Nem tudo é sol e mar na vida dos turistas que visitam Fortaleza. É verdade que muitos querem mesmo é colocar os pés na areia e o bronze em dia, mas outros incluem, na programação, idas a centros culturais e até igrejas. É uma vertente do turismo já explorada por municípios como Juazeiro do Norte e Canindé, onde romarias atraem milhões de pessoas todos os anos. Mas, na Capital, como admite Selma Guimarães, da Pastoral do Turismo, ligada à Arquidiocese de Fortaleza, as potencialidades ainda não são aproveitadas devidamente.Tanto que, por meio de uma parceria com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), a Pastoral realizou, no ano passado, um levantamento em paróquias da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) para identificar as igrejas que poderiam compor um roteiro religioso. A pesquisa durou cerca de seis meses.
Concluídos os trabalhos, cinco igrejas, todas no Centro da cidade, foram as escolhidas para compor um roteiro-piloto com quatro horas de duração: Catedral Metropolitana de Fortaleza (foto), Igreja do Rosário, Seminário da Prainha, Igreja do Pequeno Grande e Igreja de Nossa Senhora do Carmo. Segundo Selma, ele foi executado apenas uma vez, em caráter experimental, em maio de 2009, com um grupo composto por turistas convidados e integrantes da Arquidiocese. A implantação definitiva do passeio, acrescenta ela, depende agora da aprovação do projeto, que visa a obter a verba necessária para a capacitação dos condutores das visitas. A ideia é selecionar jovens estudantes da rede pública de ensino.“Fizemos este roteiro para ver a viabilidade do projeto de abrir as igrejas para uma visitação. Vimos o que é necessário e estamos providenciando. Após o treinamento dos jovens e alguns acertos, poderemos iniciar a divulgação das igrejas que estarão abertas para visitação”, explicou Selma.
Roteiro
Conforme a professora Ione Chaves, do curso de Turismo do IFCE, somente em Fortaleza, são 15 as igrejas com possibilidade de atrair visitantes. “O número sobe para 20, no mínimo, se considerados municípios próximos, como Aquiraz”, lembra. “Todas com bastante relevância. Mas, para o roteiro-piloto, priorizamos as igrejas localizadas no Centro por conta da proximidade, para facilitar a logística do passeio”.
Ione conta que, durante o trabalho de campo, os pesquisadores descobriram que diversas igrejas de Fortaleza já haviam sofrido tantas intervenções que até o seu tombamento como patrimônio histórico ficava impossibilitado. Ela explica que muitos párocos, inadvertidamente, acabam promovendo mudanças que interferem nos valores histórico e arquitetônico de igrejas localizadas em bairros como Parangaba e Messejana. “É uma pena. São grades de segurança, altares em granito e outras intervenções que nada têm a ver com os prédios originais”, revela. Ao contrário, Ione cita a Igreja do Pequeno Grande como um exemplo de preservação. “Independentemente de crenças religiosas, a história da cidade passa pelas igrejas”, diz. A professora lamenta que a cidade peque no que diz respeito ao estímulo do turismo religioso, para ela, capaz de atrair turistas com bom poder aquisitivo e nada interessados no chamado turismo sexual. “É um público diferenciado”, completa. “O poder público precisa se envolver nisso”.A Secretaria de Turismo de Fortaleza (Setfor) admite a importância de se fomentar novas modalidades turísticas, mas informa, por meio de sua assessoria de imprensa, que nenhuma iniciativa no campo religioso é desenvolvida pelo órgão. O mais próximo disso é o projeto Caminhos de Iracema no qual são visitados locais citados na obra de José de Alencar.
Concluídos os trabalhos, cinco igrejas, todas no Centro da cidade, foram as escolhidas para compor um roteiro-piloto com quatro horas de duração: Catedral Metropolitana de Fortaleza (foto), Igreja do Rosário, Seminário da Prainha, Igreja do Pequeno Grande e Igreja de Nossa Senhora do Carmo. Segundo Selma, ele foi executado apenas uma vez, em caráter experimental, em maio de 2009, com um grupo composto por turistas convidados e integrantes da Arquidiocese. A implantação definitiva do passeio, acrescenta ela, depende agora da aprovação do projeto, que visa a obter a verba necessária para a capacitação dos condutores das visitas. A ideia é selecionar jovens estudantes da rede pública de ensino.“Fizemos este roteiro para ver a viabilidade do projeto de abrir as igrejas para uma visitação. Vimos o que é necessário e estamos providenciando. Após o treinamento dos jovens e alguns acertos, poderemos iniciar a divulgação das igrejas que estarão abertas para visitação”, explicou Selma.
Roteiro
Conforme a professora Ione Chaves, do curso de Turismo do IFCE, somente em Fortaleza, são 15 as igrejas com possibilidade de atrair visitantes. “O número sobe para 20, no mínimo, se considerados municípios próximos, como Aquiraz”, lembra. “Todas com bastante relevância. Mas, para o roteiro-piloto, priorizamos as igrejas localizadas no Centro por conta da proximidade, para facilitar a logística do passeio”.
Ione conta que, durante o trabalho de campo, os pesquisadores descobriram que diversas igrejas de Fortaleza já haviam sofrido tantas intervenções que até o seu tombamento como patrimônio histórico ficava impossibilitado. Ela explica que muitos párocos, inadvertidamente, acabam promovendo mudanças que interferem nos valores histórico e arquitetônico de igrejas localizadas em bairros como Parangaba e Messejana. “É uma pena. São grades de segurança, altares em granito e outras intervenções que nada têm a ver com os prédios originais”, revela. Ao contrário, Ione cita a Igreja do Pequeno Grande como um exemplo de preservação. “Independentemente de crenças religiosas, a história da cidade passa pelas igrejas”, diz. A professora lamenta que a cidade peque no que diz respeito ao estímulo do turismo religioso, para ela, capaz de atrair turistas com bom poder aquisitivo e nada interessados no chamado turismo sexual. “É um público diferenciado”, completa. “O poder público precisa se envolver nisso”.A Secretaria de Turismo de Fortaleza (Setfor) admite a importância de se fomentar novas modalidades turísticas, mas informa, por meio de sua assessoria de imprensa, que nenhuma iniciativa no campo religioso é desenvolvida pelo órgão. O mais próximo disso é o projeto Caminhos de Iracema no qual são visitados locais citados na obra de José de Alencar.
Fonte: Diário do Nordeste
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