Lucas 24, 13-35
TERCEIRO DOMINGO DA PÁSCOA ANO A
Na leitura do Evangelho de hoje (Lucas
24,13-35) iremos descobrir uma agradável verdade, que vale também para a
leitura das outras aparições: Jesus continua a pregação do Evangelho ainda na
dimensão de ressuscitado. E prega, nos quarenta dias em que se fez ver ainda na
terra, coisas maravilhosas.
Vale salientar três grandes verdades
que aparecem no encontro com os discípulos no caminho de Emaús. A primeira verdade é que não nos devemos apoiar em falsas
seguranças. “Nós esperávamos – disseram os discípulos- que seria Ele quem iria
redimir Israel”. (cf. Lc. 24,21). Aquela esperança de que Jesus tinha falado do
verdadeiro sentido da sua missão, muitos não tinham sido capazes de entender. E
assim se sentiam profundamente desiludidos com a morte de Jesus, de maneira
humilhante e dolorosa. E, como não tinham ainda noticia da Ressurreição – por
enquanto eram só boatos ouvidos das mulheres – sentiam-se desolados.
Todos nós podemos estar sujeitos a
alimentar também falsas esperanças. E podemos encontrar em nosso caminho muita
gente desiludida na fé e na religião, por se terem baseado em falsas
interpretações da verdade. Cabe ao zelo do coração cristão tirar caridosamente
tais pessoas de sua posição equivocada e iluminar-lhes o espírito, como fez o
ressuscitado no caminho de Emaús.
A segunda verdade que o Evangelho de hoje nos ensina é a
palavra de Deus. Hoje, temos além de Moisés e dos profetas, toda a riqueza dos
evangelhos e de todo o Novo Testamento. É a mina inesgotável da Palavra, que a
Igreja põe em nossas mãos. Nenhuma fonte mais rica nem mais consoladora do que
essa “para instruir, refutar corrigir, educar na justiça”, como se lê em (2Tm
3,16). O verdadeiro cristão deve estar bem familiarizado com a Palavra de Deus,
para ser capaz de sugerir, no momento oportuno, o remédio a quem sofre a
tristeza e o desânimo. E quem souber usar sabiamente esse remédio, fará
prodígios.
E a terceira verdade é que reconheceram a Jesus no partir do
pão. No rito familiar de ”abençoar o pão, parti-lo e distribuí-lo”, viram que era
Jesus que estava com eles. Assim deverá acontecer conosco: partir o pão com
quem estiver precisando.
Que, o evangelho de hoje ajude a todos
nós a ter um encontro de fé e de amor com Jesus Cristo, reconhecendo-o como
Messias, Filho de Deus, e que vivamos uma vida autêntica, inseridos na missão
de Jesus, que é vivência do amor pleno.
Pe Raimundo Neto
Pároco de São Vicente
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