pôr-se a serviço dos que foram roubados de sua liberdade e dignidade.
Mensagem – Em razão da carência de verdadeiros pastores e das necessidades do rebanho, Jesus chama os doze: serão eles as colunas do novo Israel que irão assumir os poderes messiânicos de Jesus, sendo um povo de missionários itinerantes e de anunciadores do Reino que está por chegar. E manda-os anunciar o Reino àqueles que gemem sob a dura escravidão de qualquer tipo. Embora instruindo os apóstolos para que não entrem em terras pagãs ou de Samaritanos, o certo é que, após sua morte e ressurreição, a pregação se estenderá a todos os cantos do mundo. As instruções dadas para o exercício do ministério são exigentes e provocarão em muitos o abandono da causa; outros, porém, mais se alegrarão em dar de graça o que de graça receberam.
Os operários hoje não são poucos, pois existem muitos batizados, podemos dizer que todos são batizados-cristãos. O que falta é a disposição para evangelizar. Na realidade, há muita acomodação e omissão. Ainda falta nos batizados fazer um encontro forte e pessoal com Jesus. Assim como fez Elias no monte de Horeb – homem de oração e fiel a Deus – um encontro com Deus (cf. 1RS 19), assim fizeram também André e João e outros discípulos: passaram o dia com Jesus e de lá saíram transformados dizendo: “Nós encontramos o Messias” (cf.João 1,39-40). É disso que estamos precisando para sermos cristãos coerentes e verdadeiros. Um ótimo domingo à todos!
Pe. Raimundo Neto
Pároco de São Vicente
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