Momentos de emoção: durante todo o dia de ontem, parentes, amigos e fiéis acompanharam as celebrações na Igreja Cristo Rei. À tarde, o corpo foi levado para o crematórioFoto: Alex Costa
Lágrimas e comoção de amigos e católicos no adeus ao padre Fred Solon, durante velório na Igreja do Cristo Rei"Um santo convertido, a exemplo de Paulo, Augustinho e, sobretudo, Ignácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus. Além do mais, foi um santo alegre e envolvente". Esta foi a definição ao padre Fred Solon dada pelo bispo da Diocese de Parnaíba, dom Alfredo Schaffler, que veio especialmente a Fortaleza para participar das cerimônias religiosas pela morte do jesuíta cearense.Dom Alfredo presidiu a primeira missa de corpo presente, às 8 horas de ontem, na Igreja do Cristo Rei. Padre Fred, que morreu de infarto na cidade de Joaquim Pires, a 113 quilômetros de Parnaíba (PI), teve seu corpo velado no Cristo Rei, até ser conduzido para cremação do Cemitério Metropolitano de Eusébio.Por toda a manhã, a igreja foi visitada por familiares, amigos e autoridades, que também acompanharam as duas missas de corpo presente que ocorreram durante o dia. Muitos não escondiam as lágrimas e a emoção na despedida ao religioso, que dedicou 43 anos de sua vida à missão dos padres jesuítas.ConversãoDurante a celebração, dom Alfredo disse que padre Fred foi exemplo de conversão e de missionário jesuíta. "Era homem que transbordava alegria e esperança, para todos aqueles que o cercavam", disse o bispo.Também para as celebrações fúnebres, veio ao Ceará uma delegação de 25 paroquianos de Joaquim Pires. "Para mim, esse é mais um reconhecimento de um homem que foi coerente com seus princípios religiosos", disse dom Alfredo.Para o padre jesuíta José Pablo Hernadez Gil, a lembrança mais forte do padre Fred será sempre a do religioso "de coração imenso e com capacidade de unir", afirmou.Uma outra celebração aconteceu às 16h30. Mas, o movimento na igreja foi intenso logo na parte da manhã, quando muitos amigos acompanharam a primeira celebração.Falando em nome da família, a sua irmã Vânia Torres da Costa explicou que a cremação foi uma decisão do próprio padre, que manifestou esse desejo por escrito. Ele também pediu para que suas cinzas fossem jogadas do alto da serra de Baturité."A Igreja Católica aceita a cremação de corpos. Nós não apenas acatamos a vontade de nosso irmão, como também se trata de um símbolo muito mais forte do sentido da vida", disse Vânia, de 75 anos.Ela reforçou a lembrança de um homem com muita convicção no cristianismo e na determinação de servir. "Ele foi namorador e farrista na juventude. Mas quando foi chamado para a missão religiosa, agiu de forma exemplar, quer na Bahia, trabalhando com prostitutas, quer na África, no Ceará e, por fim, no Piauí", disse."As pessoas me perguntam se ele não tinha defeitos. Claro que tinha. Mas suas qualidades e virtudes serão as mais lembradas, porque ele constituiu, como podia, as comunidades que eram o grande povo de Deus", ressaltou Vânia, que se mostrou muito emocionada na despedida ao irmão.
Fonte: Diário do Nordeste
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