Na terceira entrevista coletiva da 46ª Assembléia Geral da CNBB, que acontece em Itaici, município de Indaiatuba (SP), de 2 a 11 de abril, o bispo de Paranaguá (PR), e responsável pela Pastoral Afro-Brasileira da CNBB, dom João Alves dos Santos respondeu à imprensa sobre assuntos pertinentes à Pastoral Afro-Brasileira, tema apresentado pela manhã em plenário. “A Pastoral Afro-Brasileira é um serviço de animação da evangelização da Igreja dentro da Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, Justiça e Paz (CBJP) – organismo vinculado à CNBB”, explicou.
De acordo com o bispo, “é também um serviço de animação e articulação dos grupos negros da Igreja do Brasil que vem sendo desenvolvido para cultivar e desenvolver os valores da cultura afro-descendente no sentido de integrar cultura, fé e adesão a Jesus Cristo sem ferir as raízes negras”. Citando as pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), dom João afirmou “que 49,1% dos brasileiros se consideram negros e isso é um motivo para a Igreja trabalhar a inculturação dessa grande massa que nunca foi protagonista na história”.
Questionado sobre os poucos padres e bispos existentes na Igreja Católica e qual o maior desafio da Igreja diante dos trabalhos afro-descendentes, dom João respondeu que esse é mais um motivo de trabalhar a inculturação a partir das vocações sacerdotais, leigas e religiosas. No entanto, para ele, o maior desafio em relação à realidade dos negros “é fazer com que o negro se assuma, de fato, como negro”.
Sobre a política de cotas para negros nas universidades, dom João disse que essa medida é um passo, mas que ainda “não é suficiente porque não inclui a grande maioria dessa imensa população”. Segundo afirmou, “o problema de inclusão dos negros só se realiza quando a participação da maioria for considerada”.
CNBB
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