João 20,19-31
2º Domingo
da Páscoa
Estamos mergulhados na
plenitude da Celebração da Páscoa. E
vamos viver uma alegria durante sete semanas – cinquenta dias – até a Festa de Pentecostes.
Como se fosse um longo domingo, conforme a visão de Santo Atanásio. Este
domingo que é a “oitava da Páscoa”, mas, que na nomeclatura atual da Liturgia,
passou a se chamar “Segundo Domingo da Páscoa”, tinha na primitiva igreja de
Roma, uma característica muito particular.
O evangelho de hoje (João
20,19-31) lembra as duas aparições sucessivas de Jesus aos apóstolos reunidos
no Cenáculo. A primeira aparição, na própria tarde da Ressurreição, não conta
com a presença de Tomé; a incredulidade dele, diante do que lhe contavam os
outros apóstolos, provocou a segunda aparição, oito dias depois, justamente o
domingo de hoje. E foi nessa aparição – a primeira, totalmente confirmada pela
segunda, que Jesus deixou à sua igreja o dom do perdão dos pecados, o
sacramento da confissão. Isto nos leva a dizer muito legitimamente que o
sacramento do perdão é o grande dom Pascal de Cristo.
Tomé, apresentado no
Evangelho de hoje, representa a humanidade atual. Todos continuam incrédulos.
Continuamos incrédulos. Continuamos vendo Cristo nos pedintes ao nosso lado;
não somos capazes de ver que, com a partilha do que possuímos, poderíamos
ajudar os que estão sem emprego; não vemos que o amor matrimonial é jorrado no
amor de Deus; não vemos que é na comunidade que está a maior presença de Deus;
em síntese, continuamos não vendo quase nada. E, como Tomé, na maioria das
vezes, continuamos querendo provas.
A mensagem que ainda
podemos tirar deste evangelho é: a atitude de Tomé vem assegurar que o cristão
não deve ser alguém que se apega aos boatos; é alguém através de sua fé
amadurecida e purificada que quer ver os fatos concretos. Os apóstolos e Tomé
lançaram uma grande luz para os cristãos de hoje. Os cristãos têm que afinar
com a sua igreja, que também não corre atrás de coisas maravilhosas e aparições
não aprovadas pela igreja. A igreja nos ensina que a revelação oficial atingiu
sua plenitude em Cristo, e que terminou com a morte do último dos apóstolos.
Que o evangelho de
hoje ajude a todos nós a ter um encontro de fé e de amor com Jesus Cristo,
reconhecendo-o como o Messias, Filho de Deus, e que vivamos uma vida autêntica,
inserido na missão de Jesus, que é vivência de amor pleno.
Pe. Raimundo
Neto
Pároco de
São Vicente
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