Origens
Santa Isabel da Hungria e da
Turíngia era filha de André II da Hungria e da rainha Gertrudes de
Andechs-Meran, descendente da família dos condes de Andechs-Meran. Do lado materno, era sobrinha de Santa Edwiges, tia das santas
Cunegundes (Kinga) e Margarida da Hungria, e tia-avó de Santa Isabel de
Portugal. Do lado paterno, prima de Santa Inês da Boêmia.
Casamento
com o Duque Luís da Turíngia
Casara-se com o Duque Luís da Turíngia, filho do Landgrave Hermano I e de Sofia
da Bavária, soberano de um dos feudos mais ricos do Sacro Império
Romano-Germânico. O noivado foi realizado no Castelo de Wartburg, em Eisenach,
capital do Ducado da Turíngia. Isabel tinha apenas 4 anos e Luís 11.
Um
exemplar matrimônio
Os dois príncipes tiveram três filhos e, realmente, apaixonaram-se e viveram
uma grande e intensa história de amor. Tinham um matrimônio exemplar, que
atraiu sobre Isabel os ciúmes de sua sogra, a duquesa Sofia, e demais parentes
do esposo.
Santa Isabel da Hungria: a Solidária
Rainha
A
influência franciscana em sua vida
Foi fortemente influenciada pela espiritualidade franciscana, cuja ordem surgiu
naquela época. Quis viver uma pobreza voluntária total. Contudo, foi
desaconselhada pelo seu diretor espiritual, Conrado de Marburgo, que a
aconselhou a viver as virtudes do seu estado.
As
provisões para os pobres que se tornaram flores
Conta-se que, certa vez, quando levava algumas provisões para os pobres nas
dobras de seu manto, encontrou-se com seu marido, que voltava da caça.
Espantado por vê-la curvada ao peso de sua carga, ele abriu o manto que ela
apertava contra o corpo e nada mais achou do que belas rosas vermelhas e
brancas, embora não fosse época de flores. Dizendo-lhe que prosseguisse seu
caminho, apanhou uma das rosas, que guardou pelo resto de sua vida.
A
imagem de Cristo Crucificado
Em outra situação, avisado pela mãe de que a
esposa havia acolhido um leproso sobre o próprio leito, Luís IV correu para lá,
mas os olhos de sua alma se abriram, e ele contemplou uma imagem de Cristo
Crucificado. Luís IV apoiava e auxiliava a amada esposa em suas grandes obras
de caridade. Porém, tamanha prodigalidade para com os pobres irritava os seus
cunhados, os príncipes Henrique e Conrado da Turíngia.
A
morte do esposo
Ao partir para as cruzadas acompanhando o
imperador Frederico II, Luís IV faleceu de peste em Otranto, o que causou
enorme dor em Santa Isabel, que recebera a notícia da morte em outubro, após o
nascimento da terceira filha, Gertrudes. Esta dor, entretanto, foi ainda
acrescida de maiores agruras quando seus cunhados, livres do temor que nutriam
pelo irmão mais velho, expulsaram-na do castelo com seus filhos, em pleno
inverno, sem dinheiro e sem mantimentos, e ainda proibindo o povo de
agasalhá-la e a seus filhos.
Entrada para a Ordem Terceira de São Francisco
O
hábito
Resgatada mais tarde por sua tia Matilda, Abadessa do Convento Cisterciense de
Ktizingen, Isabel preferiu confiar a seus parentes a educação dos três filhos –
Hermano, Sofia e Gertrudes – e quis tomar o hábito da Ordem Terceira de São
Francisco, junto de suas duas fiéis damas de companhia, Jutta e Isentrude.
O
pedido de perdão a Santa Isabel
Seu confessor e Mestre, algum tempo depois, juntamente com os cavaleiros que
tinham acompanhado o Duque da Turíngia à cruzada, corajosamente enfrentaram os
Príncipes, irmãos do duque falecido, e exortaram-lhes a crueldade praticada
contra a viúva de seu próprio irmão e contra seus sobrinhos. Os príncipes não
resistiram às palavras dos cavaleiros e pediram perdão a Santa Isabel e a
restauraram em seus bens e propriedades.
O
hospital
Mestre Conrado de Marburgo a orientou numa vida de renúncia, não sem ele mesmo
impor-lhe uma rígida e sufocante disciplina que precisou da intervenção dos
amigos para ser abrandada. Ela usou parte de sua fortuna para construir um
Hospital em honra a São Francisco de Assis em Marburgo.
A
santidade que se manifestava
Nesta época de sua vida, a santidade de Isabel manifestou-se de forma
extraordinária, e seu nome tornou-se famoso em todas as montanhas da Alemanha.
Dizia-se que São João Batista vinha lhe trazer pessoalmente a comunhão e que
inúmeras vezes ela foi visitada pelo próprio Jesus Cristo e pela Virgem Maria,
que a consolavam em seus sofrimentos.
A fé e a paixão de Santa Isabel da Hungria,
permitiu-a levitar
Levitações
Uma de suas amigas depôs no processo de canonização que surpreendeu várias
vezes a santa elevada no ar a mais de um metro do chão, enquanto contemplava o
Santíssimo Sacramento absorta em êxtase contemplativo. Perguntada certa vez
sobre que fim queria dar à herança que lhe pertencia, disse: “Minha herança é
Jesus Cristo!”.
Páscoa
Em
Marburgo, prestou assistência direta aos pobres e doentes, onde veio a falecer
poucos anos depois, em 1231, com apenas 24 anos. Foi sepultada com grandes
honras. Na Alemanha, também seu marido Luís IV e sua filha Gertrudes são
honrados como santos.
Via
de santificação
Foi
canonizada pelo Papa Gregório IX em 1235. Por ocasião do VII Centenário do seu
nascimento (20 de novembro de 2007), a Cidade do Vaticano fez uma emissão
extraordinária de selo comemorativo do evento com 300.000 séries completas, com
10 selos por folha. É padroeira da Ordem Franciscana Secular.
Santa Isabel da Hungria viveu com os pobres
Papa
Bento XVI sobre Santa Isabel da Hungria
Dela disse o Cardeal Ratzinger, Arcebispo de Munique, Papa Bento XVI: “O que
fez foi realmente viver com os pobres. Desempenhava pessoalmente os serviços
mais elementares do cuidado com os doentes: lavava-os, ajudava-os precisamente
nas suas necessidades mais básicas, vestia-os, tecia-lhes roupas, compartilhava
a sua vida e o seu destino e, nos últimos anos, teve de sustentar-se apenas com
o trabalho das suas próprias mãos (…)”.
Deus
era real para ela. Aceitou-o como realidade, e por isso lhe dedicava uma parte
do seu tempo, permitia que Ele e Sua presença lhe custassem alguma coisa. E
como tinha descoberto realmente a Deus, e Cristo não era para ela uma figura
distante, mas o Senhor e o Irmão da sua vida, encontrou, a partir de Deus, o
ser humano, imagem de Deus. Essa é também a razão por que quis e pôde levar aos
homens a justiça e o amor divinos. Só quem encontra a Deus pode também ser
autenticamente humano. (Da homilia na igreja de Santa Isabel da Hungria
de Munique, em 2 de dezembro de 1981).
Minha
oração
“
Ó querida padroeira dos franciscanos, dai a fidelidade no carisma a cada
membro, convocai novas vocações para perpetuar o dom, assim como os
simpatizantes para que se inspirem e se santifiquem do mesmo modo aos moldes do
carisma. Amém.”
Santa
Isabel da Hungria, rogai por nós!
Fonte:
Canção Nova Notícias
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