domingo, 27 de abril de 2014

REFLETINDO SOBRE O EVANGELHO



João 20,19-31

2º Domingo da Páscoa

Estamos mergulhados na plenitude da Celebração da Páscoa.  E vamos viver uma alegria durante sete semanas – cinquenta dias – até a Festa de Pentecostes. Como se fosse um longo domingo, conforme a visão de Santo Atanásio. Este domingo que é a “oitava da Páscoa”, mas, que na nomeclatura atual da Liturgia, passou a se chamar “Segundo Domingo da Páscoa”, tinha na primitiva igreja de Roma, uma característica muito particular.
O evangelho de hoje (João 20,19-31) lembra as duas aparições sucessivas de Jesus aos apóstolos reunidos no Cenáculo. A primeira aparição, na própria tarde da Ressurreição, não conta com a presença de Tomé; a incredulidade dele, diante do que lhe contavam os outros apóstolos, provocou a segunda aparição, oito dias depois, justamente o domingo de hoje. E foi nessa aparição – a primeira, totalmente confirmada pela segunda, que Jesus deixou à sua igreja o dom do perdão dos pecados, o sacramento da confissão. Isto nos leva a dizer muito legitimamente que o sacramento do perdão é o grande dom Pascal de Cristo.
Tomé, apresentado no Evangelho de hoje, representa a humanidade atual. Todos continuam incrédulos. Continuamos incrédulos. Continuamos vendo Cristo nos pedintes ao nosso lado; não somos capazes de ver que, com a partilha do que possuímos, poderíamos ajudar os que estão sem emprego; não vemos que o amor matrimonial é jorrado no amor de Deus; não vemos que é na comunidade que está a maior presença de Deus; em síntese, continuamos não vendo quase nada. E, como Tomé, na maioria das vezes, continuamos querendo provas.
A mensagem que ainda podemos tirar deste evangelho é: a atitude de Tomé vem assegurar que o cristão não deve ser alguém que se apega aos boatos; é alguém através de sua fé amadurecida e purificada que quer ver os fatos concretos. Os apóstolos e Tomé lançaram uma grande luz para os cristãos de hoje. Os cristãos têm que afinar com a sua igreja, que também não corre atrás de coisas maravilhosas e aparições não aprovadas pela igreja. A igreja nos ensina que a revelação oficial atingiu sua plenitude em Cristo, e que terminou com a morte do último dos apóstolos.
Que o evangelho de hoje ajude a todos nós a ter um encontro de fé e de amor com Jesus Cristo, reconhecendo-o como o Messias, Filho de Deus, e que vivamos uma vida autêntica, inserido na missão de Jesus, que é vivência de amor pleno.    

Pe. Raimundo Neto
Pároco de São Vicente


         

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