Mateus 3,13-17
FESTA DO BATISMO DO SENHOR
Com a festa do Batismo do Senhor, recebido pelas mãos de João batista nas águas do rio Jordão, encerra-se o ciclo do Natal. O dia seguinte já pertence ao Tempo Comum, cuja primeira fase se estende até terça feira antes da quarta feira de cinzas. Esta festa do Batismo de Jesus é, portanto, um marco importante. Mas não só no calendário litúrgico. Significa a entrada de Jesus para sua vida pública, depois dos trinta anos de vida oculta em Nazaré. Pelo sinal do Batismo, João Batista reconheceu a Cristo como o Messias, e o pôde apresentar ao povo: “Eis o cordeiro de Deus, eis o que tira o pecado do mundo” (cf. Jo 1,19).
Nesta festa, celebramos a manifestação pública de Jesus e o seu compromisso de realizar a missão que o Pai lhe confiava, como filho amado e fiel. Conforme o relato de Mateus, Jesus assume o Batismo da conversão para realizar a missão que o Pai lhe confiava, como filho amado, fiel e obediente.
O Evangelho para a Festa do Batismo do Senhor é o de Mateus (3,13-17). Ainda encontramos em Lc (3,15 e Mc 1,7). Com nuances diversas, o batismo de Jesus é apresentado pelos sinóticos como ação programática de Jesus. O texto de Mateus (3,13-17) inicia-se com um diálogo entre João Batista e Jesus. A pregação de João Batista anunciava Jesus como Messias escatológico, violento. Mas Jesus no entanto, se apresenta na humildade, como um simples candidato ao batismo de penitência. Jesus é o servo de javé de que nos fala Isaias (42). Os céus se abriram – a plena comunicação de Deus se concretiza no ato de Jesus assumir o projeto do Pai. A voz do Pai – Jesus filho amado faz lembrar o salmo 2 que celebra a entronização de um rei em Judá. O evangelho quer mostrar que a apresentação de Jesus às portas de seu batismo se opõe à ideia de um messias triunfalista. Ele é, sim, o messias do serviço, da doação, e da entrega total ao plano do Pai. O verdadeiro batismo de Jesus é a sua morte, doação ao Pai livremente e por amor. O batismo de Jesus é uma referência à morte dele, à sua missão como servo sofredor.
Quando fomos batizados, fomos batizados para uma missão. Fomos incorporados em Jesus, começamos a participar do povo de Deus. Hoje somos nós que devemos continuara missão de Jesus: trabalhar pela verdadeira libertação dos oprimidos, dos sofredores, dos injustiçados. Nossa missão é grande como o mundo. É uma missão universal. Inicia-se na própria vida, no próprio ambiente, nos atinge também a sociedade em que vivemos. Devemos estar conscientes da “prisão” em que muita gente está por causa da falta da fraternidade e justiça. Ser batizado quer dizer participar da missão e da morte de Jesus: salvar, libertar, morrer pelo outro. Todo evangelho fala disto e nos mostra o caminho.
Não esqueçamos, fomos batizados para uma missão: anunciar Jesus Cristo como boa notícia para o mundo. Um bom domingo.
Pe. Raimundo Neto
Pároco de São Vicente de Paulo

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