quinta-feira, 3 de abril de 2008

BISPOS EXPLICAM ESQUEMA DAS NOVAS DIRETRIZES DE EVANGELIZAÇÃO A SEREM APROVADAS


“As diretrizes estão sendo elaboradas para atender de forma concreta a ação evangelizadora da Igreja no Brasil”, disse o bispo da diocese de Lorena (SP), dom Benedito Beni dos Santos, explicando aos jornalistas na entrevista coletiva, durante a 46ª Assembléia Geral da CNBB, em Itaici (SP), nesta quinta-feira, 3 de abril. Além de dom Beni, atenderam à imprensa o bispo de Catanduva (SP), dom Antônio Celso de Queirós, e o arcebispo de Porto Velho, dom Moacyr Grechi.
Dom Celso explicou que as Diretrizes Gerais são um breve documento que tem um plano de ação evangelizadora por quatro anos. “Se formos estudar a história da Igreja no Brasil a partir das Diretrizes, que começaram a ser elaboradas após o Concílio Vaticano II, vamos perceber a mudança de consciência na ação evangelizadora da Igreja”, afirmou.
De acordo com dom Beni, “as Diretrizes contêm cinco capítulos: o primeiro é uma visão pastoral da realidade brasileira sócio-econômica e política; o segundo apresenta desafios pastorais; o terceiro, por sua vez, dá uma resposta a esses desafios colocando a Igreja em estado permanente de missão; o quarto apresenta pistas de ação pastoral nas pessoas, comunidades e sociedade; e o quinto fala da Missão Continental”. Ressaltou, ainda, “que todo o texto desemboca na missão continental da Igreja”. Para dom Celso essa Missão ainda está obscura. “É impossível pensar este processo em nível continental porque as situações são diferentes de região para região, mas é uma forma da Igreja se preocupar com o estado permanente de evangelizar”, sublinhou.“Vivemos numa época de transformação social, mudança cultural”, concluiu.
12º Interclesial
Questionado sobre o contexto do 12º Interclesial das Comunidades Eclesiais de Base (CEB’s), a realizar-se em julho de 2009, o arcebispo de Porto Velho (RO), dom Moacyr Grechi explicou o que são as CEBs e falou de sua importância para Igreja. “As CEB’s são um movimento, talvez o único, que surgiu no Brasil e inspira os leigos a serem protagonistas da Igreja. A teologia da libertação teve grande contribuição nisso”.
O arcebispo lembrou, por outro lado, a realidade da Amazônia e denunciou a extração ilegal de madeira. “Quando vou às comunidades, aos domingos, vejo saírem 20 a 30 carretas de madeira roubada”.
Corrupção
“Se cada paróquia no Brasil formasse dez cristãos conscientes, o cenário cristão mudaria completamente”, afirmou dom Celso ao ser questionado sobre a corrupção no país. “A corrupção não está na política, mas na sociedade. Jogar a corrupção apenas na política é fugir das responsabilidades de todos”, concluiu.
CNBB

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